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Ibovespa encosta nos 107 mil pontos e tem melhor semana em 10 meses

Índice fechou em alta, na contramão do mercado americano, que repercute balanços do setor financeiro

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 14 de janeiro de 2022 às 10h47.

Última atualização em 14 de janeiro de 2022 às 18h20.

O Ibovespa registrou forte alta nesta sexta-feira, 14, encostando no patamar dos 107.000 pontos na máxima do dia. Com o resultado, o principal índice da B3 registrou sua primeira alta semanal em cinco semanas, subindo 4% no acumulado da semana – melhor desempenho desde a semana encerrada em 5 de março de 2021.

As ações da Petrobras (PETR3/PETR4) e dos grandes bancos – que têm grande peso no Ibovespa – foram as grandes responsáveis pelo movimento positivo do índice, que também ganhou força após a divulgação de dados positivos do varejo.

As vendas no setor superaram as estimativas de mercado para o mês de novembro e cresceram 0,6% ante queda projetada de 0,2%. Na comparação anual, a queda foi de 4,2% ante consenso de 6,5%.

Vale lembrar que o Ibovespa subiu na contramão do mercado americano, onde investidores digeriram mal os primeiros balanços do quarto trimestre de 2021.

No fechamento:

  • Ibovespa: + 1,33%, aos 106.927 pontos;
  • Dólar comercial: - 0,29%, a 5,513 reais.

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Por lá, as primeiras empresas a divulgar seus resultados foram grandes bancos como JPMorgan Chase e Citigroup. O Citigroup registrou queda de 26% no lucro do quarto trimestre, enquanto o JP Morgan mostrou recuo de 14% no lucro no mesmo período. O que salvou parte do balanço do JPMorgan foi o crescimento da receita líquida com operações de fusão e aquisição (M&A)

Ambos os balanços desagradaram aos investidores, derrubando as ações e ajudando a dar o tom negativo nos EUA. Entre os principais índices americanos, o Dow Jones, mais ligado à economia tradicional, foi o único que registrou, com S&P 500 e Nasdaq se recuperando no final do dia. Por aqui, os BDRs dos dois bancos também encerraram o dia em queda.

  • Dow Jones (EUA): - 0,56%;
  • S&P 500 (EUA): + 0,08%;
  • Nasdaq (EUA): + 0,59%.
  • JPMorgan (JPMC34): - 6,31%;
  • Citigroup (CTGP34): - 1,62%.

No Brasil, por outro lado, os bancos foram destaque de alta apesar das quedas em Wall Street. Entre os maiores do setor, o Banco do Brasil (BBAS3) liderou os ganhos. Ainda no setor financeiro, a B3 (B3SA3) subiu mais de 5%.

“O setor bancário já vinha muito depreciado, então o mercado começa a olhar com interesse para os nossos bancos que podem apresentar resultados positivos”, afirma Rodrigo Moliterno, head de Renda Variável da Veedha Investimentos. A temporada de balanços no Brasil começa no final deste mês.

  • B3 (B3SA3): + 5,44%;
  • Banco do Brasil (BBAS3): + 2,56%;
  • Bradesco (BBDC4): + 1,61%;
  • Santander (SANB11): + 1,14%;
  • Itaú (ITUB4): - 0,76%.

Foram, no entanto, os bancos digitais que lideraram as altas do pregão de hoje, com altas fortes de Inter (BIDI11) e Pan (BPAN4).

No caso do Inter, os papéis passaram por um novo leilão hoje. Segundo informações do Brazil Journal, o fundo Ponta Sul, do investidor Flávio Gondim, o ‘Monstro do Leblon’, vendeu 30 milhões de units, cada uma a 23,5 reais. A operação movimentou cerca de 700 milhões de reais, segundo a reportagem.

  • Inter (BIDI11): + 7,92%;
  • Banco Pan (BPAN4): + 6,13%.

O setor de petróleo também ficou entre as maiores altas do pregão. Com o segundo maior peso no Ibovespa, a Petrobras (PETR3/PETR4) subiu mais de 3% – registrando sua quarta alta consecutiva – em linha com a valorização do petróleo no exterior. As petroleiras privadas PetroRio (PRIO3) e 3R (RRRP3) acompanharam as altas. 

  • PetroRio (PRIO3): + 4,00%;
  • Petrobras (PETR4): + 3,73%;
  • 3R (RRRP3): + 2,34%;
  • Petrobras (PETR3): + 2,10%.

Outro grande destaque positivo do dia foram as ações da brMalls (BRML3), que avançaram após a companhia ter recusado a proposta de fusão da Aliansce Sonae (ALSO3).

Para o Conselho da brMalls, a oferta "subavalia, consideravelmente, o valor econômico justo da brMalls e do seu portfólio de ativos. 

Pelos termos da proposta, os acionistas da brMalls receberiam novas ações emitidas pela Aliansce representativas de 50% de seu capital social. Dessa forma, seria emitida 1 ação da Aliansce para cada 0,318 ação da brMalls. Adicionalmente, os acionistas da brMalls receberiam 1,350 bilhão de reais em dinheiro, sendo 1,618 real por ação. 

A proposta aqueceu o setor de shoppings, que avançou em bloco de olho em possíveis consolidações. Segundo a Reuters, a brMalls manteve conversas com outras empresas para discutir uma possível operação de fusão ou aquisição.

  • brMalls (BRML3): + 7,01%;
  • Iguatemi (IGTI11): + 3,46%;
  • Aliansce Sonae (ALSO3): + 2,30%;
  • Multiplan (MULT3): + 2,04%.

Como pano de fundo da valorização das empresas de shoppings centers também estiveram os dados de vendas do varejo, que beneficiam varejistas como a Magazine Luiza (MGLU3). O movimento, no entanto, não foi uniforme no setor, com a Alpargatas (ALPA4) figurando entre as maiores perdas do dia ao lado das empresas de tecnologia Locaweb (LWSA3) e Positivo (POSI3).

  • Locaweb (LWSA3): - 4,11%;
  • Positivo (POSI3): - 3,87%;
  • Alpargatas (ALPA4): - 3,31%;
  • Magazine Luiza (MGLU3): + 3,94%.
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