O Ibovespa desta terça-feira, 28, operou com forte volatilidade, mas fechou com alta, após uma sessão marcada por dados da inflação brasileira. Junto a isso, movimentos das empresas, como a Casas Bahia (BHIA3), junto à Vibra (VBBR3) e Eneva (ENEV3), agitaram o ânimo dos investidores durante o pregão.

Antes da abertura do mercado, o IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15). O indicador, que é a prévia da inflação oficial do Brasil, encerrou novembro com alta de 0,33%, avanço após registrar 0,21% em outubro. As projeções apontavam para um avanço de 0,30% no mês. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,30% e, nos últimos 12 meses, de 4,48%.

Na avaliação de Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura, embora o IPCA-15 tenha vindo acima das expectativas, o indicador deve manter um nível "tranquilo" ainda. "[O resultado] foi um pouco pior, devido à piora em alimentos, principalmente, mas com alguns sinais de atenção, como as acelerações em serviços (mesmo no subjacente) e na média dos núcleos. Por outro lado, industriais seguem bastante tranquilos e a difusão, apesar da alta, segue em níveis bastante confortáveis. Não vejo motivos para alterar o cenário de IPCA deste ano, mantendo em 4,5%", pontua.

Outro dado da atividade econômica brasileira divulgado nesta terça foi o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), pelo Ministério do Trabalho. No último mês de outubro, foram criados 190.366 postos de trabalho com carteira assinada, alta de 18,76% em relação ao mesmo período do ano passado. No acumulado dos dez primeiros meses de 2023, o saldo do Caged é positivo em 1.784.695

Ibovespa hoje

IBOV: +0,64%, aos 126.538 pontos.

Fora daqui, as atenções estarão por conta de falas de autoridades monetárias durante a tarde. Nos Estados Unidos, o dia contou com os pronunciamentos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, banco central americano). A chefe do grupo de supervisão de Nova York, Dianne Dobbeck, afirmou que a pressão sobre os bancos arrefeceu nos últimos meses e reiterou que o sistema bancário permanece seguro e resiliente. Já o diretor do órgão, Christopher Waller, afirmou que se sente encorajado pelos primeiros sinais de moderação da atividade econômica. Por outro lado, mais uma diretora, Michelle Bowman reforçou a expectativa de que Fomc tenha que voltar a subir juros no ciclo atual para assegurar o retorno sustentado da inflação à meta de 2% nos EUA.

Marcio Riauba, gerente da Mesa de Operações da StoneX, comenta que na véspera, dados de moradia nos EUA caíram 5,6% em outubro ante as estimativas de queda de 5,1%. "Números fracos, como os vistos também no PMI da semana passada, reforçam a expectativa de manutenção das taxas de juros no nível atual, porém aumentando as apostas para o início de ciclo de cortes para o primeiro trimestre de 2024", afirma.

Por fim, as empresas listadas também deram tom aos movimentos da bolsa brasileira. Durante a manhã, um pouco antes da abertura do mercado, a Casas Bahia aprovou em Assembleia Geral Extraordinária o grupamento de 1 ação para cada 25. A empresa encerrou o último pregão cotada a R$ 0,53. O papel, no ano, acumula cerca de 73% de queda. Depois de operar entre perdas e ganhos, os papéis da varejista encerraram o pregão em estabilidade (0,00%). 

Outros papéis na mira dos investidores foram da Eneva (ENEV3) e da Vibra (VBBR3) que operaram em direções opostas, após na véspera ser anunciada uma proposta de fusão. “O sentimento do mercado é o de que tal fusão seria positiva para a Vibra e negativa para a Eneva, tendo em vista que Eneva caiu 3,06%, enquanto Vibra se valorizou em 0,78%”, aponta Elcio Cardozo, especialista em mercado de capitais e sócio da Matriz Capital.

Dólar hoje

O dólar fechou em queda nesta terça-feira. A moeda americana caiu 0,57%, a R$ 4,872. Na segunda, o dólar fechou em alta de 0,03%, cotado a R$ 4,900.

Maiores altas do Ibovespa

• Marfrig (MRFG3): +5,18%
• MRV (MRVE3): +4,16%
• Lojas Renner (LREN3): +3,84%

Maiores quedas do Ibovespa

• Eneva (ENEV3): -3,22%
• MagazineLuiza (MGLU3): -1,48%
• Soma (SOMA3): -1,30%

Como é calculado o índice Bovespa?

Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice. 

Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o IBOV está em 100.000 pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de 100.000 reais.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação na B3 vai das 10h às 18h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 18h25 e 18h45. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.

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