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Ibovespa fecha em alta com dados do IPCA e de olho no PIB dos EUA

Dia de agenda cheia para o investidor: IPCA no Brasil, PIB dos EUA e decisão monetária da zona do euro

Painel da B3: bolsa encerrou esta quinta-feira, 26, com alta (Germano Lüders/Exame)

Painel da B3: bolsa encerrou esta quinta-feira, 26, com alta (Germano Lüders/Exame)

Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 26 de outubro de 2023 às 10h40.

Última atualização em 26 de outubro de 2023 às 17h38.

Fechou em alta o Ibovespa desta quinta-feira, 26. O pregão começou pelos dados da prévia do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), que vieram em linha com as projeções. Mas foram números externos que realmente impactaram os investidores. Durante a manhã, dados do PIB dos Estados Unidos deram tom às negociações globais. Junto a isso, foi dia também de decisão monetária da zona do euro.

Antes do início do pregão, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o indicador que é usado como a prévia da inflação oficial, que apontou uma alta de 0,21% no último mês de setembro. O número ficou em linha com a previsão de 0,2% do mercado. No acumulado do ano, o IPCA acumula alta de 3,96% e, nos últimos 12 meses, de 5,05%. Para o economista André Perfeito, em termos qualitativos, os dados seguem positivos. “E a dispersão das altas se encontra abaixo de um desvio padrão da média histórica, isso pode reforçar a perspectiva dos analistas num bom momento para a inflação.”

Falando em dados econômicos, o Departamento do Comércio dos EUA divulgou os números do PIB no terceiro trimestre anualizado. O indicador subiu acima do esperado e avançou 4,9% — as projeções medianas sinalizavam para 4,3%. Segundo Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, o crescimento do PIB americano é fundamentado na força da demanda do consumidor, que tem surpreendido as estimativas de analistas, e mostra para o Federal Reserve (Fed, banco central americano) que a atividade econômica do país continua forte.

Ibovespa hoje

IBOV: +1,72%, aos 114.776 pontos.

“Continua aquecida e superando as estimativas, mesmo após um longo ciclo de alta de juros — que já passa de 16 meses, desde o início em março do ano passado. Não há sinais claros de enfraquecimento da atividade produtiva no país, não há sinais claros de enfraquecimento da produção, da renda e da despesa, e Fed terá que reavaliar o seu balanço de riscos na sua decisão de política monetária na quarta-feira que vem, 1° de novembro”, explica o especialista.

Por falar em política monetária, hoje também saiu a decisão do Banco Central Europeu (BCE), que manteve a Taxa de Facilidade Permanente de Depósito, referência da Zona do Euro, no patamar de 4%. O consenso era exatamente esse do mercado. Para Mattos, o fato do ciclo de altas ter sido interrompido não significa, necessariamente, que a autoridade monetária esteja "satisfeita" com o nível atual. 

"A Europa dá sinais bastante evidentes de que corre o risco de uma recessão econômica. Há sinais de uma desaceleração intensa na atividade econômica do bloco e a autoridade monetária o banco central está muito preocupado com o quanto esse aperto monetário, quanto essa taxa de juros não está contribuindo para essa desaceleração intensa. Portanto, a decisão de interromper os juros no patamar de 4%, que é 1,25% abaixo dos EUA, mostra essa preocupação de não agravar a situação econômica do continente."

Ainda no campo internacional, as commodities que impactam a bolsa têm desempenhos mistos nesta quinta. O minério de ferro fechou com alta de 0,69% na bolsa de Dalian, na China, com a tonelada cotada a 876,5 yuanes (aproximadamente US$ 119,81). Em contrapartida, o petróleo caiu. O barril do Brent recuou 2,44%, a US$ 87,93 o barril, enquanto o WTI perdeu 2,55%, a US$ 83,21 o barril.

“Quem sofreu mais com esse cenário foram as companhias ligadas ao petróleo, porque a commodity vem corrigindo um pouco do preço. Ontem, ela apresentou um estoque bastante alto e isso fez com que os preços caíssem hoje. Houve também um aumento expressivo no preço devido à guerra, mas agora ela vem fazendo algumas correções”, explica Alex Carvalho, analista CNPI da CM Capital. 

Com isso, as petroleiras caíram em bloco. As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4) fecharam com baixas de 0,74% e 1,03%, respectivamente. Já a Prio (PRIO3) caiu 0,74%.

Por fim, de volta ao Brasil, a Câmara dos Deputados aprovou na noite de quarta, por 323 a 119, o texto-base do projeto de lei que estabelece a taxação dos fundos exclusivos e offshore. O plenário ainda irá analisar destaques que podem modificar o texto.

Dólar hoje

O dólar hoje fechou em queda. Nesta quinta, a moeda americana caiu 0,23%, a R$ 4,990. Na quarta, o dólar fechou em alta de 0,16%, cotado a R$ 5,002.

Maiores altas do Ibovespa

Maiores quedas do Ibovespa

  • BRF (BRFS3): -2,25%
  • Petrobras PN (PETR4): -1,03%
  • Petrobras ON (PETR3): -0,74%

Como é calculado o índice Bovespa?

Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice. 

Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o IBOV está em 100.000 pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de 100.000 reais.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.

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