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Ibovespa: recessão nos EUA volta a assustar e bolsa brasileira tem ganhos reduzidos

Índice brasileiro chegou a subir 1,5% no fim da manhã, mas encerrou a sessão com alta de apenas 0,38%, após virada nos EUA

Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 18 de julho de 2022 às 10h34.

Última atualização em 18 de julho de 2022 às 17h28.

Com a virada nos mercados externos, o Ibovespa perdeu força nesta segunda-feira, 18, e o dólar voltou a ganhar valor frente ao real. Durante a manhã, o principal índice da bolsa chegou a subir mais de 1%, acompanhando o apetite ao risco no mercado internacional, com investidores reduzindo as apostas de uma alta de juros mais forte por parte do Federal Reserve (Fed). No entanto, o saldo final foi bem mais modesto: valorização de 0,38% no índice brasileiro.

  • Ibovespa: + 0,38%, 96.916 pontos
  • S&P 500 (EUA): - 0,84%

A virada no mercado americano foi marcada pela piora no desempenho das ações de consumo e tecnologia nos Estados Unidos. Os índices S&P 500 e Nasdaq registraram alta no início da sessão, mas trocaram de rumo e fecharam o dia com perdas em torno de 0,8%.

Os mercados trocaram de sinal após a divulgação de notícia, pelo site Bloomberg, de que a Apple (AAPL34) pretende reduzir o ritmo de investimentos e contratações para se preparar para a crise global. Os papeis da empresa de tecnologia fecharam em queda de 2%.

A piora nos planos contrastou com as expectativas mais otimistas que moveram o mercado pela manhã. Na última semana, a probabilidade de uma aceleração da alta de juros nos Estados Unidos chegou a superar 80%, com dados acima do esperado para a inflação. Mas as apostas de manutenção do ritmo 0,75 p.p. passaram a ganhar força no fim da última semana, com declarações do presidente do Fed de Saint Louis, James Bullard, desfavoráveis à elevação mais dura.

Bullard foi o único entre os membros votantes do Fed a defender um aperto mais agressivo no início do ciclo de ajustes. As chances para uma alta de 0,75, que levaria o juro americano para o intervalo entre 2,25% e 2,50% estão próximas de 70% nesta segunda contra 30% de uma alta para entre 2,50% e 2,75%, segundo monitor do CME Group.

"Os mercados se acalmaram com a consolidação da ideia de que o Fed vai subir os juros em 0,75 p.p.", disse Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, em morning call desta segunda.

A sinalização de redução de gastos da Apple, no entanto, acendeu o alerta de que as próprias empresas já estão se preparando para um cenário contracionista, causado pela alta dos juros. Esse sentimento foi determinante também para uma virada na cotação do dólar.

De manhã, a moeda dos Estados Unidos chegou a cair mais de 0,5%, mas encerrou o dia com alta de 0,4%.

  • Dólar: + 0,39%, R$ 5,426

Apesar de ter perdido força, o Ibovespa ainda conseguiu preservar um resultado positivo, em razão da alta das empresas de commodities. Essas empresas são beneficiadas pela postura menos agressiva do Fed, e são consideradas um hedge natural contra a inflação. O minério de ferro fechou em alta nesta madrugada, enquanto o petróleo brent salta mais de 4%, voltando a se firmar acima de US$ 100 por barril.

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Ações em destaque 

Vale e Petrobras, com as duas maiores participações no Ibovespa, deram a sustentação para índice nesta segunda, embora esses papeis também tenham perdido força ao longo do dia. Outras petrolíferas e ações de siderúrgicas, também beneficiadas pela apreciação do minério de ferro, apresentaram valorização nesta segunda-feira.

Já as ações da EZTEC caem mais de 5% e lideram as perdas do Ibovespa, com investidores reagindo à prévia operacional do segundo trimestre, divulgada pela companhia na noite de sexta-feira, 15. As vendas líquidas da EZTEC caíram 20% na comparação anual, de R$ 286 milhões para R$ 229 milhões. Os lançamentos caíram de 15% no mesmo período, passando de R$ 928 milhões em valor geral de vendas (VGV) para R$ 787 milhões.

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