Mercado centra nos temas domésticos com feriado nos EUA (Germano Luders/Exame)
Redação Exame
Publicado em 17 de novembro de 2025 às 18h42.
O Ibovespa encerrou as negociações desta segunda-feira, 17, em queda de 0,47%, aos 156.992 pontos. O principal índice acionário da B3 chegou a rondar a estabilidades e atingir os 157.900 pontos na máxima intraday, mas passou a cair pressionado pelas ações do setor bancário e o movimento de aversão ao risco.
Os papéis preferenciais, com prioridade no recebimento de dividendos, do Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) recuaram 0,77% e 0,74%, respectivamente.
As units do Santander (SANB11) também caíram 0,86%, acompanhado pelas do BTG (BPAC11), que cederam 0,77%. A exceção foram as ordinárias, com direito a voto, do Banco do Brasil (BBAS3), que subiram 0,27% depois de passaram a maior parte do rpegão em queda. A Vale, por outro lado, que chegou a impedir uma queda maior do índice, também teve leve queda de 0,08%.
O recuo no índice também indica que os investidores ajustaram posições em meio a uma agenda de eventos carregada, principalmente nos Estados Unidos.
Há certa cautela sobre a trajetória dos juros no país que alimenta uma aversão ao risco nos mercados globais. Os operadores aguardam a volta dos dados após o maior shutdown da história dos EUA, com a divulgação neste segunda dos números de gastos com construção de agosto e dos discursos de vários dirigentes do Federal Reserve (Fed), o banco central americano.
A incerteza sobre o futuro da política monetária também pressionou o real, que caiu frente ao dólar. A moeda norte-americana subiu 0,66%, vendida a R$ 5,331.
A bolsa brasileira também acompanhou o tom negativo dos principais índices de Nova York, que recuaram ainda mais. O Dow Jones cedeu 1,18%, assim como S&P 500, que perdeu 0,92%. O Nasdaq recuou 0,84%.
Segundo Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, as perdas foram mais intensas nos EUA por conta das ações de empresas de tecnologia. "É possível que o movimento esteja relacionado a preocupações com um excesso de investimentos no setor, levando investidores a realizarem lucros acumulados", diz Mattos.
"A maior aversão global a riscos prejudicou o desempenho de ativos arriscados, como ações, commodities e moedas de economias emergentes, como o real", complementou.
O ambiente de cautela também pesou nas negociações das bolsas asiáticas, que fecharam em queda. O índice Nikkei, do Japão, caiu 0,10%; assim como o Hang Seng, de Hong Kong, que cedeu 0,7%, e o Xangai Composto, queda de 0,46%. Na China e no Japão pesaram as tensões geopolíticas entre os dois países.
O conflito eclodiu após a líder japonesa, Sanae Takaichi, dizer aos parlamentares neste mês que um ataque chinês a Taiwan, que ameaçasse a sobrevivência do Japão, poderia desencadear uma resposta militar.
Em resposta, o Ministério da Defesa da China afirmou que o Japão sofrerá uma "derrota esmagadora" nas mãos de militares chineses se tentar usar a força para intervir na ilha. Os embaixadores foram convocados para consultas sobre a crise diplomática.
O Taiex, principal índice de Taiwan, registrou alta de 0,2%. O movimento também foi seguido pelo sul-coreano Kospi, que subiu 1,94%.
O receio com o futuro dos juros nos EUA e com o balanço da Nvidia também atingiu os principais índices de ações europeus, que fecharam em baixa. O índice Stoxx 600 caiu 0,53%, assim como o FTSE 100, de Londres, que recuou 0,24%. O alemão DAX cedeu 1,20%, seguido pelo CAC 40, da França, com queda de 0,63%.