Ibovespa (Paulo Whitaker/Reuters)
Ibovespa hoje: o principal índice da bolsa brasileira opera em queda nesta terça-feira, 5, estendendo a baixa registrada na última segunda. O movimento acompanha o humor negativo nos mercados de commodities, que recuam com o temor de recessão global. O movimento impacta diretamente as ações da Petrobras (PETR3/PETR4), que puxam o Ibovespa para baixo.
A Petrobras cai mais de 5% seguindo as cotações internacionais do petróleo, com o tipo Brent — referência para o mercado brasileiro — em queda de mais de 10%. Na mínima, a commodity chegou a ser negociada abaixo da marca dos US$ 100, o que não acontecia desde maio.
A perspectiva de recessão penaliza a commodity, que recua à medida que as incertezas aumentam. Analistas também não chegam a consenso sobre o futuro dos preços. O JPMorgan vê o barril a US$ 380 no caso de uma grande interrupção da oferta russa, enquanto o Citigroup projeta um preço de US$ 65 considerando o risco de recessão.
Os temores derrubam também as ações das petroleiras privadas, que lideram as maiores quedas do pregão.
O que também derruba o Ibovespa nesta terça-feira é o risco fiscal. A PEC que cria benefícios em ano eleitoral e permite R$ 41 bilhões em gastos fora do teto de gastos está em análise na Câmara. A entrevista do relator prevista para esta manhã, porém, foi adiada, aumentando as incertezas ao redor da proposta.
Pressionado pelo fiscal e pelo risco de recessão nos EUA, o dólar avança contra o real. A moeda chegou a ser negociada acima da marca de R$ 5,40 na máxima do dia.
No exterior, a moeda se fortalece contra as principais divisas no mundo e registrou uma marca histórica contra o euro – a cotação da moeda europeia chegou aos níveis mais baixos dos últimos 20 anos.
O câmbio entre euro e dólar chegou em US$ 1,0283, com queda de mais de 1,30%.
A alta vem do temor de recessão também no continente europeu. A inflação na zona do euro atingiu um recorde de 8,6% em junho, levando o Banco Central Europeu (BCE) a avisar antecipadamente os mercados de sua intenção de aumentar as taxas de juro na reunião que ocorrerá no dia 21 de julho.
Essa será a primeira vez que o Banco Central Europeu eleva os juros na zona do euro em 11 anos.