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Ibovespa fecha em alta perto dos 146 mil pontos; dólar cai a R$ 5,38

Divisa americana registrou baixa de 0,20%, cotada a R$ 5,386

Ibovespa: na quarta-feira, 22, o índice fechou em alta de 0,55%, aos 144.872 pontos (B3/Divulgação)

Ibovespa: na quarta-feira, 22, o índice fechou em alta de 0,55%, aos 144.872 pontos (B3/Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 23 de outubro de 2025 às 17h29.

Última atualização em 23 de outubro de 2025 às 17h29.

O Ibovespa fechou a sessão desta quinta-feira, 23, em alta de 0,59%, aos 145.720 pontos. O dólar registrou baixa de 0,20%, cotado a R$ 5,386.

Alta do petróleo impulsiona bolsa

Um dos fatores que impulsionam o principal índice acionário da B3 é a alta do petróleo, após as sanções dos Estados Unidos às maiores petrolíferas russas Lukoil e Rosneft.

Tal movimento pode causar um choque de oferta no curto prazo, o que impulsiona a commodity de referência Brent e WTI para cima em mais de 5% (na casa dos US$ 65 e US$ 61, respectivamente). Todas as petrolíferas brasileiras sobem em bloco, com Petrobras (PETR4) avançando mais de 1%.

Esta é a ação mais significativa do governo de Donald Trump até o momento para pressionar o presidente russo Vladimir Putin em relação à guerra na Ucrânia. O Departamento do Tesouro dos EUA alega a "falta de compromisso sério da Rússia com um processo de paz para encerrar a guerra na Ucrânia", segundo um comunicado divulgado nesta tarde.

Na análise de Gabriel Filassi, especialista em investimentos e sócio da AVG Capital, as sanções dos EUA e da União Europeia contra as petroleiras russas podem até provocar um repique da inflação global, já que o petróleo mais caro encarece combustíveis e transporte, pressionando a inflação ao consumidor.

"Se o choque for duradouro e começar a contaminar a inflação subjacente e as expectativas, tanto o Fed quanto o BCE podem ser forçados a adiar os cortes de juros planejados. Por enquanto, acredito que se trata de um risco de curto prazo. Tudo dependerá da persistência da alta do petróleo."

Dólar

O petróleo em alta e o carrego doméstico ainda elevado fortalecem o real, o que, consequentemente, faz o dólar cair, comenta Filassi.

Lá fora, o DXY recua e o Treasury de 10 anos gira perto de 4%, aliviando a pressão sobre emergentes. "A expectativa por novas medidas fiscais também ajuda a moeda a cair hoje", diz.

Lula e Galípolo na Indonésia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante sua viagem em Jacarta, na Indonésia, disse que pretende disputar um quarto mandato nas eleições de 2026.

Já o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também em Jacarta, durante o Fórum Econômico Indonésia Brasil, promovido pela ApexBrasil, disse que a expectativa de inflação ainda está fora da meta, mas em processo de desaceleração.

No radar hoje

No Brasil, a agenda doméstica começou logo cedo, às 8h, com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor - Semanal (IPC-S) da terceira quadrissemana de outubro pela Fundação Getulio Vargas.

O indicador registrou alta de 0,19%, acumulando 3,66% em 12 meses. Três das oito classes de despesa componentes do índice tiveram desaceleração. A maior contribuição veio do grupo habitação, cuja taxa de variação passou de 1,04% na segunda quadrissemana para -0,03% na terceira.

Às 10h30, a Receita Federal do Brasil apresentou os números de arrecadação de setembro, um dado importante para o acompanhamento do quadro fiscal.

A arrecadação federal somou R$ 216,7 bilhões em setembro, registrando uma alta real de 1,43% em relação ao mesmo mês de 2024 — o melhor desempenho para setembro na série histórica. Sem considerar a inflação, o crescimento foi de 6,67%.

Segundo a Receita Federal, apenas as receitas administradas pelo órgão totalizaram R$ 210,7 bilhões no mês, avanço real de 1,88%. No acumulado do ano, a arrecadação chegou a R$ 2,105 trilhões, aumento real de 3,49%, sendo R$ 2,016 trilhões referentes às receitas administradas, com alta de 4,1%.

No exterior, às 11h, saiu o Índice Preliminar de Confiança do Consumidor de outubro da Comissão Europeia, que subiu para -14,2 no mês, o maior nível em oito meses, de -14,9 em setembro e ante o consenso -15.

Também foram publicadas as vendas de moradias usadas de setembro dos Estados Unidos, que aumentaram 1,5% em relação ao mês anterior, atingindo uma taxa anualizada de 4,06 milhões, maior nível em sete meses, acima dos 4,0 milhões de agosto e abaixo das expectativas de 4,1 milhões.

No fim do dia, às 21h30, o PMI composto preliminar de outubro do Japão — medido pela S&P Global e pelo Jibun Bank — fecha a agenda de indicadores.

A temporada de resultados continua movimentada em Nova York. Após o fechamento, será a vez da Intel e da Ford divulgarem seus balanços trimestrais.

Mercados internacionais

As bolsas asiáticas fecharam mistas nesta quinta-feira, 23, com investidores reagindo à decisão do banco central da Coreia do Sul de manter a taxa básica em 2,5%, em linha com as expectativas, e à escalada das tensões comerciais entre Estados Unidos e China. O Kospi caiu 0,98% e o Kosdaq recuou 0,81%.

No Japão, o Nikkei 225 perdeu 1,3% e o Topix 0,39%. Na Austrália, o ASX 200 ficou estável. Já o Hang Seng de Hong Kong subiu 0,72% e o CSI 300 da China continental avançou 0,3%.

Na Europa, as principais bolsas fecharam em alta, com o Stoxx 600 avançando 0,44%. O britânico FTSE 100 subiu 0,60% e o francês CAC 40 ganhou 0,23%, enquanto o alemão DAX registrou alta de 0,20%.

Nos EUA, os índices também fecharam em alta. O Dow Jones subiu 0,31%, enquanto o S&P 500 ganhou 0,58% e o Nasdaq 100 registrou alta de 0,89%.

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