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Ibovespa fecha em alta com mercado repercutindo dados locais e anúncios na China

Entre os indicadores do dia, o destaque foi a prévia do PIB, que registrou um avanço acima do esperado para o mês de agosto

Ibovespa: investidores repercutem dados locais, ao mesmo tempo que avaliam anúncios da China (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: investidores repercutem dados locais, ao mesmo tempo que avaliam anúncios da China (Germano Lüders/Exame)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 14 de outubro de 2024 às 10h42.

Última atualização em 14 de outubro de 2024 às 17h39.

O Ibovespa fechou, nesta segunda-feira, 14, em alta de 0,78% aos 131.005 pontos, com investidores repercutindo dados da economia local e anúncios do governo chinês durante o final de semana.

Ibovespa hoje

  • IBOV: +0,78% aos 131.005 pontos

No mercado brasileiro, investidores reagiram à divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central do Brasil (IBC-Br), que veio acima do esperado.

Segundo dados divulgados pelo BC, o índice registrou um avanço de 0,2% em agosto na comparação com julho. A expectativa do consenso da Reuters era de estabilidade, enquanto a Genial Investimentos projetava alta de 0,1%, após uma queda de 0,4% em julho.

Em comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br registrou um aumento de 3,1%, enquanto, no acumulado dos últimos 12 meses, o índice apresentou crescimento de 2,5%.

Jefferson Laatus, chefe-estrategista do grupo Laatus, destacou que o crescimento do IBC-Br em agosto é um indicativo positivo da recuperação econômica no Brasil, gerando otimismo entre investidores e impulsionando setores como construção e serviços. "No entanto, a expansão precisa ser acompanhada com cautela, pois pode pressionar a inflação e exigir uma política monetária mais rígida.”

Isso porque o índice acima do esperado pode fomentar a ideia de alta de uma alta maior nos juros. Há uma semana, a plataforma da B3 de probabilidade para a taxa Selic mostrava que 8,5% do mercado apostava em um aumento de 0,75 pontos percentuais (p.p.) para a próxima reunião. Hoje, esse número subiu para 14,11%.

Já as apostas para uma alta de 1 p.p. saíram de 2% para 2,56%, enquanto as apostas para uma alta de 0,25 p.p. caíram de 13,5% para 7,5%. Apenas 1% apostam que haverá manutenção - na semana passada, esse número era de 1,5%.

China

Neste final de semana, mais medidas de estímulos fiscais, tão aguardadas pelo mercado, foram anunciadas pelo governo chinês. Segundo o ministro das Finanças, Lan Foan, haverá a emissão de 2,3 trilhões de yuans (cerca de R$ 1,83 trilhão) em títulos de dívida pública até o final do ano, com foco no apoio ao setor imobiliário, bancos e no aumento do consumo.

O objetivo é impulsionar uma economia que tem enfrentado desafios persistentes, como a crise no setor imobiliário e o aumento do desemprego, especialmente entre os jovens. A taxa de desemprego entre aqueles com idades entre 16 e 24 anos subiu para 18,8%, uma das mais altas em anos. Essa combinação de fatores tem levado à retração do consumo interno, já que os chineses têm preferido poupar em vez de gastar.

No domingo, os dados de inflação reforçaram essa percepção de fragilidade econômica. O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) desacelerou, de uma alta de 0,6% (agosto) para uma alta de 0,4% (setembro). As expectativas eram que o índice viesse igual a agosto.

Já o Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) recuou 2,8% na comparação anual, superando as expectativas de queda de 2,5%, segundo economistas consultados pelo Wall Street Journal, e ante os 1,8% registrados em agosto.

O mercado recebeu positivamente as notícias de estímulo, com as ações das principais bolsas da Ásia apresentando altas nesta segunda-feira, especialmente os índices ligados ao setor imobiliário. O CSI300 Real Estate saltou 4,1%, enquanto o índice Hang Seng Mainland Properties subiu 1,37%.

Em meio a esse contexto, o Goldman Sachs revisou sua previsão de crescimento para o PIB chinês em 2024, elevando a expectativa de 4,7% para 4,9%. A meta oficial de crescimento do governo chinês para 2023 é de 5%, e as novas medidas são vistas como cruciais para garantir esse patamar, ao mesmo tempo que se busca um 2025 mais promissor.

Maior alta

As ações do Assaí (ASAI3) lideraram os ganhos do Ibovespa, com uma alta de 6,25%. O movimento ocorreu após a Receita Federal ter aceito o recurso da empresa e cancelado o termo que exigia o arrolamento de ativos no valor de R$ 1,265 bilhão, relacionado a contingências tributárias em disputa com o GPA. Analistas de mercado consideraram a notícia como um fator positivo.

Dólar hoje

O dólar comercial fechou em queda de 0,58%, sendo negociado a R$ 5,582. Na última sessão, a moeda havia subido 0,50%, sendo negociada a R$ 5,615.

Como é calculado o índice Bovespa?

O Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média ponderada de uma carteira teórica de ativos. Cada ativo tem um peso na composição do índice, refletindo o desempenho das ações mais negociadas. Se o índice está em 100 mil pontos, o valor da carteira teórica é de R$ 100 mil.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

Até o dia 1º de novembro (sexta-feira), o horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, e o aftermarket entre 17h25 e 17h45. As negociações com o Ibovespa futuro acontecem das 9h às 16h55.

Já a partir do dia 4 de novembro (segunda-feira), o fechamento da bolsa ocorrerá uma hora mais tarde. As negociações serão das 10h às 18h, seguindo o horário de verão dos Estados Unidos, com o aftermarket operando das 18h25 às 18h45. O horário de início e a pré-abertura seguem iguais.

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