Ibovespa: mercado está de olho na ata do Fed (Germano Lüders/Exame)
Redação Exame
Publicado em 8 de outubro de 2025 às 17h35.
Última atualização em 8 de outubro de 2025 às 17h59.
O Ibovespa fechou, no pregão desta quarta-feira, 8, em alta de 0,56%, aos 142.145 pontos, recuperando parte das perdas da véspera. Na terça-feira, 7, o índice terminou o dia com queda de 1,55%, aos 141.376 pontos.
Neste dia que marca uma semana da paralisação do governo americano, o dólar fechou em queda de 0,11% a R$ 5,344.
No cenário político, a pesquisa Genial/Quaest divulgada às 7h mostra recuperação gradual da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A aprovação ao governo subiu dois pontos percentuais e chegou ao maior patamar desde janeiro, com 48% dos brasileiros aprovando e 49% desaprovando — um empate técnico dentro da margem de erro.
A avaliação geral do governo também melhorou: é positiva para 33% dos entrevistados (ante 31% em agosto) e negativa para 37% (de 38% no mês anterior).
Lula participa, ao lado da ministra Marina Silva, da VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente (CNIJMA), em Luziânia (GO), e deve sancionar a lei da Tarifa Social de Energia pela tarde.
O ambiente de incerteza impulsionou o ouro a um novo recorde histórico, superando pela primeira vez os US$ 4 mil por onça nesta quarta-feira, 8.
Segundo avaliação da Bloomberg, o avanço reflete o temor de desaceleração da economia americana e a crise política em Washington. Apenas em 2025, o ouro acumula alta superior a 50%.
Os investidores acompanharam nesta quarta-feira, 8, uma agenda intensa de indicadores e eventos econômicos, com destaque para a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed).
A maioria dos participantes da pesquisa Desk projetava uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa dos fed funds em setembro, com "cerca de metade" esperando outro corte em outubro.
No Brasil, o mercado repercutiu o fluxo cambial semanal. O Banco Central informou que o fluxo cambial total ficou negativo em US$ 1,055 bilhão na semana de 29 de setembro a 3 de outubro.
No período, o fluxo financeiro registrou saída líquida de US$ 3,177 bilhões, enquanto o fluxo comercial teve entrada líquida de US$ 2,122 bilhões, compensando parcialmente o resultado negativo.
O noticiário político também deve movimentar os mercados. A Câmara dos Deputados deve votar hoje a Medida Provisória 1.303, que trata de alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O texto caduca nesta quarta-feira, 8.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo e o Congresso chegaram a um acordo para aprovação do texto, que prevê arrecadação de pelo menos R$ 17 bilhões em 2026, valor abaixo dos R$ 20 bilhões inicialmente projetados.
Nos Estados Unidos, além da ata do Fed, o Departamento de Energia (DoE) divulgou os estoques de petróleo da semana até 3 de outubro.
Os estoques de petróleo bruto nos EUA subiram 3,715 milhões de barris na última semana, acima da expectativa de alta de 2,25 milhões, segundo o DoE. Ao mesmo tempo, os estoques de gasolina recuaram 1,6 milhão de barris, superando a projeção de queda de 1,05 milhão.
Investidores também repercutem falas de alguns dirigentes do Fed: Alberto Musalem (St. Louis) Michael Barr e Neel Kashkari (Minneapolis).
Na Europa, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, enviou mensagem pré-gravada a um evento em Luxemburgo.
As bolsas da Ásia e do Pacífico encerraram o pregão desta quarta-feira, 8, sem direção única, após o Banco Mundial elevar a previsão de crescimento da região. O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,48%. No Japão, o Nikkei 225 recuou 0,45%, e o Topix avançou 0,24%. O índice S&P/ASX 200, da Austrália, teve leve baixa de 0,1%, enquanto os mercados da China e da Coreia do Sul permaneceram fechados por feriado.
Na Europa, as bolsas fecharam em alta, impulsionadas pela proposta da União Europeia de elevar tarifas sobre o aço importado. O Stoxx 600 subiu 0,84%, com ganhos de 1,07% no CAC 40 (Paris), 0,70% no FTSE 100 (Londres) e de 0,91% no DAX (Frankfurt).
O setor de siderurgia liderou os ganhos, com SSAB, Thyssenkrupp e ArcelorMittal avançando até 5,5%. Já as montadoras recuaram: BMW caiu 8% depois de revisar suas margens, enquanto Mercedes-Benz e Porsche perderam 3% e 2%, respectivamente. A ABB subiu 0,82%, após o SoftBank anunciar a compra de sua divisão de robótica por US$ 5,4 bilhões.
Nos Estados Unidos, os índices fecharam majoritariamente em alta após queda na véspera. O Dow Jones ficou estável, enquanto o S&P 500 avançou 0,58% e o Nasdaq 100 ganhou 1,12%.