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Ibovespa sobe menos que NY, mas fecha em alta após 4 quedas seguidas

Principal índice acionário subiu 0,33%, depois de ter caído quase 2% na semana passada. Mas avanço foi ainda maior nos EUA com big techs e juros no foco

Painel de cotações da B3  |  Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações da B3 | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 24 de novembro de 2025 às 18h52.

Última atualização em 24 de novembro de 2025 às 18h59.

O Ibovespa voltou a avançar nas negociações desta segunda-feira, 24, ao fechar em alta de 0,33%, aos 155.277 pontos, depois de ter caído quase 2% na semana passada.

Essa ligeira alta tem relação com a perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) corte os juros novamente em dezembro por conta de declarações mais "dovish" de autoridades monetárias.

Segundo a ferramenta FedWatch do CME Group, o mercado elevou as apostas de que o BC dos EUA reduzirá os juros para a faixa de 3,50% e 3,75% na reunião do dia 10 dezembro, projeção que hoje reúne 85,1% das probabilidades.

A possibilidade de um novo corte ajudou a dar fôlego para os ativos de risco no Brasil e, principalmente nos Estados Unidos. O índice Dow Jones encerrou em alta de 0,44%,  enquanto o S&P 500 avançou 1,55%. O Nasdaq subiu ainda mais e fechou as negociações com alta de 2,69%, apoiado nas ações do setor de tecnologia.

As ações da Alphabet subiram 6,31%, assim como outros ativos ligados à inteligência artificial (IA), caso da Broadcom, que subiu 11,10%, e Nvidia, que recuou na semana passada em meio à cautela pré e pós-balanço, mas subiu 2,05% na sessão desta segunda.

"Lá fora, o clima é mais positivo. A Nasdaq, que já havia engatado uma recuperação na sexta, segue firme. Na semana passada, o mercado viveu um verdadeiro vai e vem emocional por causa da Nvidia", afirmou Alison Correia, analista de investimentos e cofundador da Dom Investimentos.

De acordo com o especialista, aqui no Brasil um dos destaques positivos foram as varejistas, que subiram nas negocições com a possibilidade de aumento de vendas nesta sexta, 28, com a Black Friday.

As Casas Bahia (BHIA3), por exemplo, subiram 11,11% e lideram as altas do dia. Assaí (ASAI3) também avançou 3,88%, a C&A (CEAB3) subiu 2,92%, assim como o Magazine Luiza (MGLU3), que teve alta de 2,80%.

Por outro lado, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4), de peso no índice, ficaram perto da estabilidade, com queda de 0,09%. As ordinárias da Vale (VALE3) também recuaram 0,11%.

"Hoje o dia ficou praticamente de lado, o mercado aguarda os indicadores importantes que devem sair ao longo da semana, em especial na quarta-feira, e também é uma semana de menor liquidez, já que há feriado na quinta-feira lá nos Estados Unidos", disse Gabriel Mollo, analista de investimentos da Daycoval Corretora.

Segundo Mollo, o mercado também monitora uma possível retaliação do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) por causa da indicação de Jorge Messias ao Supremo Tribunal Federal (STF).

"Por hora o mercado ainda está tentando entender se vai haver pautas bombas ou algo do gênero e isso também é um ponto de atenção e por isso o mercado não engatou uma alta mais forte já que lá fora subiu ao longo do pregão", disse o operador.

Na agenda política, a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro, no último sábado, não fez preço. Também não há sinais por ora de que o presidente dos EUA, Donald Trump, reveja sua decisão de revogar parte das tarifas extras de 40%.

Nas negociações desta segunda, como de costume, os investidores também voltam suas atenções para o Boletim Focus, que atualiza projeções de inflação, juros e crescimento e costuma balizar as expectativas do mercado.

Na semana passada, pela primeira vez, os economistas passaram a prever inflação abaixo do teto da meta para o final de 2025. No novo boletim, o mercado reduziu ainda mais o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ao mudar a projeção de 4,46% para 4,45% até o fim deste ano.

Outra novidade é que os analistas reduziram também as projeções para a Selic, a taxa básica de juros, em 2026. Para 2025, a projeção ficou em 15%, enquanto para o ano a estimava é de 12% ante 12,15%.

Bolsa deve encerrar 2025 em alta

De acordo com os agentes, o mercado entrou nesta segunda na reta final e as bolsas deram sinais de recuperação.

Em relatório, o Itaú BBA apontou que se os setores da Bolsa continuarem acima das médias de 21 dias, a tendência de alta segue firme.

"Será crucial acompanhar se os índices setoriais da B3 manterão a tendência de alta, ou seja, se continuarão negociando acima de suas médias de 21 dias. Enquanto a maioria — ou todos — estiver acima dessas médias, o cenário altista para um rally de fim de ano permanece válido. Como proceder? Disciplina será essencial. O mercado brasileiro pode manter sua trajetória de alta independentemente do cenário externo, mas o desafio será maior", afirmou a instituição financeira.

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