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Ibovespa hoje: índice opera entre perdas e ganhos em dia de alta da inflação nos EUA

Índice de Preço ao Consumidor salta para 9,1% no acumulado de 12 meses e alimenta expectativa de alta de juros mais agressiva

Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 13 de julho de 2022 às 10h47.

Última atualização em 13 de julho de 2022 às 17h01.

O Ibovespa opera entre perdas e ganhos nesta quarta-feira, 13, reagindo negativamente aos números de inflação nos Estados Unidos. 

Apesar da primeira reação negativa, as bolsas americanas amenizaram a baixa, o que ajudou o Ibovespa a recuperar parte das perdas. O índice também se beneficia da alta nos papéis da Ambev (AMBE3), que disparam mais de 6%. Na mínima, o Ibovespa recuou aos 97.402 pontos.

  • Ibovespa: - 0,17%, 98.140 pontos

Nos EUA, a divulgação do Índice de Preço ao Consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) de junho reforçou as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) terá que intensificar ainda mais seu aperto monetário para conter a inflação.

O CPI para o último mês ficou em 1,3%, superando o consenso de mercado de 1,1%. Já o CPI acumulado de 12 meses saltou de 8,6% para 9,1% – 0,3 ponto percentual acima das expectativas de mercado. O nível de inflação é o maior para os Estados Unidos desde 1981, segundo a Bloomberg.

"O que preocupa é o fato de a inflação estar bastante espalhada. Commodities tem um grande peso, mas mesmo excluídas as de alimentos e energia, o índice segue acelerando. A inflação de serviços segue acelerada, o que tende a gerar uma ação mais consistente e abrangente. Essa leitura exerce grande pressão sobre o Fed, que não deve tirar o pé do acelerador", disse Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

A chance de que o Fed tenha que acelerar a alta de juros de 0,75 ponto percentual para 1 ponto percentual na próxima reunião, daqui a duas semanas, saltou para próximo de 40% nesta manhã. Se confirmada, a alta de juros irá elevar o patamar atual entre 1,50% e 1,75% para o intervalo de 2,50% e 2,75%. A probabilidade do aperto mais duro era de pouco mais de 7% na véspera e de 0% na semana passada.

Mesmo com o dado vindo pior que o esperado, as bolsas americanas se afastam das mínimas e registram quedas moderadas. O mesmo fenômeno foi observado no câmbio. No momento da divulgação do CPI, a moeda americana avançou forte contra o real, para depois virar para queda acompanhando o movimento externo do dólar.

  • Dólar comercial: - 0,61%, a R$ 5,406
  • Dow Jones (Nova York): - 0,54%
  • S&P 500 (Nova York): - 0,39%
  • Nasdaq (Nova York): - 0,11%

Para Fernanda Consorte, economista-chefe do Banco Ourinvest, a explicação está na volatilidade. "Ainda que tenha vindo pior que o esperado, os investidores já estavam com uma expectativa negativa para o CPI. Como o [preço] foi colocado na conta anteriormente, o mercado acaba realizando no fato. É o mesmo que ocorre com a PEC. É puramente volatilidade", avalia.

Ações em destaque na bolsa

A maior probabilidade de juros ainda mais altos nos Estados Unidos afeta o mercado de commodities, com investidores se antecipando a seus possíveis efeitos na demanda, com desaceleração da economia.

O preço do barril de petróleo, que era negociado acima de US$ 100 antes da divulgação, caiu para a mínima desde abril ao ser negociado abaixo de US$ 99. A desvalorização pressiona ações do setor, que voltam a figurar entre as maiores quedas do Ibovespa.

Na ponta positiva, a Ambev (ABEV3) dispara quase 5% e impulsiona o índice para o campo positivo. A alta vem após analistas do J.P. Morgan elevarem a recomendação dos papéis de neutra para compra, sob expectativas de que as recentes quedas das commodities alivie a pressão de custos sobre a empresa.

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