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Ibovespa fecha com leve alta após julgamento dos precatórios

Mercado acompanhou o julgamento do STF sobre os precatórios, a fusão entre Eneva e Vibra e a queda das commodities

Painel da B3: Ibovespa desta segunda-feira opera em queda (Germano Lüders/Exame)

Painel da B3: Ibovespa desta segunda-feira opera em queda (Germano Lüders/Exame)

Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 27 de novembro de 2023 às 10h33.

Última atualização em 27 de novembro de 2023 às 18h24.

O Ibovespa iniciou a última semana de novembro com leve alta. Nesta segunda-feira, 27, o mercado acompanhou o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os precatórios e repercutiu a proposta de fusão entre Eneva (ENEV3) e Vibra (VBBR3). O que também impactou a bolsa brasileira hoje foram as commodities, que tiveram um desempenho negativo no mercado internacional e refletiram nas ações da Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4)

Antes da abertura do mercado, o Boletim Focus apontou uma leve redução na projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano. A mediana para a alta da atividade em 2023 passou de 2,85% para 2,84%, contra 2,89% há um mês. Considerando apenas as 31 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 seguiu em 2,84%.

O dado refletiu nos juros e em setores sensíveis às suas oscilações. “O Boletim Focus, trouxe uma expectativa menor do IPCA para o final de 2023 e, sem dúvidas, é um fator interno que corrobora com a alta do setor de varejo como um todo e do setor de tecnologia hoje”, aponta Anderson Silva, head de renda variável e sócio da GT Capital. 

Ibovespa hoje

IBOV: +0,17%, aos 125.731 pontos.

Segundo o especialista, com a continuação do movimento de queda dos juros futuros é natural que o mercado brasileiro comece a captar parte dos recursos destinados ao risco. “Dado ao upside que muitas empresas têm no curto e médio prazo, afinal, ‘quem chega cedo, bebe água limpa’. É o que dizem por aí e eu acredito que selecionando boas empresas é possível capturar bons movimentos nas próximas semanas”, explica Silva.

Também ficou no radar dos investidores o julgamento no STF sobre o pedido do governo federal para regularizar o pagamento de precatórios — isto é, as dívidas da União, reconhecidas em sentenças judiciais, e que não cabem recursos. A proposta do Ministério da Fazenda é mudar a metodologia para o pagamento desses débitos a fim de não comprometer o arcabouço fiscal. Nesta segunda, o STF contabilizou quatro votos para atender a um pedido do governo e permitir o pagamento de R$ 95 bilhões em precatórios ainda neste ano, por meio da abertura de crédito extraordinário. O julgamento foi suspenso por pedido de vista do ministro André Mendonça.  

Ainda por aqui, a Eneva e a Vibra anunciaram na noite do último domingo, 26, a proposta de fusão, que envolve a incorporação das ações de ambas as companhias de modo que os acionistas de cada uma detenham 50% de participação na empresa combinada. No fechamento de hoje, ambos os papéis caíram: ENEV3 recuou 2,53%, e VBBR3, perdeu 2,43%. “Sinal claro de indecisão do mercado sobre essa possível fusão, na minha visão”, diz o sócio da GT Capital.

O que também pesou — e de maneira negativa — no pregão de hoje foram as commodities. O minério de ferro teve um desempenho misto no mercado internacional, após o governo chinês se reunir com os principais operadores portuários para combater a retenção de estoques da matéria-prima. Enquanto na bolsa de Dalian houve alta de 0,36%, em Singapura o minério de ferro caiu 0,28%. Diante disso, a Vale caiu 0,60%, com os papéis cotados a R$ 73,31.

Outra commodity que caiu foi o petróleo, diante de divergências entre membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). O barril do Brent para fevereiro encerrou esta segunda-feira com baixa de 0,75%, enquanto o WTI para janeiro caiu 0,90%. Diante disso, as ações PETR3 e PETR4 cederam 0,66% e 0,57%, respectivamente.

Por fim, o mercado ainda repercutiu a notícia de que a Americanas (AMER3) fechou acordo com credores para capitalização de R$ 24 bilhões. Os papéis AMER3 chegaram a bater R$1,23 na máxima, o que representa cerca de 10% de alta em relação ao fechamento de sexta-feira. “Porém a varejista devolveu toda a alta e ainda passou a trabalhar no campo negativo, caindo 4,55%, um sinal de que não será fácil reconquistar a credibilidade diante dos investidores”, finaliza Silva.

Dólar hoje

O dólar fechou em alta nesta segunda-feira. A moeda americana subiu 0,03%, a R$ 4,900. Na sexta, o dólar fechou em queda de 0,17%, cotado a R$ 4,898.

Maiores altas do Ibovespa

  • Yduqs (YDUQ3): +10,74%
  • Cogna (COGN3): +7,19%
  • CSN Mineração (CMIN3): +6,28%

Maiores quedas do Ibovespa

  • Raízen (RAIZ4): -3,21%
  • 3R Petroleum (RRRP3): -5,70%
  • Pão de Açúcar (PCAR3): -3,77%

Como é calculado o índice Bovespa?

Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice. 

Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o IBOV está em 100.000 pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de 100.000 reais.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação na B3 vai das 10h às 18h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 18h25 e 18h45. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.

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