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Com covid, bancos e petróleo Ibovespa cai para o menor patamar desde julho

Aumento de casos de coronavírus na Europa faz ressurgir temores sobre lockdown; índice bate mínima desde início de julho

Bolsa: Ibovespa cai 1,32% e encerra em 96.990,72 pontos (Paulo Whitaker/Reuters)

Bolsa: Ibovespa cai 1,32% e encerra em 96.990,72 pontos (Paulo Whitaker/Reuters)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 21 de setembro de 2020 às 10h30.

Última atualização em 21 de setembro de 2020 às 17h47.

A bolsa brasileira fechou em queda nesta segunda-feira, 21, com o aumento do número de casos de coronavírus na Europa e notícias sobre transações suspeitas envolvendo bancos globais. O Ibovespa, principal índice da B3, caiu 1,32% para 96.990,72 pontos - a menor pontuação de fechamento desde 3 de julho.

Covid

Os casos de coronavírus entraram novamente no radar do mercado, após o número de infecções diárias voltar aos níveis recordes na Espanha, França e no Reino Unido. Algumas regiões da Europa, como Madri, já adotarem medidas de restrição para evitar a proliferação da doença. No Reino Unido, o governo britânico estuda decretar o segundo lockdown, que pode desacelerar a recuperação da economia local.

No mercado europeu, todos os principais índices de ações ficaram no vermelho. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em queda de 3,35% - a maior desde 11 de junho. No continente, os destaques negativos ficaram com as bolsas de Frankfurt que caiu 4,37% e a de Londres, 3,38%.

Esquema bancário

Parte da desvalorização das bolsas europeias se deve à queda das ações de grandes bancos, após apurações do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ na sigla em inglês) revelarem transações suspeitas de 2 trilhões de dólares envolvendo instituições financeiras globais, como HSBC, Deutsche Bank, Standard Chartered e JPMorgan.  Em Londres, as ações do HSBC caíram 6,28% e as do Standard Chartered, 5,82%, enquanto o Deutsche Bank caiu 8,25%, em Frankfurt. Os papéis do JPMorgan recuaram 3,09%, em Nova York.

Bancos

No Brasil, as ações dos grandes bancos chegaram a cair mais de 2% na primeira metade do pregão, importando parte do pessimismo internacional com o setor, mas reduziu as perdas. O Itaú caiu 0,87%, Banco do Brasil, 1,47%, Bradesco 1,49%. Já os papéis do Santander chegaram a entrar no campo positivo, mas encerraram com queda de 0,15%.

Petróleo

Entre os componentes com maior peso no Ibovespa, os papéis da Petrobras tiveram grande participação na queda do índice. As ações ordinárias da estatal caíram 3,01% e as preferenciais, 3,46%. Ao fim do pregão à vista, os petróleos brent e WTI recuavam 3,22% e 3,48%, com o aumento do número de casos de covid no mundo ampliando as dúvidas sobre a demanda. Com menor peso no índice e maior volatilidade, as ações da Petrorio caíram 2,6%.

Minério de ferro

Depois de esboçar reação negativa na sexta-feira, o preço do minério de ferro voltou a cair na bolsa de Dalian nesta segunda-feira, pressionando as ações da Vale que recuaram 2,69%. Pelas manhã, as ações da CSN chegaram a subir mais de 2,5%, após a aprovação da oferta inicial de ações (IPO na sigla em inglês) da sua área de mineração, mas também cedeu às pressões negativas, caindo 1,04%. "A aprovação do IPO deve destravar um valor de 8 bilhões de reais a 10 bilhões de reais, o é positivo para a CSN. Ela é uma empresa bem alavancada e [a operação] vai ajudar a equalizar as questões financeiras", comenta Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.

Turismo

Com preocupações sobre o ressurgimento de casos de coronavírus no mundo, as ações das companhias aéreas GOL e Azul lideraram as maiores quedas do Ibovespa, recuando 8,46% e 7,8%, respectivamente. As ações da CVC caíram 4,4%.

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