Invest

Ibovespa nos 160 mil? Veja apostas do mercado após recordes do índice

Bancos e gestoras veem espaço para o Ibovespa seguir em alta até o fim do ano e em 2026

De olho no Ibovespa: com qual pontuação o índice deve terminar 2025? (Amanda Perobelli/Reuters)

De olho no Ibovespa: com qual pontuação o índice deve terminar 2025? (Amanda Perobelli/Reuters)

Publicado em 5 de novembro de 2025 às 06h17.

Instituições financeiras e casas de investimento mantêm uma leitura positiva para a o Ibovespa, que chegou aos 150 mil pontos esta semana e seguiu renovando recordes.

Mesmo com o ganho acumulado de mais de 25% no ano, bancos e gestoras ainda veem espaço para novas altas até o final de 2025 e também para 2026.

A atual pontuação do Ibovespa já está bem próxima da prevista pelo JP Morgan. O banco americano, em suas últimas projeções, via o índice chegar aos 155 mil pontos até dezembro.

Em relatório divulgado no final de outubro, as estrategistas Cinthya Mizuguchi e Emy Shayo Cherman apontam que o crescimento pode ser sustentado pela desaceleração da inflação e a possibilidade de início dos cortes na Selic.

Por seis semanas consecutivas, as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central, no relatório Focus, reduziram a estimativa de inflação de 2025, para 4,55%. A previsão para a Selic é de uma redução do atual patamar, de 15%, para 12,5% até  o final do ano que vem. 

As analistas do JPMorgan ainda citam o início do ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos, com expectativa de três reduções de juros pelo Federal Reserve (Fed), o banco central norte-americano, e a melhora no ambiente comercial entre EUA, China e Brasil, como outros pontos de suporte para a continuidade da alta do Ibovespa.

Por outro lado, o banco não descartou que um eventual fortalecimento do dólar, aumento de gastos públicos no Brasil e resultados corporativos abaixo do esperado, podem limitar o avanço do índice.

A análise é corroborada pelo Genial Investimentos. Para 2025, a projeção oficial da casa é de que o Ibovespa possa chegar aos 161.200 pontos este ano.

Filipe Villegas, estrategista de ações da Genial Investimentos, acredita que o índice pode encerrar o ano em um ponto intermediário entre o nível atual e a meta estipulada, a depender sobretudo do humor dos investidores internacionais e da continuidade do apetite global por ativos de risco.

'Novo regime macroeconômico' apoia alta

A perspectiva também é de otimismo na XP Investimentos. Em relatório divulgado nesta segunda, a corretora não fez projeções sobre onde o Ibovespa pode parar até o fim deste ano, mas mirou um avanço para até 170 mil pontos em 2026.

A XP também vê o "novo regime macroeconômico", com inflação em desaceleração e fim do ciclo de aperto monetário, como base para um movimento de valorização sustentado. A corretora acrescenta que a proximidade das eleições de 2026 tende a aumentar a volatilidade e o interesse dos investidores.

"O valuation segue atrativo, com o índice negociado a 9,3 vezes o lucro projetado", cita no documento.

Já o Santander adota uma postura neutra no curto prazo para o Ibovespa. O banco avalia que, embora o índice siga descontado e possa continuar se beneficiando do ingresso de capital estrangeiro, fatores como juros ainda elevados, incertezas fiscais e negociações comerciais entre Brasil e Estados Unidos podem gerar volatilidade nos próximos meses.

No médio prazo, porém, o cenário deve ser favorável, segundo as gestoras independentes. A Eleven Financial projeta o Ibovespa em 175 mil pontos em 2026, podendo atingir 190 mil pontos no cenário mais otimista.

Tese de alta para 2026

"Nosso target para 2025 era 150 mil (160 mil no cenário positivo). Para 2026, estabelecemos uma target de 175 mil pontos no relatório publicado em outubro. Além dos lucros que estão crescendo, principalmente fora de commodities, o valuation ainda é muito baixo. Isso explica o potencial elevado de retorno do Ibovespa", afirma Fernando Siqueira, head de research da Eleven Financial.

"Apesar da alta recente, o valuation ainda está bem abaixo da média historica. E estamos bem abaixo da média mundial. O corte de juros em 2026 deve ajudar a elevar o valuation do Ibovespa", complementa.

Ele destaca que o crescimento dos lucros, principalmente fora do setor de commodities, também deve continuar impulsionando o índice.

Entre os gestores, há quem veja chance do índice retrair antes de engatar este ano novas altas. Fernando Fontoura, sócio-fundador da Persevera Asset, avalia que boa parte do otimismo com o Brasil já está precificada e que o Ibovespa deve encerrar 2025 entre 135 mil e 140 mil pontos, refletindo uma fase mais conservadora.

Para 2026, porém, a gestora mantém forte viés positivo. Com o avanço do ciclo de corte de juros e a queda do dólar, Fontoura vê espaço para que o índice atinja entre 180 mil e 200 mil pontos, caso as incertezas evoluam de forma favorável.

"Falar de pontuação é sempre muito difícil, sempre muito desafiador, mas eu diria que são esses os patamares e temos um pouco dessa visão mais diferente, um pouco mais conservadora para o prazo mais curto, mas ainda bem otimista para o ano que vem", disse o gestor.

Acompanhe tudo sobre:Ibovespabolsas-de-valoresMercadosAções

Mais de Invest

Exclusivo: Black Friday impulsiona decisão de compra de carros, diz pesquisa

Mega-Sena: resultado do concurso 2.936; prêmio é de R$ 40,2 milhões

C&A lucra R$ 69,5 milhões no 3º tri, alta de 62% em um ano

Concorrente da Nvidia, AMD vê lucro crescer 61% no 3º tri, para US$ 1,2 bi