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Ibovespa cai e volta a fechar no menor patamar do ano

Mercado operou com cautela, antecipando dados da inflação americana que serão divulgados na sexta-feira, 31

Ibovespa: mercado opera com cautela às vésperas de feriado (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Ibovespa: mercado opera com cautela às vésperas de feriado (Patricia Monteiro/Bloomberg)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 29 de maio de 2024 às 11h23.

Última atualização em 29 de maio de 2024 às 17h43.

Às vésperas do feriado, o Ibovespa fechou esta quarta-feira, 28, no menor patamar do ano, em queda de 0,87%, a 122.707 pontos. O dia foi marcado pela divulgação de diversos indicadores econômicos no Brasil que podem direcionar o mercado. Entretanto, como explica Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, mais importante do que eles, será a prevalência de uma cautela por parte dos investidores, com uma aversão ao risco generalizada devido a um maior receio de que os juros dos Estados Unidos só comecem a ser reduzidos em 2025.

“Essa prevalência de uma cautela mais elevada, primeiro, é porque é uma sessão às vésperas do feriado de Corpus Christi, apesar de sexta-feira, 31, haver sessão. Segundo, porque amanhã e na sexta saem dados importantes para os EUA, como a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, e o Índice de Preço de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) de abril. Portanto, é possível que os agentes tenham buscado antecipar suas posições para esta quarta, se posicionando de maneira mais cautelosa e se resguardando de movimentos altistas”, comenta.

Ibovespa hoje

  • IBOV: -0,87%, aos 122.707 pontos

Pela manhã, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) de maio, referência de inflação para o aluguel. O acumulado de 12 meses seguiu em maio no campo negativo em -0,34%, frente a -3,04% no acumulado até abril. A expectativa era de que viesse em -0,40%. Já o índice mensal veio em +0,89%, levemente acima das expectativas de +0,83%. Em abril, o índice foi de +0,31%, o que mostra uma aceleração.

Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que mostram toda a força de trabalho do país, seja formal, seja informal, além do número de desalentados. A estimativa do mercado era que a taxa de desemprego de abril medida pela Pnad Contínua viesse em +7,7%, frente aos 7,9% anteriores. Em linha com as expectativas, a taxa veio em 7,5%.

O Ministério do Trabalho, por sua vez, divulgou os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de abril, que consideram somente os trabalhadores com carteira assinada - ou seja, não incluem os trabalhadores informais. Como resultado, em abril a economia brasileira criou 240.033 postos de trabalho com carteira assinada, pouco abaixo dos 244.716 criados em março. A expectativa, no entanto, era de uma criação líquida de 210 mil vagas.

No exterior

No exterior, às 15h, teve a divulgação do Livro Bege nos Estados Unidos. Hoje também outros dois dirigentes do Fed, John Williams, de Nova York, e Raphael Bostic, de Atlanta, discursaram pela tarde. Ambos têm direito a voto no Federal Open Market Comittee (Fomc, comitê de política monetária dos EUA).

“Ontem, o presidente do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, fez alguns comentários adotando uma postura mais firme do que se esperava em relação ao combate à inflação. Ele disse que não descarta a possibilidade de novas altas de juros se a inflação voltasse a acelerar nos EUA, é um caso hipotético, mas mostra que é uma discussão que pode aparecer nas decisões das autoridades monetárias americanas”, explica Mattos.

Dólar hoje

O dólar encerrou a sessão anterior com queda de 0,35% aos R$ 5,15. Hoje, a moeda  subiu 1,07% cotado a R$ 5,208.

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