Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 16 de setembro de 2022 às 10h25.
Última atualização em 16 de setembro de 2022 às 18h41.
Em uma semana de fortes quedas para as bolsas globais, o mercado local não passou ileso. O Ibovespa, principal índice da B3, caiu 0,6% nesta sexta-feira, 16, e encerrou a semana acumulando queda de 2,7%, puxado para baixo pelo clima de aversão a risco que se instalou, principalmente, no mercado americano.
Por lá, investidores vem reagindo negativamente na expectativa do aumento de juros e suas consequências para a economia. Nesta sexta, o maior pessimismo no exterior teve como pano de fundo os alertas emitidos, na última noite, pela americana FedEx, uma das maiores empresas de logística do mundo.
A companhia anunciou uma série de cortes de custos motivados pela piora da expectativa para a economia global. Entre as medidas, estiveram o fechamento de mais de 90 escritórios, adiamento de contratações e redução das operações aos domingos.
O plano de sobrevivência foi divulgado junto com os números preliminares do trimestre findo em agosto, classificados pela própria companhia como "decepcionantes". A FedEx ainda informou que, mesmo com "ações agressivas de corte de custos, espera que as condições de negócios se enfraqueçam ainda mais". As ações da FedEx desabaram 21,4% na bolsa americana NYSE.
A perspectiva negativa de uma das maiores empresas do setor logístico vai de encontro com os maiores temores do mercado financeiro: de que altas de juros para conter a inflação global provoquem danos significativos na economia.
O saldo foi uma queda generalizada nas bolsas americanas. No acumulado da semana, o índice Dow Jones, mais associado à economia tradicional, caiu 4,1%. O S&P 500, principal índice da bolsa americana, recuou 4,8%. E o mais prejudicado, o índice de tecnologia Nasdaq, desabou 5,5% em sua pior semana desde junho.
Duras perdas também foram sentidas pelos principais índices da Europa, após a divulgação da inflação ao consumidor da Zona do Euro, que subiu mais 0,6% para o mês de agosto, mantendo a alta de 9,1% no acumulado de 12 meses.
A Natura (NTCO3), que esteve entre os destaques de alta nos últimos pregões com mudanças estratégicas no radar, hoje foi a ação que lidera as perdas do Ibovespa em um forte movimento de correção.
Outro papel com recuo foi a Sabesp (SBSP3), que já havia desabado 4% na véspera após ter a recomendação rebaixada de compra para neutra pelo banco UBS. O banco reduziu o preço-alvo de R$ 60 para R$ 56 por ação.
Entre as maiores quedas estiveram ainda as empresas de educação Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3), associadas à economia local e à dinâmica de juros.
BB Seguridade (BBSE3), Fleury (FLRY3) e Magazine Luiza (MGLU3) lideraram os ganhos.
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