Painel com cotações na bolsa brasileira, a B3 (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 1 de julho de 2022 às 10h11.
Última atualização em 1 de julho de 2022 às 12h54.
Ibovespa hoje: após desabar 11% em junho, o principal índice da bolsa brasileira abre o segundo semestre em queda pressionado pelo risco fiscal e pelo temor de recessão – mesmos fatores que causaram a derrocada no mês passado.
O risco fiscal ganhou mais peso no humor dos investidores após o Senado aprovar, na noite de ontem, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que dribla a lei eleitoral e permite R$ 41,25 bilhões de novas despesas fora do teto de gastos. A medida vem sendo mal recebida pelo mercado, que teme o descontrole das contas públicas.
Inicialmente chamada de PEC dos Combustíveis, a proposta aumenta o auxílio-gás, cria um auxílio-gasolina para taxistas, amplia o valor e zera a fila do Auxílio Brasil e prevê um “voucher” de R$ 1 mil para caminhoneiros autônomos, que tem sido chamado de “Pix Caminhoneiro”.
A medida estressa o câmbio e o dólar comercial dispara mais de 1% contra o real, superando a marca de R$ 5,30 na máxima do dia.
No exterior, os principais índices americanos operam em baixa após o pior semestre desde 1970.
Investidores ainda estão apreensivos com a inflação e a consequente elevação de juros dos bancos centrais. O Federal Reserve(Fed, banco central americano) elevou a taxa em 0,75 ponto percentual em junho, no maior ritmo de aperto monetário em quase 30 anos. O temor é que as medidas, em última análise, causem uma recessão global.
As ações com maior peso do Ibovespa, as da Vale, operam em queda e ajudam a dar o tom negativo do índice. A mineradora recua mais de 3% acompanhando a queda do minério de ferro que caiu 6,9% na China. A commodity é prejudicada pelo temor de recessão global, que pode afetar a demanda. Siderúrgicas também operam em queda.
Os papéis da Fleury também recuam, devolvendo parte dos ganhos da véspera, quando o papel disparou 16%. O papel disparou após o anúncio de fusão com Hermes Pardini.
Na ponta positiva, os papéis da MRV lideram os ganhos e sobem mais de 4% após a empresa levantar R$ 349,4 milhões com duas operações de securitização de certificados de recebíveis imobiliários (CRI). Foram liquidadas as operações referentes à venda de carteira Pró-Soluto, informou a companhia em fato relevante.
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