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Ibovespa renova recorde e fecha acima de 146 mil pontos pela primeira vez

No ano, o índice acumula alta de 21,7%. Enquanto isso, o dólar caiu a R$ 5,27 depois que Trump citou um encontro com Lula na semana que vem

Ibovespa: índice renovou a máxima histórica intraday aos 146.759 pontos (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: índice renovou a máxima histórica intraday aos 146.759 pontos (Germano Lüders/Exame)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 23 de setembro de 2025 às 10h55.

Última atualização em 23 de setembro de 2025 às 17h24.

O Ibovespa fechou a sessão desta terça-feira, 23, com queda de 0,91%, acima dos 146 mil pontos pela primeira vez na história. O principal índice da B3 registrou 146.424 no fechamento, após ter chegado a 147.178 na máxima intraday (também um recorde). No ano, o Ibovespa acumula alta de 21,7%. Enquanto isso, o dólar caiu 1,11%, cotado a R$ 5,279.

O índice ampliou a alta após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que conversou brevemente com o presidente Lula nos corredores da Assembleia Geral da ONU e que os dois terão uma reunião na próxima semana.

“Abre-se caminho para o que não tinha acontecido até agora. Donald Trump abre brecha para sentar à mesa para conversar com o Brasil. Com isso, podemos ter uma flexibilidade nas tarifas, aumento da lista de isenção. Tudo isso contribui para a relação diplomática entre os dois países”, opina Daniel Teles, especialista e sócio da Valor Investimentos.

Essa foi a primeira conversa entre os dois líderes desde a posse de Trump, em janeiro, e desde que o americano passou a pressionar o Brasil a suspender o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Em agosto, os EUA impuseram uma tarifa de 50% aos produtos brasileiros.

"Tivemos uma boa conversa e combinamos de nos encontrar na semana que vem. Ele pareceu um homem muito legal. Na verdade, ele gostou de mim. Eu gostei dele. Eu só faço negócios com pessoas de quem gosto. Tivemos uma química excelente. É um bom sinal”, afirmou Trump.

Ata do Copom

Pela manhã, antes da abertura do mercado, a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) trouxe a avaliação de que a taxa Selic, hoje em 15% ao ano, deve permanecer em patamar elevado por um período “bastante prolongado”.

O Banco Central ressaltou que a convergência da inflação à meta de 3% segue desafiadora diante da resiliência da atividade econômica, do mercado de trabalho aquecido e das expectativas desancoradas.

Estreia da fusão Marfrig-BRF

As ações da MBRF (MBRF3), resultado da incorporação da BRF pela Marfrig, fazem estreia na B3 nesta terça-feira, 23. A nova companhia nasce com presença em 117 países, faturamento anual de R$ 152 bilhões e portfólio de mais de 37 marcas, como Sadia, Perdigão e Bassi.

A operação também envolve dividendos expressivos: serão pagos R$ 2,3 bilhões pela Marfrig e R$ 3,3 bilhões pela BRF, ainda em setembro. Além disso, os acionistas da BRF receberam papéis da Marfrig na proporção de 0,8521 para cada ação, enquanto frações foram agrupadas e leiloadas.

Economia brasileira

No campo macro, o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) prevê desaceleração da economia brasileira após o crescimento de 3,4% em 2024. A projeção para 2025 é de 2,3% e, para 2026, de apenas 1,7%. O principal fator, segundo a entidade, são as tarifas impostas pelos Estados Unidos, que chegaram a 50% sobre exportações brasileiras, com forte impacto no agronegócio.

A OCDE alerta que os efeitos plenos das tarifas ainda não foram sentidos e podem atingir consumidores nos próximos meses, com preços mais altos em bens duráveis. A organização também aponta que o crescimento visto no início de 2025, impulsionado pela safra agrícola, não deve se sustentar diante da perda de competitividade.

No radar hoje

Ainda pela manhã, a Receita Federal divulga os dados de arrecadação de agosto, enquanto o Tesouro realiza leilão de NTN-B e LFT às 11h45.

No exterior, o destaque é a fala do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, às 13h35, em Providence, após o corte de juros da semana passada. Mais tarde, os mercados acompanham também os PMIs do Japão, às 21h30.

Mercados internacionais

Na Ásia, os mercados fecharam majoritariamente em alta, impulsionados pelo apetite por tecnologia. O Taiex, de Taiwan, avançou 1,42% e bateu nova máxima histórica, enquanto o Kospi, da Coreia do Sul, subiu 0,51%.

Já em Hong Kong, o Hang Seng recuou 0,65% diante da aproximação do supertufão Ragasa, e o CSI 300 da China continental caiu 0,06%. O mercado japonês permaneceu fechado por feriado.

Na Europa, as bolsas fecharam a terça majoritariamente em alta. O Stoxx 600 fechou com alta de 0,38%, o alemão DAX subiu 0,36%, o francês CAC 40 ganhou 0,54%, enquanto o britânico FTSE 100 tinha leve queda de 0,04%.

Em Nova York, as bolsas fecharam em querda. O S&P 500 caiu 0,55%, o Nasdaq caiu 0,95% e o Dow Jones, 0,19%.

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