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Ibovespa sobe com alta de juros nos EUA no radar; CVC dispara 16%

Fed cumpriu expectativas do mercado, com elevação de 25 pontos base; investidores esperam pelo aumento do ritmo de ajuste

Painel de cotações da B3  (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 16 de março de 2022 às 10h34.

Última atualização em 16 de março de 2022 às 17h20.

Ibovespa hoje: o principal índice da B3 avança na tarde desta quarta-feira, 16, acompanhando as bolsas de Nova York, enquanto investidores digerem a primeira elevação da taxa básica de juros americana desde 2018. O anúncio foi feito às 15h.

Às 15h50
Ibovespa: + 1,04%, 110.087 pontos
S&P 500 (EUA): + 0,98%
Dólar: - 1,09%, 5,103 reais

Como o esperado, o comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed), o Fomc, aumentou a taxa em 25 pontos base, passando do intervalo entre 0% e 0,25% para 0,25% e 0,50%. A elevação magnitude da elevação foi apoiada por oito dos nove membros votantes. Somente James Bullard votou por uma alta de 50 pontos base, que levaria o juro até 0,75%.

Bolsas do Brasil e Estados Unidos reduziram as altas logo após a decisão, mas conseguiram se manter no campo positivo.

"A decisão não surpreendeu o mercado, o que explica a reação mais moderada. O Bullard, inclusive, já havia sinalizado uma postura mais dura quanto à alta de juro", disse Jefferson Laatus, sócio-fundador e estrategista-chefe do Grupo Laatus.

Em comunicado sobre a decisão, o Fomc pontuou o elevado nível da inflação, a queda do desemprego no país e os efeitos colaterais da guerra na Ucrânia como justificativas para os juros mais altos. O documento ainda diz que novos aumentos deverão "ser apropriados". "Além disso, o Comitê espera começar a reduzir suas participações em títulos do Tesouro e dívida de agências e títulos lastreados em hipotecas de agências em uma próxima reunião."

Após a decisão, os juros futuros de curto prazo subiram, com as apostas de uma alta mais forte na próxima reunião ganhando força. A probabilidade de elevação de 50 pontos bases para a reunião de maio passou de 2,7%, na véspera, para 59,4%, segundo o monitor de taxa de juros da Investing.

"Não iniciar seu programa de diminuição de ativos, deixando isso para a próxima reunião, acabou soando 'frouxo' e assim os juros mais curtos dispararam. O Fed deveria iniciar sua política de vendas de ativos, que é similar a uma política monetária contracionista. Ao vender os ativos no seu balanço, o Fed retira dinheiro do sistema", disse em nota André Perfeito, economista-chefe da Necton.

Em discurso pós-decisão, Powell disse que o anúncio sobre a redução do balanço deve ocorrer em maio. O presidente do Fed ainda afirmou que pode aumentar o ritmo de alta de juros, se achar apropriado.

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No Brasil, o consenso para a decisão desta noite é de 100 pontos base de alta, com a Selic saindo de 10,75% para 11,75%. O comunicado com o anúncio da alta de juros deve sair por volta das 18h30. Economistas já projetam alta para acima de 13% até o fim do ano.

Além dos próximos passos da política monetária, investidores seguem atentos aos balanços do quarto trimestre. Na última noite, o resultado da CVC (CVCB3) surpreendeu analistas. A companhia registrou Ebitda ajustado positivo de 8,9 milhões de reais ante expectativa de perda 240,5 milhões de reais, segundo o consenso da Bloomberg. A receita líquida ficou em 314 milhões de reais acima dos 240,5 milhões de reais projetados pelo mercado. As ações da empresa de turismo sobem cerca de 16%.

CVC (CVCB3): + 16,06%

"Os números operacionais do quarto trimestre reforçam nossa recomendação de compra para as ações da CVC", disse Vitor Mello, analista do BTG Pactual, no programa Abertura de Mercado desta quarta.

Entre as maiores altas ainda estão as ações da Locaweb (LWSA3) e Magazine Luiza (MGLU3), que se recupera após cair mais de 8% na última sessão, com investidores reagindo ao prejuízo registrado pela empresa no último trimestre.

Locaweb (LWSA3): + 8,20%
Magazine Luiza (MGLU3): + 3,90%

Apesar das fortes altas, são as ações da Vale (VALE3), com a maior participação no Ibovespa, que puxa o índice para cima. Os papéis da companhia sobem mais de 1%, acompanhando a valorização do minério de ferro, que voltou a subir na depois de tocar das últimas duas semanas na véspera. Esperanças de estímulos na China, a maior consumidora do mundo, impulsionaram o preço da commodity.

Vale (VALE3): + 1,48%

Petrolíferas, por outro lado, caem em linha com a desvalorização do petróleo brent, que volta a ser negociado abaixo dos 100 dólares por barril pelo segundo dia seguido. A commodity, que chegou a tocar 139 dólares na última semana, tem perdido força com preocupações sobre a demanda, após novas medidas para conter a Covid-19 na China.

PetroRio (PRIO3): - 2,95%
3R (RRRP3): - 3,44%
Petrobras (PETR4): - 1,54%

Na ponta negativa, a Yduqs (YDUQ3) lidera as perdas da sessão, com investidores reagindo negativamente aos números apresentados pela rede de educação na noite anterior. A empresa apresentou prejuízo líquido de 74,3 milhões de reais no período, mais que o triplo do prejuízo de 20,5 milhões de reais apontado pelo consenso da Bloomberg.

Yduqs (YDUQ3): - 10,86%

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