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Ibovespa hoje: Bolsa fecha mais um dia em queda na contramão de Wall Street; dólar sobe

Ibovespa continua sofrendo com a queda do mercado na China e com as incertezas eleitorais

Painel de cotações na B3 - Ibovespa (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações na B3 - Ibovespa (Germano Lüders/Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 25 de outubro de 2022 às 10h48.

Última atualização em 25 de outubro de 2022 às 19h13.

O Ibovespa fechou mais um dia em queda, mesmo se no meio do pregão desta terça-feira, 25, deu sinais de recuperação. O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo foi na contramão do mercado americano, com os investidores que ficaram animados após a divulgação de mais resultados do terceiro trimestre. Na última segunda-feira, 24, o Ibovespa registrou sua maior queda no ano, por causa da queda das ações do mercado chinês e com a percepção de que uma eventual virada do presidente Jair Bolsonaro pode não se concretizar.

As empresas estatais, que haviam disparado na última semana, com o avanço de Bolsonaro nas pesquisas, devolveram quase todo o ganho no último pregão. A Petrobras voltou a cair forte nesta terça, puxada para baixo também pela cotação internacional do preço do petróleo, junto com outras empresas do setor. A única que fechou em território positivo foi a PRIO, antiga PetroRio, que subiu forte neste pregão.

No radar dos acionistas da Petrobras, ainda estão os números de produção e vendas divulgados na última noite. Mas as atenções seguem para o panorama político. "A produção e vendas saíram como o esperado. Mas no curto prazo, as ações da Petrobras devem continuar sendo mais influenciadas por questões relacionadas às eleições e oscilações no preço internacional do petróleo", afirmou em relatório Gabriel Gracia, analista da Guide. Os papéis do Banco do Brasil, que também desabaram na véspera, também continuam caindo forte nesta terça.

O dólar avançou nesta terça, por causa do cenário eleitoral doméstico mais conturbado, mas fechou bem abaixo dos maiores patamares da sessão, beirando os R$ 5,36, pressionado por movimento de procura por risco no exterior.

  • Dólar: + 0,26% - R$ 5,31

BRF (BRFS3) desaba novamente

Outra ação que estende as perdas do dia anterior é a da BRF (BRFS3). O frigorífico caiu mais de 7% na véspera, após ter anunciado um negócio em parceria com o fundo soberano da Arábia Saudita para atuar em toda a cadeira de produção de frangos halal no país."O fato de que a produção de aves ocorrerá localmente é exatamente o que o governo da Arábia Saudita está procurando, mesmo que a estrutura de custos seja indiscutivelmente mais alta", disseram em relatório analistas do BTG Pactual (BPAC11) (do mesmo grupo controlador da Exame).

Nesta terça, a queda da BRF superou 11%, com revisões negativas das perspectiva de analistas do J.P. Morgan e do Citi para a empresa.

Varejo reage

Por outro lado, ações que estiveram entre as maiores perdas da última semana, hoje, estão entre as maiores altas. Grandes varejistas do país, que sofreram na semana passada, com o maior pessimismo sobre os resultados do terceiro trimestre, chegam a saltar mais de 4% nesta terça. A reação do setor, um dos mais sensíveis às condições macroeconômicas, ocorre mesmo após dados de inflação acima do esperado no Brasil.

IPCA-15

O Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) da primeira quinzena de outubro (IPCA-15) saiu acima das expectativas, ficando em 0,16% na comparação mensal. No acumulado de 12 meses, o IPCA-15 de outubro desacelerou de 7,96% para 6,85%, mas ficou acima do consenso de queda para 6,75%.

"O dado marca o fim de três meses de deflação, passada a maior parte do efeito da queda dos combustíveis e da redução dos impostos nas tarifas elétricas. A surpresa de alta no mês ficou concentrada em itens voláteis como alimentação e passagem aérea", disse Rafaela Vitória, economista-chefe do Inter.

Leia mais: Inflação para de cair e prévia no IPCA-15 sobe 0,16% em outubro

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