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Ibovespa fecha em queda de 1,25% meio à cautela com tarifas; dólar cede e vai a R$ 5,70

Bolsas americanas mudam de direção e fecham em alta após maior parte do pregão no território negativo; S&P 500 tem sua maior recuperação diária desde outubro de 2022

Carolina Ingizza
Carolina Ingizza

Redatora na Exame

Publicado em 31 de março de 2025 às 10h26.

Última atualização em 31 de março de 2025 às 17h27.

O Ibovespa fechou a segunda-feira, 31, em queda, refletindo o clima negativo nos mercados globais, em meio aos temores sobre as novas tarifas dos Estados Unidos.

O principal índice da Bolsa brasileira fechou o dia em baixa de 1,25%, a 130.259 pontos, próximo das mínimas do dia, depois de oscilar entre 130.114 e 131.900 pontos.

O presidente Donald Trump deve anunciar novas medidas comerciais na quarta-feira, 2 de abril, data que tem sido chamada de "Dia da Libertação". Durante o fim de semana, o presidente americano afirmou que as tarifas seriam voltadas a todos os países.

Enquanto o mercado de ações seguiu o humor internacional, o real se destacou entre as moedas globais. O dólar teve forte recuo frente a divisa brasileira, com queda de 0,98%, retomando o patamar dos R$ 5,70.

Até o começo da tarde, a formação da taxa Ptax ajudou o movimento. A taxa definida hoje servirá de referência para a liquidação de contratos futuros no início de abril. "Em pregões como esse, é natural ter mais volatilidade nas cotações pela disputa em quem está mais comprado e mais vendido", pondera um operador.

A apreciação do real se intensificou à tarde, quando o dólar americano perdeu força em relação às outras divisas.

Ibovespa hoje

  • IBOV (fechamento): -1,25%, a 130.259 pontos
  • Dólar hoje: -0,98%, a R$ 5,7053

No radar

Na agenda doméstica, as projeções dos analistas para o câmbio foram revisadas para baixo pela terceira vez consecutiva em 2025, conforme divulgado no Relatório Focus do Banco Central nesta segunda-feira. A previsão para o dólar caiu de R$ 5,95 para R$ 5,92. Já a projeção para inflação este ano ficou em 5,65%. A projeção do PIB, por sua vez, saiu de 1,98% para 1,97%.

Nos Estados Unidos, num pregão volátil, as perdas no mercado acionário da parte da manhã e do começo da tarde deram lugar a valorizações mais para o fim da tarde. O S&P 500 fechou em alta de 0,6%, marcando a sua maior recuperação intraday desde outubro de 2022, segundo dados da Dow Jones Market Data – uma mostra da falta de direção dos investidores em meio às incertezas tarifárias e seus impactos sobre a economia global. O índice Dow Jones avançou 1%, enquanto a Nasdaq, fechou em baixa de apenas ,1%.

Na Ásia, os mercados já haviam encerrado o dia em forte baixa, com o Nikkei 225 do Japão recuando 4,05%, entrando em território de correção. Já na China, o CSI 300 perdeu 0,71%, e o Hang Seng de Hong Kong caiu 1,31%.

Os mercados europeus também ficaram no território negativo. O índice Stoxx Europe 600 recuou 1,51%, com todos os setores em território negativo. O DAX, da Alemanha, liderou as perdas, com recuo de 1,33%. O setor automotivo foi o mais afetado, com ações de empresas como Volkswagen, Mercedes-Benz  e Renault encabeçando as baixas.

A taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da Alemanha desacelerou para um avanço anual de 2,2% em março, ante 2,3% em fevereiro, segundo levantamento preliminar divulgado nesta segunda-feira, 31, pelo Destatis, o escritório de estatísticas do país. O resultado deste mês veio acima da previsão de analistas consultados pela FactSet, que indicava alta de 2,1% no período.

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