Redação Exame
Publicado em 30 de julho de 2025 às 17h45.
Última atualização em 30 de julho de 2025 às 18h33.
Depois de operar durante a manhã no negativo, o Ibovespa passou a registrar alta após a assinatura do tarifaço de Trump ao Brasil. A ordem executiva do presidente americano veio com uma série de isenções às tarifas de 50% que serão aplicadas às importações no país – ou seja, veio mais 'light' que o esperado.
O índice fechou em alta de 0,95%, aos 133.989 pontos, depois de ter batido máxima com alta de mais de 1%. No mercado cambial, no entanto, o dólar fechou também em alta de 0,35% a R$ 5,589.
Setores como alimentos e aviação foram isentados. A Embraer, que vinha falando sobre os impactos catastróficos da medida, e operava em baixa, passou a reduzir a queda e fechou em alta de mais de 10%.
A virada ocorreu a despeito da mudança de direção nas bolsas americanas, que passaram a cair, depois de o Federal Reserve (Fed) ter mantido as taxas de juro nos Estados Unidos pela quinta reunião consecutiva. No fechamento, o S&P 500 recuou 0,12% e o Dow Jones, 0,38%, enquanto o Nasdaq 100 caiu 0,15%.
Num dia de agenda cheia, o Copom anuncia sua decisão às 18h30, com expectativa de manutenção da Selic em 15% ao ano. O mercado espera decisão unânime.
O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) recuou 0,77% em julho, segundo dados divulgados nesta manhã pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
A queda foi menor que a registrada em junho (-1,67%) e refletiu, entre outros fatores, pressões maiores nos preços de matérias-primas como petróleo e minerais. No acumulado de 2025, o índice tem baixa de 1,70%, mas avança 2,96% nos últimos 12 meses.
Já nos EUA, a agenda econômica trouxe dois dados relevantes nesta manhã. O relatório da ADP mostrou a criação de 104 mil vagas no setor privado em julho, número acima das expectativas do mercado, o que reforça sinais de resiliência no mercado de trabalho americano. Pouco depois, às 9h30, foi divulgada a primeira leitura do PIB dos EUA no segundo trimestre, que apontou um crescimento anualizado de 2,8%, também acima do consenso.
No fim do dia, os olhos se voltam para os balanços de Meta, Microsoft, Qualcomm e Ford, todos divulgados após o fechamento de Nova York.
A Meta foi a primeira a divulgar seus números e voltou a superar as expectativas do mercado com um segundo trimestre de resultados fortes, impulsionados pelo crescimento da sua divisão de publicidade. O lucro por ação (EPS) da Meta no segundo trimestre foi de US$ 7,14, bem acima dos US$ 5,88 projetados por analistas e dos US$ 5,16 registrados no mesmo período de 2024.
Para fechar o dia, a China divulga os PMIs industrial e de serviços de julho às 22h30.
As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta quarta-feira, 30, em meio à cautela dos investidores com as negociações comerciais entre Estados Unidos e China. Apesar do anúncio de que os dois países concordaram em estender a trégua tarifária, a decisão final ainda depende do presidente Donald Trump.
O índice Nikkei 225, do Japão, encerrou o dia estável, enquanto o Topix subiu 0,4%. Na Coreia do Sul, o Kospi avançou 0,74%, puxado por ações de tecnologia. O S&P/ASX 200, da Austrália, ganhou 0,6% com dados de inflação mais fracos que reforçam a expectativa de corte de juros. Na China continental, o CSI 300 ficou estável, e o Hang Seng, de Hong Kong, recuou 1,3%.
Na Europa, os mercados operaram com cautela, apoiados pela divulgação de balanços corporativos. O CAC 40, da França, subiu 0,06%; o DAX, da Alemanha, ganhou 0,28%; e o índice europeu Stoxx 600 caiu 0,01%. Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,02%.