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Ibovespa tem 4ª semana seguida de queda e cai à mínima do ano

Índice foi pressionado por exterior negativo, com investidores temendo uma crise bancária sistêmica

Painel de cotações da B3: Ibovespa recua nesta sexta-feira (Cris Faga/Getty Images)

Painel de cotações da B3: Ibovespa recua nesta sexta-feira (Cris Faga/Getty Images)

Publicado em 17 de março de 2023 às 10h26.

Última atualização em 17 de março de 2023 às 17h46.

O Ibovespa caiu pela quarta semana consecutiva, acumulando perdas 1,6% nos últimos cinco pregões. Apenas nesta sexta-feira, 17, o principal índice da B3 caiu 1,4%, aos 101.982 pontos, afundando à menor pontuação no ano. Os agentes de mercado continuam receosos com uma possível crise financeira global após a falência do Silicon Valley Bank (SVB).

Ibovespa hoje

  • IBOV (diário): - 1,41%, aos 101.982 pontos
  • IBOV (semanal): - 1,58%

Crise bancária se espalha?

Na sexta-feira passada, o banco financiador de startups no Vale do Silício faliu depois de uma corrida bancária aos depósitos. O SVB foi impactado pela alta dos juros, que gerou uma crise de liquidez. E a crise, por sua vez, causou pânico no mercado, levando à maior quebra bancária desde 2008. 

As autoridades americanas apresentaram um plano de socorro para os clientes do banco, mas as preocupações de contaminação do setor continuaram, em especial entre os bancos médios. 

Nesta sexta, as atenções ficaram com o First Republic Bank, que também deu sinais de fraqueza após a falência do SVB. Os grandes bancos americanos se juntaram para socorrer o First Republic e estancar a crise, mas o sentimento de aversão a risco permaneceu e as ações caíram 33% hoje e acumularam baixa de 71% na semana.

Na Europa, a quebra do SVB aprofundou a crise de liquidez do Credit Suisse, que já vinha passando por dificuldades desde 2021. As ações haviam se recuperado ontem com a notícia de socorro do Banco Nacional da Suíça. Porém, com o retorno da aversão a risco de olho no First Republic Bank, os papéis caíram 8% nesta sexta-feira – queda de 25,5% no acumulado semanal. 

A volatilidade deve continuar no radar ao menos até a próxima quarta-feira, 22, data da próxima decisão de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Investidores estimam que as incertezas no setor bancário podem fazer o Fed ser mais brando na próxima decisão. Enquanto as expectativas não se concretizam, a incerteza toma conta dos mercados.

Bolsas americanas e europeias fecharam a sexta-feira em queda superior a 1%.

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Suspensão do consignado: bancos caem

Nesta sexta-feira, as ações dos bancos foram a principal força negativa no Ibovespa – e a crise global não foi a culpada. Responsáveis por quase 15% da carteira teórica do índice, os papéis recuaram em bloco depois que diversas instituições suspenderam a concessão do crédito consignado

A reação veio após o Conselho Nacional da Previdência Social (CNPS) ter reduzido o limite máximo dos juros que os bancos podem cobrar de aposentados e pensionistas no consignado do INSS

O teto de juros caiu de 2,14% para 1,70%, reduzindo as margens dos bancos com o produto. A avaliação das instituições é que a nova taxa não vale a pena.

  • Bradesco (BBDC4): - 4,17%
  • Santander (SANB11): - 3,97%
  • Itaú (ITUB4): - 2,87%
  • Banco do Brasil (BBAS3): - 1,71%

"O perfil consignado é um tomador praticamente fixo de dívida para períodos de mercado bom ou ruim. Mas, com o novo teto, fica totalmente desinteressante fazer esse empréstimo – a taxa anterior já era próxima de zero. É possível ter redução de consumo, afetando empresas do setor, e afetando também as linhas de crédito dos bancos", afirma Danielle Lopes, sócia e analista de ações da Nord Research.

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No aguardo do fiscal

No mercado local, o mercado aguarda ainda detalhes sobre o novo arcabouço fiscal que irá substituir o teto de gastos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontrou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta sexta-feira para discutir a proposta. 

Maiores altas do Ibovespa na semana

  • Via (VIIA3): + 14,84%
  • Ecorodovias (ECOR3): + 14,67%
  • MRV (MRVE3): + 12,91%

Maiores baixas do Ibovespa na semana

  • Qualicorp (QUAL3): - 14,85%
  • São Martinho (SMTO3): - 10,63%
  • Raízen (RAIZ4): - 9,19%

Que horas abre a bolsa?

Com o início do horário de verão nos Estados Unidos, a B3 comunicou que a partir de segunda-feira, 13 de março, os horários de negociação dos mercados de bolsa e balcão organizado administrados pela B3 serão alterados. O pregão volta a ter uma hora a menos de negociação, encerrando às 17h -- seu horário tradicional.

Dessa maneira, o horário de negociação no mercado à vista começará às 10h e encerra às 16h55. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-makert será entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro serão entre 9h e 17h55.

A mudança ocorre para adequar o horário da B3 ao funcionamento das bolsas americanas em Wall Street. Por lá, o horário de negociações passa a ser entre 10h30 e 17h (no horário de Brasília).

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