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Ibovespa mantém rali, chega aos 129 mil pontos e tem 4º dia de recorde

Índice registra sexto pregão consecutivo no azul, na maior sequência positiva desde novembro do ano passado; dólar cai a 5,084

Painel da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

Painel da B3 | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 2 de junho de 2021 às 17h28.

Última atualização em 2 de junho de 2021 às 17h50.

O Ibovespa atingiu um novo recorde em mais um dia de rali na bolsa brasileira, encerrando esta quarta-feira, 2, em alta de 1,04%, aos 129.601,44 pontos — na máxima do dia. É a primeira vez que o índice supera a marca dos 129.000 pontos na história, e este já é o quarto pregão consecutivo em que o Ibovespa consegue superar seu próprio recorde. O índice acumula seis dias seguidos de alta, embarcando na maior sequência positiva desde novembro do ano passado.

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As responsáveis pela alta são, mais uma vez, as commodities, que contaram também com os ganhos dos grandes bancos. 

No setor de commodities, as perspectivas de recuperação econômica global continuam impulsionando os preços do minério de ferro e do petróleo. O minério de ferro subiu 0,3% no Porto de Qingdao, para 209,19 por tonelada, enquanto o petróleo Brent continuou acima da marca dos 70 dólares — subindo 1,51% no pregão de hoje. Já o petróleo WTI registrou alta de 1,54%.

Como resultado, Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3/PETR4) avançaram no dia. A mineradora subiu 1,41%, enquanto a petroleira teve forte alta de 4,96% nas ações ordinárias (PETR3) e de 2,82% nas preferenciais (PETR4). PetroRio (PRIO3) também surfou a onda do petróleo e subiu 3,15%.

Internamente, investidores continuaram repercutindo o resultado do PIB do primeiro trimestre divulgado na véspera, que veio acima das expectativas dos analistas. A notícia favorece ações de empresas que vinham descontadas na pandemia, como os grandes bancos — setor que representa quase 15% do índice.

As ações do Bradesco (BBDC3; BBDC4) subiram 2,97% e 3,92%, registrando as maiores altas do grupo. Banco do Brasil (BBAS3) teve ganhos de 3,59%, enquanto as units do Santander (SANB11) avançaram 1,54%.

Já o Itaú (ITUB4) teve alta de 3,33%. Vale lembrar que o banco realizou hoje o encontro “Itaú Day” para discutir estratégias com investidores. Os copresidentes do conselho de administração do banco, Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, afirmaram no evento que o Itaú precisa melhorar seu serviço ao cliente. 

Por outro lado, as ações da B3 (B3SA3) pesaram negativamente para o setor financeiro e também para o Ibovespa, caindo 3,90%. A forte desvalorização ocorreu após analistas do J.P. Morgan reduzirem a recomendação dos papéis de "compra" para "neutra".

No mercado local, investidores também estiveram de olho no resultado da produção industrial de abril, que saiu abaixo das estimativas. Divulgado hoje, o dado apresentou queda mensal de 1,3%, enquanto a expectativa era de crescimento de 0,1%. Esta foi a terceira queda mensal consecutiva.

"Estes dados vêm se contrapor aos dados do PIB do primeiro trimestre divulgados ontem, e apontam que a recuperação econômica ainda é incipiente de certa forma", diz em nota André Perfeito, analista-chefe da Necton.

O período foi marcado pela retomada de medidas de isolamento para conter a segunda onda do coronavírus. Ainda que o resultado tenha sido pior que o de março, houve um forte crescimento de 34,7% em relação ao mesmo período do ano passado, que capturou o auge da crise econômica do coronavírus.

Dólar

Mesmo com a produção industrial mais fraca que o esperado, o otimismo com o resultado do PIB se refletiu também no câmbio. O dólar comercial recuou 1,20% ante o real nesta quarta-feira, encerrando a sessão cotado a 5,084 reais. 

Em dois dias de forte baixa, a moeda americana acumula desvalorização de 2,70%. O dólar recua em seis das últimas oito sessões, acumulando perdas de 5,06% no período.

Destaques

Na bolsa, as ações da Braskem (BRKM5) ficaram com a segunda maior alta do dia em variação, subindo 4,82%. Como pano de fundo para a alta estão a disputa de até 15 interessados no processo de venda da petroquímica.

A BRF (BRFS3) esteve também entre as maiores altas do dia, subindo 4,11%. O movimento ganhou força após a companhia enfrentar um novo block trade (leilão agendado no mercado quando um grande investidor quer se desfazer de uma posição significativa de ativos) de 401,9 milhões de reais. 

No mercado, as especulações são de que a Marfrig (MRFG3) esteja por trás das compras das ações da BRF nesses leilões. Os papéis da Marfrig encerraram o dia em alta de 2,60%.

Maiores altas

Maiores quedas

PetrobrasPETR3

4,96%

B3B3SA3

-3,90%

BraskemBRKM5

4,82%

SulAméricaSULA11

-3,35%

BRFBRFS3

4,11%

LocamericaLWSA3

-3,16%

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