Mesmo sem fortes movimentos no exterior, índice não conseguiu recuperar patamar de 100 mil pontos (Paulo Whitaker/Reuters)
Guilherme Guilherme
Publicado em 16 de agosto de 2019 às 17h33.
Última atualização em 16 de agosto de 2019 às 18h25.
Fortemente impactado pelo cenário externo, o Ibovespa fechou a semana em queda de 4,03%. Fatores como a possibilidade de uma nova recessão nos Estados Unidos e ameaças de retaliação por parte da China fizeram o índice desabar para menos de 100 mil pontos, o que não ocorria desde de junho. Ao longo do dia, o índice chegou a ultrapassar a marca, mas não manteve o desempenho e fechou a 99.805,78 pontos - alta de 0,76%.
Com queda das principais ações que integram o índice, parte do movimento de alta foi puxado pelos papéis da B3. As ações da própria bolsa subiram 2,65% por causa de números melhores em negociações no segmento Bovespa.
Já os papéis da Hypera subiram 5,95%, após analistas do banco UBS recomendarem a compra da ação ao colocarem 39 reais como preço-alvo do papel. As ações da farmacêutica custavam e 30,08 reais ao fim do pregão de ontem e fecharam o dia valendo 31,80 reais
Apesar das altas, a ação da Via Varejo, das marcas Pontofrio e Casas Bahia, caiu pela terceira vez consecutiva. Mais abrupta dessa vez, a queda foi de 7,41%. Na noite da última quarta-feira (14), a companhia anunciou prejuízo líquido de 154 milhões de reais. Desde a véspera da divulgação de balanço, os papeis da varejista caíram 15,84%.
Se a opinião de um grande banco internacional foi um dos motivos para as ações da Hypera subirem, o contrário aconteceu com os papéis da Marfrig, que caíram 0,39% após o relatório do JP Morgan cortarem a recomendação para neutra.
Nesta sexta-feira, a B3 divulgou mudanças no índice Ibovespa. A principal alteração é a entrada das ações do Grupo NotreDame Intermédica, que irá representar 1,003% do índice. Por outro lado, foram reduzidos os pesos das ações da Vale, Bradesco, Itaú e Petrobras. Já os papéis da própria B3 passarão a integrar 5,139% do índice frente aos atuais 4,377%.
O dólar fechou o dia em alta de 0,336%, a 4,0037 reais. Na quinta-feira, a moeda teve a maior desvalorização do mês frente ao real e chegou a 3,9903 reais.
"Os investidores viram que exageraram na queda no dia anterior e agora estão ajustando as posições", afirmou à Reuters Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
No cenário internacional, o anúncio de estímulo fiscal proposto pela Alemanha foi bem recebido por investidores e o principal índice da bolsa de Frankfurt fechou esta sexta-feira em alta de 1,31%. Nessa última semana, a divulgação de que o PIB da Alemanha teve retração de 0,1% no 2º trimestre foi visto por muitos investidores como um sinal claro de desaceleração da economia mundial.
Ontem à noite, a fala do presidente americano, Donald Trump, de que a guerra comercial será "relativamente curta" também ajudou a acalmar os mercados. Nos Estados Unidos, os índices S&P 500, Dow Jones e Nasdaq Composite subiram 1,44%, 1,20% e 1,67%, respectivamente.
O índice de volatilidade (VIX), também conhecido como índice do medo, caiu 12,80% e fechou a 18,47 pontos. É a primeira vez que o VIX fecha abaixo dos 20 pontos desde a quarta-feira, quando o mercado entrou em pânico com a inversão da curva de juros dos títulos americanos. Analistas entendem que quando o VIX acima dos 20 pontos representa fortes incertezas sobre o cenário futuro.