Ibovespa: investidores analisam a divulgação do IPCA-15 de fevereiro (Gustavo Scatena/B3/Divulgação)
Repórter Exame IN
Publicado em 25 de fevereiro de 2025 às 10h39.
Última atualização em 25 de fevereiro de 2025 às 12h22.
O Ibovespa acelerou sua alta nesta terça-feira, 25, registrando valorização de 0,34% aos 125.832 pontos. Os investidores analisam a divulgação do IPCA-15 de fevereiro, que foi a 1,23% -- maior valor desde 2016. Ainda assim, o valor ficou abaixo do previsto (+1,37%), o que indica uma redução no aperto monetário.
O dólar comercial opera em leve queda de 0,21%, negociado a R$ 5,68. O movimento reflete um maior apetite ao risco por parte dos investidores e a entrada de fluxos estrangeiros no mercado brasileiro.
Carlos Thadeu, economista de inflação e commodities da BGC Liquidez, avalia que o IPCA-15 apresentou uma leitura difícil, com grupos persistentes registrando variação acima do esperado, enquanto fatores positivos devem ser temporários. Destaque para a alta nos preços de automóveis novos e aluguéis.
Já André Valério, economista sênior do Inter, aponta que o IPCA-15 acumula alta de 4,96% nos últimos 12 meses, acelerando em relação ao dado anterior. O impacto veio, principalmente, do setor de Habitação, que registrou avanço de 4,34%, e do setor de Educação, com alta de 4,78%, reflexo da sazonalidade dos reajustes escolares.
Pela manhã, os investidores acompanharam mais uma pesquisa sobre avaliação do governo. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é considerado ótimo ou bom por 28,7% da população e ruim ou péssimo por 44%, segundo a pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgada nesta terça-feira, 25. Cerca de 26% avaliam a gestão petista como regular.
Essa é a primeira vez, na série histórica da pesquisa, que a avaliação negativa (ruim e péssimo) supera a positiva (bom e ótimo). A tendência de queda na aprovação do governo pode ser observada desde janeiro de 2024, chegando ao seu pior patamar um ano depois. Na comparação com o levantamento anterior, a avaliação positiva caiu 6,3 pontos percentuais, passando de 35% para 28,7%, enquanto a negativa subiu 12 pontos percentuais, indo de 32% para 44%. A avaliação regular também recuou, de 31% para 26%.
No cenário corporativo, os investidores acompanham a repercussão dos balanços de empresas relevantes. A MRV reportou prejuízo acima do esperado, pressionando suas ações devido a preocupações com alavancagem e despesas financeiras elevadas. "Nosso principal receio segue sendo o nível elevado de alavancagem da MRV, que continua aumentando de forma consolidada", destacou o Goldman Sachs em relatório.
Já o Grupo Mateus apresentou resultados mistos no quarto trimestre, com desaceleração no crescimento da receita e deterioração da dinâmica de capital de giro. No entanto, a companhia registrou melhora na lucratividade e fluxo de caixa livre positivo. Segundo o BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), "o EBITDA superou nossas estimativas em 6%, refletindo menores despesas gerais e ganhos de eficiência".
O Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média ponderada de uma carteira teórica de ativos. Cada ativo tem um peso na composição do índice, refletindo o desempenho das ações mais negociadas. Se o índice está em 100 mil pontos, o valor da carteira teórica é de R$ 100 mil.
O horário de negociação da B3 vai dar 10h às 18h, com o after market operando das 18h25 às 18h45. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h. Já as negociações com o Ibovespa futuro acontecem das 9h às 18h25.