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Ibovespa cai 2,6% e dólar avança à espera da PEC da Transição

PEC deve manter despesas associadas ao Bolsa Família fora do teto de gastos; mercado aguarda detalhes da proposta

Painel de cotações na B3 (Germano Lüders/Exame)

Painel de cotações na B3 (Germano Lüders/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 16 de novembro de 2022 às 10h38.

Última atualização em 16 de novembro de 2022 às 18h20.

O Ibovespa voltou do feriado em forte queda, derrubado pelo risco fiscal que tem tirado o sono dos investidores desde a semana passada. O mercado passou todo o dia em compasso de espera, no aguardo da apresentação da PEC da Transição no Congresso.

A proposta, prevista para ser entregue hoje às 19h, deve tirar as despesas relacionadas ao Bolsa Família do teto de gastos, abrindo espaço dentro do orçamento de 2023 para novos gastos.

O efeito foi sentido na curva de juros, onde houve avanço em todos os vencimentos na sessão de hoje. O DI para janeiro de 2024 subiu para 14,06%, de 13,75% no ajuste anterior, e o DI avançou para 2027 a 13,08%, de 12,79%. 

“O investidor cobra um prêmio maior para investir já que o País quer aumentar os gastos em um momento onde todas as economias do mundo não vão bem”, avalia Piter Carvalho economista chefe da Valor Investimentos. A elevação na curva de juros, por sua vez, tira a atratividade da bolsa.

Quem também sofreu foi o real. O dólar saltou 1,5% contra a moeda brasileira, que se desvalorizou em meio às incertezas que rondam a PEC.

  • Dólar comercial: + 1,54%, a R$ 5,382

As principais dúvidas do mercado são de quanto será o montante extra-teto e por qual período os gastos sociais ficarão de fora da âncora fiscal. 

O relator da PEC, senador Marcelo Castro, defende que os gastos com o Bolsa Família sejam permanentemente mantidos fora do teto. Mas a proposta sofre resistência de membros do Centrão. Um dos líderes do bloco, o atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, quer que a medida tenha o prazo de apenas um ano. 

Inflação assusta no exterior

O dia também foi negativo nas bolsas de Wall Street, onde a inflação foi a principal responsável pelas baixas do dia. O alerta veio com a Target, que relatou uma queda nas vendas, mostrando que a inflação já pesa entre as varejistas. 

O alerta levou as ações da companhia a uma queda de 8,95% e derrubou as bolsas americanas.

Na véspera, as bolsas estrangeiras fecharam em firme alta, após o Índice de Preço ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) de outubro ter saído mais fraco que o previsto por economistas. Os números foram em linha com os do Índice de Preço Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que provocaram doses de euforia na semana passada.

Ações recuam com fiscal

Por aqui, as principais quedas do dia ficam com as ações de varejistas e tecnologia, que recuaram acompanhando a abertura da curva de juros com a continuidade das preocupações fiscais. Vale lembrar que os papéis tiveram um dia de alta no último pregão.

  • Americanas (AMER3): - 9,81%
  • Locaweb (LWSA3): - 8,10%
  • Magazine Luiza (MGLU3): - 8,01%

Veja também: Localiza (RENT3) cai mais de 7% após balanço do 3º trimestre

Embraer se recupera

Em um dia majoritariamente positivo, a Embraer liderou as poucas altas do dia, em um movimento de recuperação após as quedas de segunda-feira. 

No último pregão, as ações caíram 6% em reação ao resultado da companhia no 3º trimestre. A Embraer reportou prejuízo líquido ajustado de R$ 93,8 milhões no terceiro trimestre, ante perdas de R$ 179,7 milhões no mesmo período do ano passado, uma retração de 47,8%.

  • Embraer (EMBR3): + 9,94%
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