Painel de cotações na B3: Santander e WEG são destaques no pregão (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 26 de outubro de 2022 às 10h36.
Última atualização em 26 de outubro de 2022 às 17h38.
O Ibovespa fechou esta quarta-feira, 26, em queda, com investidores repercutindo resultados do terceiro trimestre e agitações políticas antes do segundo turno das eleições presidenciais.
A queda foi a terceira consecutiva do principal índice da B3 e seguiu a tendência oposta com as altas da última semana, quando o avanço do presidente Jair Bolsonaro em pesquisas de intenção de voto impulsionou o preço de estatais na bolsa.
A queda acumulada do Ibovespa na semana chega a quase 6%.
Com o menor otimismo de uma virada de Bolsonaro nesta semana, as ações da Petrobras caíram pelo terceiro dia seguido, pressionando o Ibovespa para baixo. As ações têm o segundo maior peso do Ibovespa, atrás apenas da Vale.
A mineradora, a propósito, saltou mais de 2% com investidores à espera do balanço que será divulgado amanhã, após o fechamento do mercado.
O movimento negativo do Ibovespa também teve influência de grandes bancos, com investidores reagindo negativamente ao resultado do Santander. O banco foi o primeiro entre os maiores do país a reportar balanço referente ao terceiro trimestre.
O lucro do Santander (SANB11) caiu 28% em relação ao mesmo período do ano passado, para R$ 3,122 bilhões.
"O banco entregou uma piora operacional, com queda de diversas linhas de receitas e impactada pelo crescimento de parte de suas despesas", disse em relatório Gabriel Gracia, analista da Guide. Gracia, que classificou o resultado como negativo, também destacou o aumento de provisões e da inadimplência no trimestre.
Concorrentes do Santander, Bradesco, Itaú e Banco do Brasil, também são negociados em queda, com maior pessimismo para os próximos resultados do setor.
A WEG liderou as altas do Ibovespa, saltando mais de 8%. A forte valorização ocorre após a empresa catarinense ter registrado lucro líquido de R$ 1,158 bilhão no terceiro trimestre, 42,5% acima do mesmo período de 2021, com expansão de receita e margem.
Analistas do Credit Suisse descreveram o balanço como "forte resultado operacional", com lucro 17% acima das expectativas do mercado. Um dos destaques, segundo o banco, foi a divisão de Equipamentos Eletroeletrônicos Industriais (EEI), que cresceu 31,9% na comparação anual.
"No ciclo curto, a demanda continua forte com os segmentos de agricultura e mineração impulsionando a demanda no mercado local, enquanto a WEG continua tendo uma boa carteira de pedidos em mercados externos, incluindo a Europa", disse o Credit Suisse em relatório.
Mais cedo, investidores também reagiram positivamente ao resultado da Telefônica, que reportou crescimento de lucro e receita em balanço divulgado na última noite. As ações chegaram a ficar entre as maiores altas do pregão mas perderam força ao longo da tarde.
O lucro líquido da companhia aumentou em 9,3% para R$ 1,436 bilhão, com a margem Ebitda crescendo 1,9 ponto percentual para 40,6%. "Lucro líquido forte deve apoiar o pagamento de dividendos, mas a expansão da margem foi o destaque positivo do resultado", avaliaram analistas do Bank of America.