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Ibovespa hoje: bolsa tem maior alta em um mês e fecha acima dos 111 mil pontos

Principal índice da B3 salta com apoio de Meirelles a Lula; bolsas americanas seguem voláteis

Painel de negociações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

Painel de negociações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

Após abrir em queda, o Ibovespa virou para alta e teve, nesta segunda-feira, 19, seu primeiro pregão de alta em cinco sessões. Foi a maior alta do Ibovespa desde 12 de agosto. O principal índice da B3 se recuperou em parte das perdas recentes após acumular perda de 2,69% na última semana.

O índice ganhou força após um aceno ao centro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas de intenção de voto para a eleição à presidência, que ocorre em pouco menos de duas semanas. 

Nesta manhã, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, pai do teto de gastos no governo Michel Temer, declarou apoio a Lula. Meirelles registrou apoio à candidatura do petista ao lado de oito ex-candidatos a presidente, como Marina Silva e Guilherme Boulos.

“O mercado precificou positivamente o apoio de Meirelles a Lula. Meirelles é um velho conhecido do mercado e traz mais segurança do plano de governo do candidato caso ele vença”, avalia Davi Lelis, economista e sócio da Valor Investimentos.

No cenário interno, a divulgação do Boletim Focus pelo Banco Central nesta manhã também mostrou números melhores do que o mercado esperava, tanto na expansão do Produto Interno Bruto (PIB), quanto no arrefecimento da inflação.

A previsão do mercado financeiro para o PIB passou de 2,39% na semana passada para 2,65% nesta semana, enquanto a alta dos preços deverá ser de 6% neste ano, previsão menor do que a da semana passada, que foi de 6,40%.

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No exterior, os mercados se mantiveram voláteis após fortes perdas na última semana. Os investidores seguem de olho na provável nova alta das taxas de juros nos Estados Unidos e em outras grandes economias, como Reino Unido, Suíça e Japão. Após passar o dia entre perdas e ganhos, os principais índices americanos encerraram a sessão em terreno positivo.

  • Dow Jones (Nova York): + 0,64%
  • S&P 500 (Nova York):+ 0,69%
  • Nasdaq (Nova York): + 0,76%

O foco principal da atenção dos investidores nesta semana será a reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA. A partir de terça-feira, 20, o órgão iniciará uma reunião de dois dias que pode resultar em outro aumento de 0,75 ponto percentual (p.p.) na taxa de juros.

Caso essa hipótese seja confirmada, os juros nos Estados Unidos chegarão a uma taxa entre 3% e 3,25% ao ano.

Entretanto, por causa da alta da inflação americana, existe a possibilidade de uma alta de 1 p.p., o que levaria os juros para o nível entre 3,25% e 3,50%.

Além do Fed, o Banco Central do Brasil também irá tomar sua decisão de política monetária nesta semana, em evento conhecido no mercado brasileiro como “Super Quarta” – dia em que as decisões dos EUA e do Brasil caem na mesma data. A taxa básica de juros (Selic) atualmente está em 13,75% ao ano, e a expectativa do mercado é de manutenção da taxa.

Ações em destaque

Os destaques desta segunda-feira foram as ações das empresas de educação Yduqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3), que dispararam após declaração de Lula no Twitter. O candidato afirmou que vai impulsionar os investimentos no Prouni e no Fies em caso de vitória eleitoral em outubro, o que pode impulsionar as empresas de educação privada.

Em pontos, o grande impulso positivo veio das duas maiores ações do índice, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3/PETR4), que operam em alta. A mineradora avança mesmo em dia de queda do minério, e a petroleira sobe em dia de alta leve do petróleo no mercado internacional.

Para Lelis, o movimento representa um voto de confiança do investidor internacional com o Brasil em um momento de incerteza nos mercados americano e europeu, onde a inflação e os juros vêm avançando. 

“Existe um otimismo externo com o Brasil. O País acabou agindo mais rápido no controle da inflação e as empresas continuaram produzindo, o que faz o Brasil se destacar globalmente e até mesmo entre outros emergentes”, afirma o analista.

O otimismo se reflete também no dólar, que recua quase 2% contra o real em dia de estabilidade da moeda no exterior.

  • Dólar comercial: - 1,79%, a R$ 5,165
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