Ibovespa: índice recuou com os agentes financeiros atentos ao noticiário sobre a transição de governo e à temporada de balanços corporativos (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)
Reuters
Publicado em 7 de novembro de 2018 às 18h16.
Última atualização em 7 de novembro de 2018 às 18h42.
São Paulo - O Ibovespa fechou em queda pelo segundo pregão seguido nesta quarta-feira, 7, afetado por movimentos de realização de lucros, com agentes financeiros atentos ao noticiário sobre a transição de governo e à temporada de balanços corporativos.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,08 por cento, a 87.714,35 pontos, de acordo com dados preliminares, se afastando ainda mais do recorde de 89.598,16 pontos, registrado na segunda-feira. O volume financeiro somou 14,476 bilhões de reais.
Profissionais da área de renda variável também citaram efeito da eleição parlamentar nos Estados Unidos, na qual os democratas conquistaram o controle da Câmara dos Deputados, enquanto republicanos continuaram na liderança do Senado. "Isso traz preocupação com a guerra fiscal entre Washington e Pequim", vê o chefe da área de renda variável da corretora de um banco em São Paulo, endossando a visão de que o presidente Donald Trump deve voltar o foco à política externa.
No Brasil, notícias e ruídos sobre a nova equipe econômica de governo ocuparam as atenções. O presidente eleito Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira que não está prevista a permanência de Ivan Monteiro na presidência da Petrobras a partir de janeiro e que o assunto será tratado pelo seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes.
Ele também não descarou a permanência de Ilan Goldfajn à frente do Banco Central, mas reiterou que também é assunto sob a alçada de Guedes, que comandará um superministério da Economia na gestão do capitão da reserva do Exército.
Para a Kapitalo Investimentos, o novo governo precisa ter o correto diagnóstico dos problemas econômicos, em particular da situação fiscal, e uma equipe alinhada a essa visão, bem como capacidade política de implementar reformas necessárias.
- PETROBRAS PN encerrou em baixa de 3,27 por cento, com o enfraquecimento do petróleo e ruídos sobre o futuro do comando da petrolífera de controle estatal corroborando nova realização de lucros nos papéis. PETROBRAS ON cedeu 2,21 por cento.
- MAGAZINE LUIZA caiu 4,79 por cento, ainda afetada por movimentos de realização de lucros após sinalizar que seguirá focando em crescimento e não em margem. No setor B2W cedeu 4,32 por cento e VIA VAREJO UNIT recuou 3,45 por cento.
- CIELO fechou em queda de 5,28 por cento, conforme persistem as preocupações com o cenário de competição no setor de meio de pagamentos, após o papel mostrar forte recuperação no mês passado, quando acumulou alta de mais de 6 por cento.
- ESTÁCIO perdeu 4,3 por cento, antes da divulgação do balanço trimestral, previsto para após o fechamento do mercado nesta quarta-feira.
- ELETROBRAS ON caiu 4,28 por cento, tendo no radar que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) rejeitou pedido de elétricas pela suspensão ou parcelamento de custos com o risco hidrológico que serão cobrados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica nesta semana.
- ULTRAPAR subiu 2,55 por cento, antes da divulgação do balanço do terceiro trimestre, após o fechamento do pregão. No começo da semana, o Credit Suisse disse esperar resultado fraco, afetado principalmente pelas margens fracas da divisão Ipiranga.
- JBS valorizou-se 2,63 por cento, entre as maiores altas do Ibovespa, tendo de pano de fundo anúncio na véspera de que assinou memorando de entendimentos com a gigante chinesa de e-commerce Alibaba para vender carnes na China, um acordo que pode movimentar até 1,5 bilhão de dólares em três anos.
- VALE fechou com acréscimo de 0,63 por cento, alinhada ao avanço de mineradoras no exterior.
- ITAÚ UNIBANCO PN valorizou-se 0,1 por cento, enquanto BRADESCO PN cedeu 1,94 por cento. BANCO DO BRASIL caiu 2,4 por cento e SANTANDER BRASIL UNIT oscilou 0,05 por cento em terreno positivo.