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Ibovespa supera os 134 mil pontos e encosta na máxima histórica

Novos dados da economia americana corroboram tese de que Fed iniciará ciclo de cortes em setembro; magnitude pode ser menor do que esperado

Ibovespa: bolsa opera na máxima do ano, acima dos 133 mil pontos (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: bolsa opera na máxima do ano, acima dos 133 mil pontos (Germano Lüders/Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 15 de agosto de 2024 às 10h31.

Última atualização em 15 de agosto de 2024 às 17h50.

O Ibovespa encostou na máxima histórica no pregão desta quinta-feira, 15, e alcançou 134.575 pontos no ápice das negociações. Ao longo do pregão o índice perdeu parte da força e fechou em alta de 0,63% aos 134.153 pontos. O maior patamar que o índice já alcançou desde que foi criado foi no dia 28 de dezembro de 2023, quando registrou 134.391 pontos.

O tom otimista vem na esteira da divulgação de novos dados econômicos dos Estados Unidos (veja detalhes abaixo). Eles aumentam a confiança do mercado sobre a proximidade do início de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano).

"A iminência de corte nos juros americanos em um cenário de desaceleração econômica, sem recessão (pouso suave suave ou soft landing) ajudou a bolsa”, afirmou Thiago Zanetoni, especialista em investimentos na WIT Invest

Zanetoni destaca ainda outro fator para os bons ventos nos mercados: a forte temporada de balanços referentes ao segundo trimestre de 2024, em que grande parte das empresas superaram as expectativas de resultados. Para fechar, a amenização de ruídos políticos do lado fiscal também colabora para o mercado brasileiro voltar a andar, comenta Zanetoni.

Ibovespa hoje

  • IBOV: +0,63% aos 134.153 pontos

Alívio na economia americana

Foram três indicadores importantes que direcionaram os mercados hoje. Segundo o Departamento do Trabalho, o número de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA caiu 7 mil na semana encerrada em 10 de agosto, para 227 mil. O resultado ficou abaixo das projeções dos analistas consultados pela FactSet, que previam 233 mil solicitações.

Já a produção industrial dos EUA, segundo dados divulgados pelo Fed, caiu 0,6% em julho, abaixo das projeções da FactSet de queda de 0,3% do período. Em junho, houve um avanço de 0,3%.

Outro dado destaque de hoje são as vendas no varejo dos EUA, que subiram 1% em julho ante junho, para US$ 709,7 bilhões. O número é acima das expectativas também de especialistas da FactSet, que previam um avanço de 0,3% no período.

De um lado, os pedidos de auxílio-desemprego aquém do esperado e as vendas no varejo acima das projeções afastam o temor anterior de recessão na economia americana. Por outro, a produção industrial mais fraca do que o estimado aponta para a necessidade do início do ciclo de corte de juros.

Em meio às interpretações, o mercado ainda aposta que o corte de juros começará em setembro, mas as expectativas relacionadas à magnitude do corte foram reajustadas. Segundo o FedWatch, plataforma do CME Group, 74,5% aposta em um corte de 25 pontos-base, enquanto 25,5% aposta em um corte mais agressivo, de 50 pontos-base.

Com dados mais equilibrados dos Estados Unidos, mas que ainda assim apontam para o início do ciclo de cortes na próxima reunião, as bolsas de NY tiveram fortes altas, puxando o Ibovespa para cima:

  • S&P 500: +1,61%
  • Dow Jones: +1,39%
  • Nasdaq: +2,34%

Destaques de ações

Outro fator que colaborou para a alta da bolsa brasileira foi o avanço do petróleo lá fora. O petróleo de referência para os papéis da Petrobras, o Brent, fechou com 1,30% de alta, enquanto o WTI subiu 1,39%. Seguindo a commodity, as ações da petroleira fecharam no positivo.

  • Petrobras (PETR3): +1,02%
  • Petrobras (PETR4): +1,54%

Os bancos também impactam positivamente a bolsa, com Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), que têm grande peso no Ibovespa, subindo 1,59% e 1%, respectivamente.

Dólar hoje

Nesta quinta-feira, 15, o dólar comercial fechou em alta de 0,27% aos R$ 5,483. Na sessão anterior, a moeda fechou com valorização de 0,35% cotada a R$ 5,469.

Como é calculado o índice Bovespa?

Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, com base na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice.

Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o Ibov está em 100 mil pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de R$ 100 mil.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o aftermarket ocorre entre 17h25 e 17h45. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 16h55.

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