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Ibovespa supera os 158 mil pontos e renova recorde de fechamento

O avanço da Vale e do setor bancário, e a expectativa de corte de juros pelo Fed (banco central dos Estados Unidos), sustentaram a alta do índice

O fechamento do Ibovespa na sessão desta quarta também foi o melhor desde o dia 12 de novembro. quando o índice interrompeu 15 altas seguidas e uma sequência de 12 recordes de fechamento (Germano Lüders/Exame)

O fechamento do Ibovespa na sessão desta quarta também foi o melhor desde o dia 12 de novembro. quando o índice interrompeu 15 altas seguidas e uma sequência de 12 recordes de fechamento (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 26 de novembro de 2025 às 18h29.

Última atualização em 26 de novembro de 2025 às 18h50.

O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira, 26, com alta de 1,70%, aos 158.554 pontos, renovando o recorde histórico nominal de fechamento. Durante o dia, o principal índice acionário da B3 deu sequência à série positiva dos últimos dois dias e alcançou também uma nova máxima intradiária ao ultrapassar os 158.713 pontos pela primeira vez na história.

O avanço da Vale (VALE3), das ações do setor bancário e a expectativa de corte de juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) sustentaram a alta do Ibovespa em um ambiente mais construtivo para ativos de risco.

O real também se beneficiou dessa conjuntura com o forte recuo do dólar, refletindo também os dados fracos de emprego nos Estados Unidos e as falas mais dovish de dirigentes do BC. A moeda fechou as negociações com queda de 0,77%, a R$ 5,335, o menor valor desde o dia 19 de novembro.

"Fica claro que o apetite ao risco colabora com a queda de prêmio nas taxas de juros mais longas, o que favorece a bolsa brasileira", disse Bruno Perri, economista-chefe, estrategista de investimentos e sócio-fundador da Forum Investimentos.

O fechamento do Ibovespa na sessão desta quarta também foi o melhor desde o dia 12 de novembro. quando o índice interrompeu 15 altas seguidas e uma sequência de 12 recordes de fechamento, aos 157.749 pontos.

A expectativa por mais um corte de juros nos EUA também beneficiou os principais índices de Nova York que ampliaram a alta da abertura na véspera do feriado do Dia de Ação de Graças. O Dow Jones subiu 0,67%, seguido pelo S&P 500, que ganhou 0,69%.

O crescimento foi ainda maior no Nasdaq, que avançou 0,82% com apoio também das ações do setor de tecnologia. Foi a quarta alta consecutiva das bolsas americanas.

"O movimento de apetite por risco nas bolsas americanas hoje reflete fundamentalmente a redução nas taxas das treasuries, com sinais de dirigentes do Fed estimulando apostas de corte de juros na reunião de dezembro, e por indicadores de atividade, como os pedidos iniciais de seguro-desemprego e as encomendas de bens duráveis, que continuam sinalizando à desaceleração da economia americana", afirmou Perri.

Os pedidos iniciais de seguro-desemprego nos EUA somaram 216 mil na semana encerrada no dia 22 de novembro, de acordo com o Departamento do Trabalho do país. O total de pedidos ficou abaixo do consenso dos analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que apontava para 225 mil novos pedidos.

Ao longo do dia, o mercado também acompanhou a divulgação do Livro Bege, realizada pelo BC dos EUA. O documento apontou que a atividade econômica americana ficou praticamente estável, mas com sinais mais nítidos de enfraquecimento no mercado de trabalho no país em relação ao relatório anterior, de outubro.

"O mercado de trabalho passa por essa situação de low hire, low fire, um congelamento do mercado de trabalho com uma menor contratação, mas também uma menor taxa de demissão, ao invés de demissões em massa, propriamente ditas", disse Bruno Yamashita, analista de alocação e inteligência da Avenue, sobre o Livro Bege.

Segundo o especialista, o relatório do Fed também indicou que o consumo das famílias está "um pouco incerto" e indica uma queda, principalmente de bens não-essenciais, enquanto a pressão de custo continua, mas ainda não é certa que ela está sendo repassada na ponta final para os consumidores.

O foco está nos juros nos EUA

A perspectiva de um novo corte na taxa de juros dos EUA também segue no radar do mercado global. O otimismo com a flexibilização da política monetária leva em conta os novos dados econômicos divulgado nesta terça, 25, que sugeriram uma certa fraqueza da economia americana.

A possibilidade de um corte impulsionou também as bolsas asiáticas. O Nikkei 225, do Japão, encerrou o dia com alta de 1,8%, com avanço das principais exportadoras e das ações de tecnologia. Na Coreia do Sul, o Kospi também subiu 2,7%, assim como o Taiex de Taiwan, que avançou 1,9%.

Apenas na China os resultados foram mistos. O índice Hang Seng de Hong Kong subiu 0,1%. Enquanto o Xangai Composto recuou 0,15%, e o Shenzhen Composto subiu 0,3%. O índice S&P/ASX 200 da Austrália fechou com alta de 0,8%, e o S&P/NZX 50, da Nova Zelândia, avançou 0,6%.

As bolsas europeias também operaram em alta nesta quarta-feira (26) de olho também no orçamento de outono no Reino Unido e nas negociações de um acordo de paz na Ucrânia. O índice pan-europeu Stoxx 600 encerrou em alta de 1,04%. O FTSE 100, do Reino Unido, ganhou 0,85%, assim como o DAX, da Alemanha, que subiu e o CAC 40, da França, valorizou 0,83%.

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