Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)
Publicado em 17 de fevereiro de 2023 às 10h27.
Última atualização em 17 de fevereiro de 2023 às 18h50.
A semana pré-carnaval foi de alta para o Ibovespa, que avançou 1% no acumulado dos últimos cinco pregões. No entanto, nesta sexta-feira, 17, o principal índice da B3 fechou o dia em queda, impactado pelo viés vendedor nos Estados Unidos.
No exterior, a preocupação é com a alta dos juros. Dados de inflação ao produtor divulgados ontem vieram acima do esperado e colocaram os agentes de mercado em alerta. A expectativa, agora, é que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) mantenha as taxas mais altas por mais tempo para controlar a inflação.
Economistas do Goldman Sachs e do Bank of America, dois dos maiores bancos americanos, revisaram suas expectativas e agora projetam novas elevações nas próximas três reuniões do Fed.
Como resultado, dois entre os três principais índices americanos fecharam a semana em baixa.
No Ibovespa, o clima de aversão a risco derrubou a bolsa nos últimos dois pregões da semana, mas o saldo final permaneceu no positivo. O índice subiu apoiado nas promessas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que indicou uma antecipação da nova âncora fiscal do País. Segundo Haddad, a nova regra fiscal será apresentada em março.
Outro aspecto que sustentou a bolsa foi o alívio com a diminuição das tensões entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Banco Central.
Ontem, Lula disse em entrevista que não cabe ao presidente da República entrar em conflito com o presidente do BC. A fala foi vista como um sinal de trégua depois de semanas de críticas a Roberto Campos Neto e sua condução da política monetária.
Ações mais dependentes da curva de juros subiram com o alívio na frente política, com Hapvida e Via liderando as maiores altas da semana.
Na sequência, estão as ações do Bradesco que se recuperaram depois do tombo da semana passada. O resultado positivo do BTG Pactual na segunda-feira impulsionou o setor bancário e abriu caminho para a recuperação do concorrente. Os papéis da companhia subiram 10,4% na semana e ficaram entre as maiores altas do Ibovespa.
Na ponta oposta, as ações ligadas ao petróleo ficaram entre as maiores quedas da semana acompanhando a queda da commodity. O petróleo registrou baixa de quase 4% de olho no possível aumento de juros nos Estados Unidos. Com juros mais altos, a economia perde força e a demanda pela matéria-prima pode ser afetada.