Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)
Repórter Exame IN
Publicado em 21 de março de 2023 às 09h18.
Última atualização em 22 de março de 2023 às 10h29.
O Ibovespa fechou esta terça-feira, 21, no zero a zero, dividido entre tendência positiva no exterior e as incertezas internas. Lá fora, as bolsas europeias e o mercado dos Estados Unidos subiram com o arrefecimento da crise bancária americana.
Nesta manhã, a secretária do tesouro dos EUA, Janet Yellen, reforçou que o governo está pronto para socorrer o sistema caso a crise piore. Os bancos médios americanos, os mais afetados depois da falência do Silicon Valley Bank (SVB), tiveram um dia de alta, com o First Republic subindo 33% depois de afundar 47% na véspera. Vale lembrar que, depois da quebra do SVB, o First Republic tem sido o banco mais afetado pela crise.
Outro fator que ajudou as bolsas foi a perspectiva sobre a trajetória de juros. Com a crise bancária, cresceram as apostas de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) possa diminuir o ritmo de alta de juros na decisão que será tomada amanhã. As apostas são de uma alta de 0,25 ponto percentual (p.p.) – abaixo dos 0,5 p.p. que eram esperados antes.
Por aqui, a notícia interna mais esperada era a divulgação do novo arcabouço fiscal proposto pelo Ministério da Fazenda, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabou de informar que as novas regras só devem ser divulgadas após a volta da viagem para a China. A expectativa dos investidores é que a nova regra fiscal traga maior previsibilidade sobre os rumos das contas públicas, abrindo caminho para um corte de juros por parte do Copom. Foi isso que segurou a alta do Ibovespa hoje.
O Copom, a propósito, também divulga sua próxima decisão de juros amanhã. A expectativa atual é de manutenção da taxa em 13,75% ao ano, mas existe a possibilidade que o Comitê sinalize a possibilidade de cortes mais para frente.
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As ações da Petrobras ignoraram as falas do presidente Lula em entrevista nesta manhã sobre a suspensão das vendas dos ativos feitas na gestão passada e subiram, na esteira da alta dos preços do petróleo. Os papéis avançaram mais de 2%, revertendo as baixas de ontem na mesma magnitude
O governo deve voltar a subir os juros do consignado do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), após os bancos suspenderem os empréstimos para aposentados e pensionistas devido ao teto mais baixo imposto pelo governo. A taxa, que antes era 2,14%, caiu para 1,70% por decisão do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), presidido pelo ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Ontem, Rui Costa (Casa Civil), Lupi e o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, discutiram uma fórmula para solucionar a questão para evitar que a operação continue suspensa pela maior parte dos bancos, incluindo públicos, como Banco do Brasil (BBAS3) e Caixa, e privados, como Itaú Unibanco (ITUB4). O entendimento é de que há necessidade de o governo adotar um "meio-termo", que oscilaria entre 1,8% e 2% de juro.
Em reação, as ações dos bancos fecharam o dia em alta.
O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.