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Ibovespa quebra novo recorde impulsionado por Petrobras e exterior

Ações da petroleira dispararam mais de 5% com alta do petróleo; índice de inflação americano não assusta investidores, que seguem animados com dados de recuperação econômica

Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

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Beatriz Quesada

Publicado em 28 de maio de 2021 às 17h23.

Última atualização em 28 de maio de 2021 às 17h30.

O Ibovespa voltou a bater recordes na bolsa. Após rondar a marca simbólica dos 125.000 pontos desde o início da semana, o principal índice da B3 conseguiu renovar suas máximas nesta sexta-feira, 28, chegando aos 125.561,37 pontos, uma alta de 0,96%. Na máxima intradiária, o Ibovespa chegou aos 125.697,58 pontos. Esta foi a primeira vez desde o início de janeiro que o Ibovespa superou os 125.000 pontos. No acumulado da semana, o índice subiu 2,42% e, em maio, já avança 5,61%. 

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A nova máxima histórica é resultado de um cenário favorável tanto no mercado doméstico quanto no internacional. Por aqui, a alta de mais de 5% nas ações da Petrobras (PETR3; PETR4) deram um impulso extra ao índice. Sozinhos, os papéis da petroleira representam 9,5% da carteira teórica do Ibovespa. 

As ações ordinárias da companhia (PETR3) subiram 5,78%, e as preferenciais (PETR4) tiveram alta de 4,17%, seguindo a valorização do petróleo no mercado internacional. O petróleo Brent, referência para a Petrobras, avançou 0,27% nesta sexta em sua quinta sessão consecutiva de ganhos. 

O principal motivo para a alta, no entanto, foram as recomendações de compra das ações. O J.P.Morgan elevou os papéis da petroleira para overweight, indicando que eles podem se valorizar acima do seu índice de referência -- no caso o Ibovespa. O banco aumentou o preço-alvo da empresa para 35,50 reais para as ações, que encerraram o dia negociadas a 26,71 reais (PETR3) e 26,99 reais (PETR4).

O Credit Suisse também comentou, em relatório, que as ações ordinárias da empresa estão sendo negociadas com desconto de 2,5% ante a preferencial. 

Do lado externo, o bom desempenho do mercado americano foi outro responsável pelo novo recorde do índice. Isso porque o índice de inflação dos EUA -- o índice de preço de despesas de consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) -- veio praticamente em linha com as expectativas dos analistas. O índice subiu 3,6% na comparação anual, em abril, enquanto as expectativas eram de alta de 2,9%. Já o núcleo do PCE anual acelerou de 1,9% para 3,1%. 

O resultado acalmou investidores que temiam um aumento da taxa de juros americana para controlar a inflação. “O resultado do PCE não assustou, e isso mostra que a paciência do Federal Reserve [Fed, banco central americano] em não apertar sua política monetária estava certa”, diz Jefferson Laatus, estrategista-chefe e sócio-proprietário do Grupo Laatus

O cenário de juros baixos favorece opções de investimento mais arriscadas, como mercados emergentes e até mesmo a própria renda variável americana. Como resultado, os três principais índices de Wall Street fecharam o dia em alta. O S&P 500 encerrou em alta de 0,08%, enquanto o Dow Jones, mais ligado à economia tradicional, subiu 0,19%. Já o índice de tecnologia Nasdaq avançou 0,09%. Vale lembrar que o Nasdaq é o mais sensível às variações de perspectivas de redução de estímulos por ter a maior composição de empresas tech, que se utilizam das baixas taxas de juros para financiar seu crescimento acelerado.

Com o otimismo no exterior e a alta da Petrobras, o mercado acabou ignorando outras questões internas, como a inflação medida pelo IGP-M. O índice veio acima das expectativas e fechou maio em alta de 4,10%, sendo que no mês anterior o avanço havia sido de 1,51%. Em 12 meses, o índice acumula alta de 37,04%.

Outro desafio do cenário doméstico é a aproximação de uma nova crise hídrica. É esperado que o país enfrente, nos próximos meses, a pior seca dos últimos 111 anos. Segundo analistas da Ativa Investimentos, as empresas mais afetadas seriam CESP (CESP3), AES Brasil (AESB3), Engie (EGIE3) e Eletrobras (ELET3; ELET6) por causa de sua maior exposição ao setor hidrelétrico. 

A CESP encerrou o dia em queda de 0,95%, enquanto a AES recuou 3,40%. A Engie também operou em queda, e recuou 1,41%. Já a Eletrobras registrou queda de 0,14% nos papéis preferenciais (ELET6) e alta de 0,28% nos ordinários (ELET3).

O maior destaque negativo do índice nesta sexta-feira foram os papéis da Sabesp (SBSP3), que recuaram 4,74% após a notícia de que o governo de São Paulo não deve priorizar a privatização ou capitalização da empresa. Ao Valor, o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado, Marcos Penido, disse que a prioridade da gestão agora é a universalização de serviços.

As ações da Azul (AZUL4) também apresentaram forte recuo e caíram 3,94%, com investidores ainda realizando lucros do início da semana, quando os papéis dispararam com os rumores sobre uma possível compra das operações brasileiras da Latam. A GOL (GOLL4), que acompanhou parte do movimento da Azul, também encerrou o dia negociada em queda de 3,03%.

Maiores altas

Maiores quedas

PetrobrasPETR3

5,78%

SabespSBSP3

-4,74%

WegWEGE3

4,85%

AzulAZUL4

-3,94%

PetrobrasPETR4

4,17%

IRBIRBR3

-3,85%

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