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Ibovespa fecha em queda puxada pela Petrobras; dólar cai 0,39% com guerra no Oriente Médio

Mercados reagem ao risco de escalada no Oriente Médio, à queda do petróleo e às projeções de juros mais altos no Brasil

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 23 de junho de 2025 às 11h05.

Última atualização em 23 de junho de 2025 às 17h34.

O Ibovespa fechou em queda nesta segunda-feira, 23, refletindo o aumento das tensões no Oriente Médio e a leitura mais dura para a economia brasileira após a divulgação do Boletim Focus. O índice recuou 0,41%, aos 136.550 pontos, com as ações da Petrobras (PETR4) puxando para baixo. A estatal viu seus papéis caírem 2,50%, cotados a R$32, refletindo a queda do Brent, que foi de 8,17%.

Após uma abertura no vermelho, as bolsas de Wall Street firmaram alta diante da percepção do mercado de que a resposta do Irã ao ataque dos Estados Unidos no fim de semana foi “simbólica”, minimizando o risco de uma escalada do conflito no Oriente Médio. O S&P 500 subiu 0,96%. O Dow Jones avançou 0,89% e o Nasdaq valorizou 0,94%.

O dólar também reflete o ambiente de cautela. A moeda americana recuou 0,39%, negociada a R$ 5,5032.

 

Ibovespa hoje

  • IBOV: -0,41%, a 136.550 pontos
  • Dólar hoje: -0,39%, aos R$ 5,5032

No radar hoje

Os investidores monitoraram os desdobramentos dos ataques dos Estados Unidos a instalações nucleares no Irã, que aumentaram os temores de uma escalada no conflito regional. O risco de que Teerã bloqueie o Estreito de Hormuz, por onde passa cerca de 20% do petróleo consumido no mundo, mantém os preços da commodity pressionados e os mercados em alerta.

Na tarde desta segunda-feira, 23, o Irã revidou e lançou diversos mísseis contra bases militares dos Estados Unidos no Oriente Médio. Ao todo, onze mísseis foram lançados em direção a Doha, capital do Catar. Um míssil foi lançado em direção ao Iraque, segundo a autoridade israelense.

Apesar do ataque, os preços do petróleo despencaram mais de 8%. Segundo a CNBC, o mercado "ignora o risco ao fornecimento de petróleo bruto do Oriente Médio."

O fato do bombardeio ter sido previamente articulado com o Catar, ao que tudo indica, além de Teerã ter lançado exatamente 11 mísseis, o mesmo número usado pelos EUA em um ataque anterior a alvos iranianos, também podem ser um motivo para a queda do petróleo.

Além disso, não há registro de vítimas e muitos dos mísseis foram neutralizados pelos sistemas de defesa, o que colabora para os fundamentos de uma retaliação proporcional.

No cenário doméstico, o Boletim Focus trouxe revisões que reforçam o ambiente de juros elevados por mais tempo. A projeção para o IPCA de 2025 caiu pela quarta semana seguida, passando de 5,25% para 5,24%. Apesar disso, a expectativa segue acima do teto da meta de inflação. Ao mesmo tempo, o mercado elevou a projeção da Selic para 15% no fim de 2025, indicando que o ciclo de aperto monetário deve se prolongar.

O IPC-S, divulgado pela FGV nesta manhã, também reforçou o sinal de desaceleração da inflação de curto prazo. O índice subiu 0,19% na terceira quadrissemana de junho, após alta de 0,25% na leitura anterior. No acumulado em 12 meses, a inflação medida pelo IPC-S está em 4,26%, com destaque para a deflação do grupo alimentação, que passou de alta de 0,04% para queda de 0,19%.

No exterior, as bolsas europeias fecharam em queda, refletindo a aversão ao risco diante da crise geopolítica. O CAC 40, em Paris, liderava as perdas com recuo de 0,69%, seguido pelo DAX, em Frankfurt, que caiu 0,35%. O índice Stoxx 600 recuou 0,28% e o FTSE 100, em Londres, tinha queda mais moderada de 0,19%.

Na Ásia, as bolsas fecharam majoritariamente em baixa. No Japão, o índice Nikkei recuou 0,13%, enquanto o Kospi, na Coreia do Sul, caiu 0,24%. Na China, o CSI 300 fechou em alta de 0,29%, e Hong Kong destoou com ganho de 0,67%, puxado por ações de tecnologia.

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