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Ibovespa fecha em alta com mercado repercutindo indicadores de inflação e julgamento no STF

Expectativa de decisão do julgamento sobre tentativa de golpe de Estado por parte do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro e mais 7 réus foi um dos destaques do dia

Ibovespa: bolsa repercute IPCA, no Brasil, e PPI, nos EUA (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: bolsa repercute IPCA, no Brasil, e PPI, nos EUA (Germano Lüders/Exame)

Publicado em 10 de setembro de 2025 às 17h17.

Nesta quarta-feira, 10, o Ibovespa fechou em alta de 0,52% aos 142.348 pontos, depois de renovar máxima intraday aos 143.181. O mercado repercutiu hoje importantes indicadores da inflação tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, que podem ditar o rumo da política monetária em ambos os países.

O Índie de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto ficou negativo em 0,11%, a maior queda do índice desde setembro de 2022. Preço de alimentos e bebidas caíram 0,46% no período, segundo dados do IBGE. Outro grupo que apresentou importante queda foi habitação (que inclui energia elétrica residencial): -0,90%. O grupo Transportes também apresentou recuo: -0,27%. O IPCA acumulado de 12 meses ficou em 5,13%.

Nos Estados Unidos, o importante Índice de Preço ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) de agosto ficou abaixo das expectativas, o que reforça ainda mais a queda dos juros nos EUA na semana que vem. O PPI subiu 2,6% em relação ao mesmo período do ano passado — o mercado esperava alta de 3,3%. Na comparação com julho, a queda foi de 0,1% — o mercado estimava alta de 0,4%.

O mercado já dá como certo o corte dos juros nos Estados Unidos na reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) na semana que vem depois da confirmação que o mercado de trabalho americano perdeu fôlego. As taxas têm sido mantidas entre 4,25% a 4,50% desde dezembro do ano passado, quando a autoridade monetária americana decidiu pela interrupção da queda dos juros.

Ibovespa hoje

  • IBOV: +0,52%, aos 142.348 pontos
  • Dólar: -0,54%, a R$ 5,406

No radar hoje

A visão positiva do mercado com a iminente queda dos juros nos EUA contrastou com a nova escalada da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Há poucos dias, a Rússia fez a maior ofensiva aérea contra a Ucrânia, desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. E os ataques continuaram nesta segunda, atingindo uma usina termelétrica perto da capital Kiev.

O presidente Donald Trump, que já havia ameaçado impor uma segunda fase de sanções à Rússia, subiu o tom nesta terça e, como forma de pressionar Moscou, pediu à União Europeia a imposição de tarifas de 100% de produtos da Índia e da China por comprarem petróleo e gás russo. Países da Europa, no entanto, temem que a medida possa prejudicar as relações comerciais com os dois importantes países.

O julgamento na primeira turma do STF, do núcleo central da tentativa de golpe de Estado em 2022, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, entra em dia decisivo porque pode ter a formação de maioria do colegiado sobre a ação. O placar está em 2 a 0 pela condenação depois dos votos dos ministros Alexandre de Moraes (relator) e Flavio Dino. O julgamento nesta quarta abriu com a leitura do voto do ministro Luiz Fux. Ainda faltam votar, nos próximos dias, Carmén Lucia e Cristiano Zanin.

O ministro Luiz Fux votou para anular o processo da denúncia da tentativa de golpe de Estado, com base no entendimento de que o caso não deveria tramitar na Corte por julgar réus sem a prerrogativa do foro privilegiado. O posicionamento ocorreu em relação aos pontos preliminares do julgamento, ainda sem a análise do mérito da ação. Com um voto longo, o magistrado não concluiu sua fala até o fechamento do pregão.

Nos Estados Unidos, Stephen Miran, um dos principais assessores econômicos da Casa Branca, deve ser confirmado no Comitê Bancário do Senado para o cargo de diretor do Federal Reserve. A indicação então vai para votação no plenário da casa.

Miran não deve participar da próxima reunião do comitê de política monetária nos dias 16 e 17 de setembro devido ao tempo curto para homologação de seu nome. Mas a entrada do indicado de Trump é mais um passo do governo para um maior controle do Fed pelo presidente, o que vem preocupando o mercado, que prega a independência da atuação do órgão.

Mercados internacionais

Na Ásia, os mercados tiveram desempenho positivo refletindo o otimismo de Wall Street. O índice japonês Nikkei 225 avançou 0,91%, e o Topix subiu 0,60%. Na Coreia do Sul, o Kospi teve alta de 1,67% e o Kosdaq ganhou 0,99%.

O Hang Seng, de Hong Kong, avançou 1,01%. O CSI 300, que reúne as principais ações de Xangai e Shenzhen da China, teve alta de 0,21%. Na China, destaca-se ainda o anúncio do índice de preços ao consumidor (CPI) de agosto, que teve recuou de 0,4% na comparação anual, enquanto o mercado esperava queda menor, de 0,2%.

Na Índia, o Nifty 50 subiu 0,42% e o Sensex também teve alta de 0,40%. Na Austrália, o S&P/ASX 200 ganhou 0,31%.

Na Europa, as bolsas fecharam em campo negativo. O Stoxx 600 caiu 0,05%, enquanto o alemão DAX recuou 0,45%, o britânico FTSE 100 perdeu 0,21% e o francês CAC 40 desvalorizou 0,15%.

Nos Estados Unidos, as bolsas fecharam sem direção definida. O Dow Jones caiu 0,48%, enquanto o S&P 500 ganhou 0,30% e o Nasdaq 100 valorizou 0,03%.

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