Painel de cotações na B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 9 de fevereiro de 2022 às 10h32.
Última atualização em 9 de fevereiro de 2022 às 18h22.
O Ibovespa subiu nesta quarta-feira, 9, com ajuda do cenário externo e da Petrobras (PETR3/PETR4), que avançou com a alta do petróleo. Na ponta negativa, a queda dos papéis do Bradesco (BBDC3/BBDC4) limitou a alta do índice. O Ibovespa fechou o pregão em alta de 0,20%, aos 112.461 pontos.
O ambiente favorável ao risco derrubou o dólar no exterior. O Dollar Index (DXY), que compara o desempenho do dólar com outras moedas fortes, registrou leve queda de 0,10%. Por aqui, o dólar comercial apresenta queda de 0,64% e encerrou a sessão negociado a 5,227 reais.
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Na bolsa, as ações da Petrobras, que possuem o segundo maior peso do índice, sustentaram o índice durante boa parte do dia, puxadas pela apreciação do petróleo no mercado internacional.
A commodity, que vinha sendo negociada em queda desde o início da semana, virou para alta ainda pela manhã, contribuindo com as ações do setor. Na véspera, o petróleo caiu com a diminuição das tensões entre Rússia e Ucrânia que ameaçavam a oferta.
Ao final do pregão, no entanto, a Petrobras perdeu força, impactando o Ibovespa. Os papéis, que chegaram a subir mais de 2% na máxima, fecharam o dia em leves altas.
Os maiores bancos do país, por outro lado, limitaram os ganhos do Ibovespa, após o resultado e a projeção apresentados pelo Bradesco (BBDC3/BBDC4) terem desapontado investidores. As ações do banco desabaram mais de 8% nesta quinta. Vale lembrar que o setor bancário representa quase 15% da carteira teórica do Ibovespa.
"O guidance do banco não foi tão positivo quanto a indicação fornecida durante o Dia do Investidor", pontuaram analistas do UBS-BB em relatório. O Bradesco espera aumentar sua carteira de crédito expandida entre 10% e 14% e sua receita com serviços entre 2% e 6%. Pelas contas do UBS-BB, o lucro ficará abaixo do esperado para 2022. "O guidance do Bradesco indica lucro de 28 bilhões de reais no ponto médio."
O Itaú (ITUB4), que apresenta resultado amanhã, após o fechamento de mercado, recuou quase 4%.
Fora do Ibovespa, as ações ordinárias e preferenciais da Oi (OIBR3, OIBR4) enfrentaram forte volatilidade com a notícia da aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para a venda da operação de telefonia móvel para o consórcio formado pelas concorrentes Vivo (VIVT3), TIM Brasil (TIMS3) e Claro.
O acordo da venda foi decidido no fim de 2020 por 16,5 bilhões de reais, mas o negócio só foi aprovado no início da tarde desta quarta.
Antes do aval do Cade, as ações da Oi chegaram a cair entre 15% e 20% com o voto contrário do relator, Luis Brado, à aprovação do negócio e entraram em leilão. Os papéis viraram para alta após a aprovação, mas não conseguiram sustentar o movimento e voltaram a cair.
O saldo do acordo, no entanto, é positivo para os papéis da Oi. Para Felipe Vella, analista da Ativa Investimentos, é possível que parte do resultado já tenha sido antecipado e precificado pelo mercado.
A Tim, que vai ficar com a maior parte dos ativos da Oi móvel, registrou alta acima de 5% no papel. Já as ações da Vivo subiram mais de 2%.
Os investidores estiveram atentos ainda a dados macroeconômicos divulgados nesta manhã. As vendas do varejo de dezembro superaram as estimativas do mercado, caindo apenas 0,1%, ante expectativa de 0,5% de queda. As vendas diminuíram 2,9% na comparação anual.
Já o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro saiu em 0,54%, praticamente em linha com o consenso de 0,55%. A inflação acumulada de 12 meses acelerou de 10,06% para 10,38%.
As divulgações favorecem ações atreladas ao consumo, com Natura (NTCO3) liderando as altas do índice. Ações de tecnologia também se beneficiaram no pregão desta quinta, seguindo o movimento positivo no exterior.
Nos Estados Unidos, o índice Nasdaq, com maior composição de ações de tecnologia, registrou forte alta, tendo como pano de fundo a queda dos rendimentos dos títulos americanos. Houve um movimento de correção nos papéis, que enfrentaram fortes quedas nos últimos dias com a perspectiva de alta de juros nos EUA e o balanço decepcionante da Meta, dona do Facebook.