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Ibovespa renova máxima histórica e sobe 6,28% em agosto

O dólar, que teve dois dias seguidos de queda, nesta sexta-feira, 29, fechou em alta cotado a R$ 5,422

Ibovespa: inflação dos EUA anual ainda está acima da meta (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Ibovespa: inflação dos EUA anual ainda está acima da meta (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 29 de agosto de 2025 às 14h30.

Última atualização em 29 de agosto de 2025 às 17h27.

O principal índice da Bolsa brasileira, o Ibovespa, renovou máxima histórica nesta sexta-feira, 29, com alta de 0,26% aos 141.422 pontos. No mês de agosto o índice subiu 6,28% e no ano de 2025 avançou 17,57%.

No Brasil, investidores acompanham a entrega do governo ao Congresso o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026. O Orçamento para o ano eleitoral deve sofrer pressão de parlamentares por controle dos gastos públicos em meio à expansão dos programas sociais anunciados pelo governo federal.

Aqui, o mercado também repercute a autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na noite desta quinta-feira, 28, da abertura do processo para aplicar a Lei da Reciprocidade Econômica contra os Estados Unidos, em reação ao tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros anunciado em julho pelo presidente Donald Trump.

O vice-presidente, Geraldo Alckmin, disse esperar que aplicação da Lei da Reciprocidade pelo governo brasileiro acelere o diálogo e a negociação entre os países.

Nos Estados Unidos, as principais bolsas terminaram o dia no terreno negativo. O Dow Jones perdeu 0,20%, o S&P 500 registrou queda de 0,64% e o Nasdaq caiu 1,15%. O mercado avalia o impacto do Índice de Preços de Gastos com Consumo (PCE, da sigla em inglês) de julho nos Estados Unidos. O indicador subiu no mês 0,2%, dentro da expectativa do mercado. No entanto, a inflação segue fora da meta.

Ibovespa hoje

  • IBOV: +0,26%, aos 141.422 pontos
  • Dólar: +0,29%, a R$ 5,422

No radar hoje

O PCE é o índice de inflação preferido pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e o resultado no mês de julho divulgado nesta sexta-feira indica aumento de 0,2%, dentro do esperado pelo mercado. Em um ano, o índice vai a 2,6%, acima da meta do Fed de 2%.

Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, afirma que o resultado mostra ainda pressão do setor de serviços. Ele vê um nível de inflação ainda alto. "A direção (da inflação) tem sido para cima", diz. Para Cruz, isso fará o Fed fazer o corte dos juros em um momento difícil.

A Alemanha, principal força econômica da União Europeia, divulgou dados preliminares de inflação em agosto. O índice ficou em 2,1% (a expectativa era de 2%). O mercado avalia se o dado já é derivado do impacto das novas tarifas de importação adotadas pelos Estados Unidos.

Na agenda, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, falou em palestra em evento promovido pelo Banco Central do Uruguai, em Montevidéu. Às 11h, a Universidade de Michigan divulgou o índice de sentimento do consumidor nos EUA final de agosto, que caiu a 58,2, de 61,7; consenso de 58,6. Expectativa de inflação de 1 ano subiu a 4,8%, de 4,5% (consenso 4,9%); de 5 anos, a 3,5%, de 3,4% (consenso 3,9%).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, concedeu entrevista coletiva ao lado do economista francês Gabriel Zucman sobre desigualdade de tributos pagos no Brasil.

Indicadores econômicos

Nesta manhã, o Banco Central informou que a dívida pública – englobando o governo federal, INSS e governos estaduais e municipais – atingiu 77,6% do PIB (R$ 9,6 trilhões) em julho, aumento de 0,9 ponto percentual do PIB em relação ao mês anterior.

No mesmo mês, o setor público consolidado registrou déficit primário de R$ 66,6 bilhões – o mercado tinha como estimativa negativa de R$ 60,2 bilhões.

Segundo o BC, houve, no Governo Central, nos governos regionais e nas empresas estatais, déficits respectivos de R$ 56,4 bilhões, R$ 8,1 bilhões e R$ 2,1 bilhões.

Mercados internacionais

Na Índia, o Nifty 50 fechou com recuo de 0,30% e o Sensex, queda de 0,34%. Assim, os principais índices do mercado acionário indiano tiveram mais um dia de queda depois da entrada em vigor das tarifas adicionais dos EUA sobre exportações indianas.

Na Ásia, o índice japonês Nikkei 225 caiu 0,41%, enquanto o Topix recuou 0,39%. Na Coreia do Sul, o Kospi caiu 0,22% e o Kosdaq teve recuo de 0,27%.

O S&P/ASX 200, da Austrália, perdeu 0,14%. Na China, o Hang Seng, de Hong Kong, subiu 0,51%, e o CSI 300, que reúne as principais ações de Xangai e Shenzhen, avançou 0,13%.

Na Europa, as bolsas também fecharam no campo negativo. O europeu Stoxx 600 caiu 0,55%, o alemão DAX recuou 0,55%, enquanto o britânico FTSE 100 desvalorizou 0,32%. Já o francês CAC 40 teve queda de 0,76%.

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