Redação Exame
Publicado em 16 de junho de 2025 às 11h52.
Última atualização em 16 de junho de 2025 às 17h31.
O Ibovespa fechou em alta nesta segunda-feira, 16, com a divulgação do IBC-Br, a "prévia do PIB", acima do esperado, e a desaceleração da inflação, medida pelo IGP-10 e IPC-S, que reforçam a percepção de uma economia resiliente. O índice registrou avanço de 1,49%, aos 139.711 pontos.
Os principais índices de Wall Street também fecharam em alta, com o mercado mais otimista com o decorrer do conflito entre Israel e Irã, com notícias de que o país persa quer retomar as negociações para acordo nuclear com os Estados Unidos. O Dow Jones subiu 0,75%, o S&P 500 avançou 0,94% e o Nasdaq 100 teve alta de 1,52%.
Na inflação, os dados vieram positivos. O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) recuou 0,97% em junho, puxado pela queda nos preços de commodities como milho e pela desaceleração dos alimentos no varejo. O índice acumula alta de 0,23% no ano e de 5,62% em 12 meses.
Já o Índice de Preços ao Consumidor – Semanal (IPC-S) subiu 0,25% na segunda quadrissemana de junho, após avanço de 0,41% na leitura anterior. No acumulado de 12 meses, o IPC-S registra alta de 4,32%.
O Relatório Focus mostrou melhora nas expectativas do mercado. A projeção para a inflação deste ano recuou de 5,44% para 5,25%, enquanto a estimativa para o PIB subiu de 2,18% para 2,20%. As previsões para a Selic se mantiveram em 14,75% pela sexta semana seguida.
No exterior, o Índice Empire State, que mede a atividade industrial no estado de Nova York, caiu para -16 em junho, de -9,2 em maio, bem pior do que a expectativa de -5,5. O dado reforça sinais de desaceleração no setor manufatureiro dos Estados Unidos.
No mercado de comodities, o petróleo segue em foco após os recentes ataques no Oriente Médio. A Opep reduziu sua previsão para o crescimento da oferta fora do cartel em 2026, especialmente nos Estados Unidos, mas manteve estáveis as projeções de demanda global.
A produção total da Opep+ aumentou 180 mil barris por dia no mês passado, chegando a 41,23 milhões de barris diários. Para o Brasil, a Opep elevou a estimativa de crescimento da produção de combustíveis líquidos em 2025, projetando agora alta de 200 mil barris por dia, para 4,4 milhões.
Os mercados globais começam a semana com foco nas tensões entre Israel e Irã, na política tarifária dos Estados Unidos e na expectativa pelas decisões dos bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos na "Superquarta".
No campo político, investidores acompanham de perto os desdobramentos da crise do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A Câmara dos Deputados pode votar ainda hoje a urgência de um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que revoga o reajuste do imposto, o que adiciona mais uma camada de incerteza fiscal ao mercado.
Lá fora, as atenções também se voltam para a cúpula de líderes do Grupo dos Sete (G7), que acontece no Canadá e pode gerar repercussões sobre comércio global, geopolítica e mudanças climáticas.
Os mercados internacionais operam em alta, com os investidores reagindo aos dados econômicos da China e acompanhando movimentos corporativos na Europa.
Na Ásia, os principais índices fecharam no campo positivo. O Nikkei, em Tóquio, avançou 1,26%, o Kospi, na Coreia do Sul, subiu 1,8%, e o Hang Seng, em Hong Kong, ganhou 0,7%.
Na China, o CSI 300 registrou alta mais modesta, de 0,25%, após a divulgação de que as vendas no varejo cresceram 6,4% em maio na comparação anual, enquanto a produção industrial subiu 5,8%, abaixo das expectativas. Na Austrália, o mercado ficou estável.
Na Europa, as bolsas também fecharam no azul. O CAC 40, de Paris, subiu 0,75%, impulsionado pela disparada de mais de 11% das ações da Kering, dona de marcas como Gucci e Balenciaga, após a notícia de que o CEO da Renault, Luca de Meo, deve assumir o comando do grupo de luxo. No sentido oposto, os papéis da Renault caíram mais de 8,6%.
O índice DAX, da Alemanha, avançou 0,75%, o FTSE 100, de Londres, subiu 0,28% e o europeu Stoxx 600 registrou alta de 0,36%.