Painel com cotações na B3, a bolsa brasileira (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 18 de março de 2022 às 13h01.
Última atualização em 18 de março de 2022 às 16h08.
Ibovespa hoje: após abrir em leve queda, acompanhando a maior fraqueza dos mercados internacionais, a bolsa brasileira entrou em terreno positivo ainda nos primeiros negócios desta sexta-feira, 18 Nesta tarde, o Ibovespa opera próximo das máximas do dia, acima de 114.000 pontos. O movimento foi puxado pelas ações da Petrobras (PETR3, PETR4), com a segunda maior participação no Ibovespa.
Às 16h10
Ibovespa: + 1,42%, 114.678 pontos
S&P 500 (EUA): + 0,82%
Os papéis da companhia sobem mais de 2% , com investidores reagindo às declarações do presidente Jair Bolsonaro, que aliviou as preocupações sobre a interferência do governo na estatal. Em live publicada na noite de quinta-feira, 17, em sua página no Facebook, Bolsonaro disse que não poderia trocar a diretoria da Petrobras. "A Petrobras é praticamente independente", afirmou.
Petrobras (PETR4): + 2,17%
PetroRio (PRIO3): + 1,00%
3R (RRRP3): + 3,83%
Preocupações sobre uma possível troca na presidência da Petrobras vinham penalizando as ações da companhia, enquanto petrolíferas privadas saltavam com a alta do petróleo no mercado internacional. Nesta sexta, a commodity opera em leve alta, a 107 dólares por barril, após ter disparado na véspera, com a negativa de avanços nas negociações de cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia.
Além dos preços de commodities, investidores brasileiros seguem atentos aos últimos resultados do quarto trimestre. A Fleury, (FLRY3), que divulgou resultado na véspera, lidera as perdas do Ibovespa, caindo mais de 3%.
Fleury (FLRY3): - 1,48%
Outro destaque negativo são as ações da B3. A empresa, responsável pelas operações da bolsa brasileira, registrou lucro líquido recorrente de 1,23 bilhão de reais no quarto trimestre, 60 milhões de reais abaixo do consenso da Bloomberg. O Ebitda recorrente, que ficou em 1,654 bilhão de reais, decepcionou em quase 120 milhões de reais.
B3 (B3SA3): - 0,65%
Investidores também reagem aos números das Lojas Renner. Na mínima, as ações da varejista chegaram a cair mais de 5%, mas viraram para alta, apesar de perspectivas negativas de parte do mercado para o curto prazo da empresa.
"Temos visto um ponto de inflexão nas vendas, mas seguem abaixo dos níveis esperados para a reabertura. As margens não vão voltar aos níveis de 2019, pelo menos, até 2023", disse Luiz Temporini, analista do BTG Pactual, no programa Abertura de Mercado desta sexta-feira, 18 de março. O momento macroeconômico, de taxas de juros e inflação altas e baixo crescimento deve seguir penalizando as operações da companhia.
"A Renner tem exposição à média e baixa renda. O resultado da operação principal ainda deve sofrer no curto prazo."
Lojas Renner (LREN3): + 5,58%
Do lado positivo, as ações da CVC (CVCB3) lideram as altas do Ibovespa, subindo mais de 10%. A companhia surpreendeu o mercado nesta semana ao apresentar números acima do esperado em seu resultado do quarto trimestre. Os papéis acumulam cerca de 25% de alta desde segunda-feira, 14. A MRV (MRVE3), que caiu na véspera, mesmo após ter superado as estimativas de mercado em balanço, se recupera sobe mais de 5% nesta sessão.
CVC (CVCB3): + 10,12%
MRV (MRVE3): + 8,51%
No radar de economistas ainda está a queda da taxa de desemprego do Brasil, que ficou em 11,2% para o trimestre findo janeiro. O número representa uma queda de 1 ponto percentual frente à taxa e 12,2% do trimestre anterior. A expectativa do mercado era de que de 11,4% de desemprego.
Apesar do recuo do desemprego, André Perfeito, economista-chefe da Necton, destaca a renda média real, que caiu 9,7% frente ao mesmo período do ano passado. "Os dados sugerem uma atividade ainda frágil ao longo deste ano. A inflação está cobrando um preço alto: apesar de recuperação nos dados de emprego isso não se transforma em renda o que dificulta que a máquina econômica ganhe tração", disse em nota.