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Ibovespa hoje: índice fecha em alta em dia balanços nos EUA e juros na Europa

BCE surpreende o mercado em primeira elevação de juros em 11 anos e tira taxa de depósito do campo negativo

Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 21 de julho de 2022 às 10h38.

Última atualização em 21 de julho de 2022 às 17h46.

Em pregão volátil, o Ibovespa encerrou esta quinta-feira, 21, em alta, acompanhando o pregão agitado no exterior. 

No início do dia, o índice operou em queda após o Banco Central Europeu (BCE) de elevar os juros em 0,50 ponto percentual. Ao longo do dia, no entanto, o foco voltou para a temporada de balanços nos Estados Unidos, que segue surpreendendo positivamente. 

  • Ibovespa: + 0,76%, 99.033 pontos

No campo macroeconômico, a alta de juros na Europa foi ainda mais agressiva que a de 0,25 p.p. esperada pela maior parte do mercado – e sinalizada no comunicado da última reunião.

O BCE afirmou, em comunicado, que considerou mais adequado "dar um primeiro passo mais amplo do que sinalizado na trajetória de normalização das taxas de juros". A autoridade monetária informou ainda que "será adequada uma maior normalização das taxas de juro" nas próximas reuniões de política monetária.

A alta surpreendeu, mas não conseguiu apagar a tendência positiva vinda dos Estados Unidos. Por lá, o foco segue sendo a temporada de balanços, desta vez de olho na Tesla (TSLA34), que disparou 9% após apresentar seu resultado do segundo trimestre.

  • Tesla (TSLA): + 9,78%
  • Tesla BDR (TSLA34): + 9,45%

A empresa de carros elétricos teve lucrou de US$ 2,3 bilhões no período, o que representa uma alta de 98% em base anual. A Tesla informou ainda que vendeu 75% de suas compras de bitcoin, adicionando US$ 936 milhões em caixa ao balanço.

Impulsionado pela Tesla, o índice de tecnologia Nasdaq teve a maior alta entre os principais de Wall Street. 

  • Dow Jones (Nova York): + 0,51%
  • S&P 500 (Nova York): + 0,99%
  • Nasdaq (Nova York): + 1,36%

No câmbio, por outro lado, o cenário de aversão a risco permaneceu, com investidores avaliando os impactos das altas de juros implementadas pelo BCE, na Europa, e pelo Federal Reserve (Fed), nos Estados Unidos. 

Existe a preocupação de que a economia europeia sofra com as altas de juros. "Uma política monetária mais agressiva pode ter impacto relevante na atividade econômica da Europa, que já está prejudicada em ritmo bastante moderado", disse em nota Camila Abdelmalack economista chefe da Veedha Investimentos.

A maior aversão ao risco também favoreceu os comprados em dólar no mercado brasileiro, com a moeda americana subindo no terceiro dos últimos quatro pregões. Na máxima do dia, o dólar foi negociado a R$ 5,51.

  • Dólar comercial: + 0,66%, R$ 5,497

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Ações em destaque

A elevação de juros na Europa derrubou as ações de commodities, em especial associadas ao petróleo. A preocupação é com a possível queda de consumo em um cenário de desaceleração econômica

A petroleira privada 3R Petroleum (RRRP3) ficou entre as maiores perdas do Ibovespa, caindo quase 4%. Já a Petrobras (PETR3/PETR4) chega a cair cerca de 1%, às vésperas do relatório de produção do segundo trimestre que será divulgado após o fechamento do mercado.

No caso da estatal, também estão no radar as renomeações de nomes para o Conselho que foram inicialmente reprovados pelo comitê de elegibilidade. A decisão, tomada na última noite, foi criticada por analistas do UBS-BB.

"Acreditamos que o anúncio reforça a visão de que as preocupações do ponto de vista de governança permanecem - e, portanto, os riscos para o que está por vir após as eleições também podem ser maiores do que as proteções [de governança] sugeriram”, afirmaram.

Entre as maiores desvalorizações ainda estiveram os papéis da Klabin (KLBN11), de celulose, que chegou a cair quase 5% no início do dia. A queda, que destoa da desvalorização de sua concorrente Suzano (SUZB3), ocorre após a Klabin aprovar o plano para a construção de uma nova fábrica de papelão ondulado, o Projeto Figueira. A empresa espera gastar R$ 1,57 bilhão no investimento, com potencial de resgatar R$ 200 milhões em impostos.

O valor foi considerado elevado por analistas do Itaú BBA.  "De acordo com nossos cálculos preliminares, o projeto não parece ser um acréscimo do ponto de vista financeiro. O Capex parece maior do que as transações anteriores de M&A no setor, sendo que o projeto não parece engrandecedor à primeira vista", afirmaram em relatório.

Na ponta positiva do índice, a Positivo (POSI3), de tecnologia, acompanhou o movimento nos EUA. Rede D’Or (RDOR3), SulaAmérica (SULA11) e Banco Pan (BPAN4) também subiram.

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