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Ibovespa recua 2,4% na semana mesmo com alta na sexta-feira

No período, índice sofreu baixas com divulgação de dados fracos sobre a economia dos Estados Unidos

Ibovespa não consegue recuperar perdas e tem queda semanal de 2,4% mesmo fechando em alta na sexta-feira (Paulo Whitaker/Reuters)

Ibovespa não consegue recuperar perdas e tem queda semanal de 2,4% mesmo fechando em alta na sexta-feira (Paulo Whitaker/Reuters)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 4 de outubro de 2019 às 18h13.

Última atualização em 4 de outubro de 2019 às 18h53.

O Ibovespa voltou a reagir e reduziu os temores sobre uma possível queda para abaixo da marca dos 100 mil pontos. Nesta sexta-feira (4), o índice subiu 1,02% e foi a 102.551,32 pontos. A recente alta, porém, foi insuficiente para reverter as perdas da semana, especialmente as de quarta-feira, quando o índice caiu 2,90% e teve a segunda maior baixa do semestre. Com isso, a Bolsa teve recuo semanal de 2,4%.

A semana foi marcada pela divulgação de dados fracos sobre a economia americana. Na terça-feira (1), as bolsas globais entraram em queda quando foi divulgado que a atividade industrial dos Estados Unidos atingiu o menor nível em dez anos enquanto a expectativa era de melhora. Ainda na terça, o Senado encolheu a reforma da Previdência, o que gerou mal-estar entre os investidores que esperavam por uma maior redução de gastos.

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Na quinta-feira, outro baque. O índice americano de serviços apontou que o setor chegou ao pior patamar em três anos em setembro. Os resultados, que evidenciam debilidade da maior economia do mundo, também afloram expectativas por mais cortes de juros por parte do Federal Reserve, o que é encarado como positivo pelo mercado. Na quinta, o índice oscilou em grande parte do pregão e só se firmou no azul nos minutos finais.

Nesta sexta-feira, o movimento de alta da Bolsa ganhou força mais cedo, no início da tarde. Entre os destaques do dia estiveram as ações da Vale, que subiram 2,53%. Como o ativo representa 8,159% da carteira do Ibovespa, sua valorização teve grande contribuição para que o índice avançasse.

A maior alta da sessão, no entanto, ficou com os papeis do grupo de farmácias Raia Drogasil, que se apreciaram 6,22%. Pela manhã, a companhia anunciou que pretende abrir 240 novos estabelecimentos em 2020. No ano, seus papeis acumulam alta de 78,07%.

No ramo de frigoríficos, as ações da Minerva tiveram apreciação de 2,79% e lideraram o setor na Bolsa. A empresa tem sido beneficiada pela peste suína na China, que tem forçado o país asiático a aumentar a importação de produtos a base de porco. Em entrevista publicada ontem (3) pelo jornal Valor Econômico, o diretor financeiro da Minerva, Edison Ticle, afirmou que o impacto das compras da China foi tão positivo que esfriaram os planos de fazer IPO da subsidiária Athena. O preço dos papeis da companhia mais que duplicaram em 2019, passando de 4,99 reais para 10.67 reais.

Não foi só os ativos da Minerva que se valorizaram com o aumento da exportação de suínos para a China. Só em 2019, as ações da JBS, Marfrig e BRF subiram 172,22%, 117,40% e 70,45%, respectivamente. No pregão desta sexta-feira, os papéis da BRF tiveram apreciação de 2,38% após seis quedas consecutivas. Na terça-feira, a Polícia Federal (PF) deflagrou nova fase da Operação Carne Fraca, que investiga pagamentos de propina a fiscais federais em troca de favorecimentos a frigoríficos.

Já a maior queda do Ibovespa foi encabeçada pelas ações do BTG Pactual, que caíram 4,43%. Na quinta-feira (3), a PF efetuou operação de busca e apreensão na sede do banco, em São Paulo. Segundo o Ministério Público Federal, a instituição financeira é suspeita de estar envolvida em vazamentos de informações sobre a Selic entre 2010 e 2012. Na semana, o ativo perdeu 11,16% de seu valor.

No mercado de câmbio, o dólar caiu 0,795%, a 4,0569 reais.

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