Mercados

Ibovespa mostra indefinição com cena eleitoral

Investidores aproveitavam dados fracos da indústria chinesa como argumento para realizar lucros, após índice apurar ganhos de quase 6% nos últimos cinco pregões


	BM&FBovespa: às 11h30, o Ibovespa tinha variação negativa de 0,03 por cento, a 58.843 pontos
 (Nacho Doce/Reuters)

BM&FBovespa: às 11h30, o Ibovespa tinha variação negativa de 0,03 por cento, a 58.843 pontos (Nacho Doce/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2014 às 11h59.

São Paulo - O principal índice da Bovespa mostrava alguma volatilidade na manhã desta quinta-feira, conforme o cenário eleitoral persiste no centro das atenções e a oscilação das ações da Petrobras definia o sinal do pregão paulista - se negativo ou positivo.

Alguns investidores aproveitavam dados fracos da indústria chinesa como argumento para realizar lucros, após o Ibovespa apurar ganhos de quase 6 por cento nos últimos cinco pregões, embora o movimento não mostrasse muita força.

Às 11h30, o Ibovespa tinha variação negativa de 0,03 por cento, a 58.843 pontos. O volume financeiro somava 1,55 bilhão de reais.

Do calendário eleitoral, o PSB lançou na quarta-feira sua nova chapa presidencial, comandada pela ex-senadora Marina Silva, pregando união e afastando a pressão sobre a candidata para ela subir em palanques estaduais que a contrariem.

A principal influência para a trajetória do Ibovespa vinha das ações da Petrobras, que têm reagido à dinâmica eleitoral. O papel preferencial da petroleira chegou a subir mais de 1 por cento, mas passava a operar no campo negativo.

Há chance de investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) incluir a presidente da Petrobras na investigação de possíveis irregularidades na compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. "Noticiário negativo, porém, quem liga... Foco permanece eleitoral", escreveu a XP Investimentos, em nota a clientes.

Papéis do setor imobiliário avançavam, entre eles Rossi Residencial, um dia após o governo anunciar medidas para incentivar o crédito, com reflexos no setor. Analistas consideraram as medidas marginalmente positivas, mas citaram que o problema do setor está relacionado à fraqueza da economia e endividamento da população. O índice do setor imobiliário da bolsa ganhava 0,72 por cento.

Também chamavam a atenção os ganhos de ações de elétricas, com destaque para Eletropaulo e Energias do Brasil , com o índice do setor avançando 0,6 por cento.

Marfrig aparecia entre as maiores altas do Ibovespa. Na véspera, em entrevista à Reuters, o presidente-executivo da companhia, Sérgio Rial, disse que a empresa atingiu marcas históricas de abate de gado e de exportações de cortes em julho.

Na ponta negativa, MMX seguia liderando as perdas do índice, em meio a especulações sobre plano de pedido judicial - que a empresa negou - e anúncio de paralisação temporária de produção.

Vale citar que o papel também deve ficar de fora da próxima carteira do Ibovespa. Suzano recuava após o jornal O Estado de S.Paulo afirmar que a empresa "estaria de olho na compra de florestas da Queiroz Galvão no Maranhão por 1 bilhão de reais". Se confirmada a compra, o endividamento da empresa subiria para um nível bastante elevado, conforme análise da XP, lembrando que a empresa está em processo de desalavancagem. Procurada pela Reuters, a Suzano não quis comentar o assunto.

Acompanhe tudo sobre:EleiçõesEleições 2014IbovespaMercado financeiroPolítica no Brasil

Mais de Mercados

Por que a China não deveria estimular a economia, segundo Gavekal

Petrobras ganha R$ 24,2 bilhões em valor de mercado e lidera alta na B3

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol