Painel da B3, a bolsa de valores brasileira (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)
Repórter de Invest
Publicado em 27 de fevereiro de 2024 às 10h37.
Última atualização em 27 de fevereiro de 2024 às 18h35.
O Ibovespa desta terça-feira, 27, fechou em alta. O principal índice da bolsa de valores brasileira subiu 1,09%, aos 131.020 pontos. A sessão foi marcada pela repercussão da prévia da inflação brasileira, que veio abaixo das projeções. Dos Estados Unidos vieram dados da demanda dos consumidores em janeiro, mas a maior expectativa está com o PCE na quinta-feira, 29. Além disso, a temporada de resultados do quarto trimestre do ano passado seguiu agitando o índice.
Antes da abertura do mercado, o IBGE divulgou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de fevereiro, que fechou com alta de 0,78%. No ano, o indicador acumula alta de 1,09% e, nos últimos 12 meses, de 4,49%. Os números ficaram abaixo do consenso de mercado, que apontavam para uma alta de 0,82% no mês e de 4,52% no acumulado de 12 meses.
"O IPCA-15 dá um certo respiro no meio de uma leva de indicadores que não têm sido muito positivos com resultados desfavoráveis. As expectativas para o índice eram elevadas e havia uma justificativa, principalmente por conta da pressão sazonal em Educação, e do carnaval. Ou seja, dois vetores inflacionários, além de um resquício dos efeitos do El Niño", disse a economista-chefe da CM Capital, Carla Argenta.
IBOV: +1,61%%, aos 131.689 pontos.
No campo dos juros, as taxas fecharam em queda devido à prévia da inflação abaixo do esperado pelo mercado. A taxa do contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 caiu para 9,985%, de 10,027% anterior. O DI para janeiro de 2026 recuou a 9,805%, de 9,909%, e o para janeiro de 2027 ficou em 10,000%, de 10,106%.
O que também foi divulgado na manhã de hoje foi o Boletim Focus — que costuma ser divulgado às segundas-feiras, mas foi adiada devido à greve dos funcionários do Banco Central. Nesta semana, o relatório mostrou que a estimativa dos economistas para a inflação de 2024 caiu de 3,82% para 3,80%. Também caiu a projeção para o próximo ano, saindo de 3,52% para 3,51%, enquanto para 2026 permanece em 3,50%.
Ainda nesta terça foram divulgados os pedidos de bens duráveis dos EUA, que trouxeram um retrato da demanda dos consumidores em fevereiro. Segundo o Conference Board, houve um recuo de 110,9 em janeiro (dado revisado, de 114,8 antes informado) para 106,7 neste mês. A expectativa do mercado era 111,9. O índice da situação atual recuou de 154,9 em janeiro a 147,2 em fevereiro. Já o de expectativas passou de 81,5 em janeiro a 79,8 em fevereiro. Apesar dos números de hoje, os investidores aguardam pelos que virão na quinta. O Índice de Preço sobre Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) é o principal termômetro do Federal Reserve (Fed, banco central americano) para medir a inflação.
A valorização de 1,24% do minério de ferro em Dalian, na China, deu fôlego para a alta do índice brasileiro. A blue chip Vale (VALE3) terminou as negociações com alta de 2,63%. Junto dela, também subiram os seus pares dos setores de mineração, bem como de siderurgia e metalurgia. É importante lembrar que, na véspera, a commodity recuou à sua menor cotação em quatro meses e levou a uma queda conjunta das companhias na bolsa brasileira.
Por fim, a temporada de balanços do 4T23 segue a todo vapor. Na noite de ontem, a BRF (BRFS3), que ficou entre as maiores altas do dia, mostrou que conseguiu reverter prejuízo em lucro e animou os investidores. No fechamento do IBOV, os papéis do frigorífico ficaram com a segunda maior alta do dia. Outra companhia que apresentou resultados ontem foi a AES (AESB3), mas com a queda no lucro os papéis caíram 0,19%.
Outro destaque fica por conta da disparada do Pão de Açúcar (PCAR3), que liderou as altas do pregão, depois que o tribunal de Paris aprovou o plano de reestruturação de seu acionista controlador, o Casino Guichard-Perrachon.
O dólar fechou em queda nesta terça-feira. Hoje, a moeda americana caiu 0,97%, a R$ 4,933. Na segunda-feira, o dólar fechou em queda de 0,80%, cotado a R$ 4,982.
Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice.
Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o IBOV está em 100.000 pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de 100.000 reais.
O horário de negociação na B3 vai das 10h às 18h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 18h25 e 18h45. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.