Painel de cotações na B3 (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 10 de maio de 2022 às 17h24.
Ibovespa hoje: o principal índice da B3 fechou esta terça-feira, 10, em queda, em dia marcado pela volatilidade na bolsa. Mais cedo, o Ibovespa chegou a subir mais de 1% acompanhando as bolsas americanas. Ao longo do pregão, no entanto, a perda de ânimo lá fora e o peso das ações ligadas ao minério de ferro chegaram a arrastar o índice para o negativo.
Nos Estados Unidos, as bolsas americanas também enfrentaram um dia de volatilidade. O clima, porém, foi majoritariamente positivo. Investidores aproveitam o pregão desta terça-feira para balancear posições após as vendas generalizadas dos últimos dias. Foram três pregões consecutivos de queda nos EUA, com o índice de tecnologia Nasdaq recuando mais de 4% apenas na véspera. Hoje, no entanto, os índices recuperaram parte das perdas, fechando em alta.
O avanço da inflação e o ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos – principais razões para as quedas recentes – continuam no radar. Mas, antes de tomar posições, o mercado aguarda amanhã a divulgação do CPI, um dos principais indicadores de inflação da economia americana. O índice pode oferecer mais subsídios para entender o ritmo de aperto monetário nos EUA.
Por aqui, investidores também se mantiveram atentos à política monetária enquanto aguardam novos dados de inflação. Hoje, o foco ficou com a divulgação da ata da última reunião do Copom, realizada na semana passada. No documento, os membros do Banco Central consideraram que "é apropriado que o ciclo de aperto monetário continue avançando significativamente em território ainda mais contracionista".
"A ata dá a impressão de que o Copom pode ir além de mais uma alta de 50 pontos base na próxima reunião, dado que as expectativas de inflação continuam altas", disse Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
Para amanhã, os holofotes devem ficar no IPCA, principal indicador de inflação no Brasil. Assim como o CPI nos EUA, o indicador deve balizar as expectativas do mercado para a próxima resposta do Copom à inflação.
Destaques de ações
Para além do cenário global de aumento de juros, a China é outra preocupação dos investidores. O minério de ferro voltou a fechar com perdas de 7% nesta madrugada com o aumento da preocupação sobre a demanda. O motivo está nas possíveis consequências de novas restrições para conter a pandemia na China.
A queda exerceu pressão adicional ao mercado brasileiro, que possui grande concentração de empresas de commodities. A mineradora Vale (VALE3), com a maior participação do Ibovespa, fechou o dia em queda, limitando os ganhos do índice.
Ações de siderúrgicas, também prejudicadas pelos preços mais baixos do minério, apresentaram forte queda. Outro ponto que prejudicou as empresas produtoras de aço é a notícia, divulgada nesta manhã, de que o governo brasileiro avalia zerar o imposto de importação sobre a liga. A medida pode aumentar a competição internacional no setor e derrubar os preços, o que prejudica as siderúrgicas.
CSN Mineração (CMIN3) liderou as perdas da sessão, seguida por Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3).
Na ponta positiva, as ações do Banco Inter (BIDI11) saltaram mais de 9%, com a melhora do humor do mercado sobre empresas de tecnologia. Nos Estados Unidos, o Nasdaq tem o melhor desempenho entre os principais índices de Wall Street, com investidores em busca de barganhas após a forte queda da véspera.
Por aqui, ações de empresas que vinham sendo penalizadas nos últimos pregões também aproveitaram para buscar recuperação.
A Via (VIIA3), que apresentou lucro líquido de R$ 86 milhões na última, contrariando o consenso de prejuízo, chegou a subir mais de 4% antes de perder força ainda na primeira hora de pregão. Nem mesmo os dados de vendas do varejo de março, que saltaram 4% na comparação anual, serviram de grande apetite para os papéis do setor.