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Ibovespa ignora tarifaço e fecha em alta de mais de 1%

Medida oficializada por ordem executiva entrou em vigor nesta quarta-feira, 6, e atinge 95 categorias de produtos brasileiros, como carnes, café e calçados

Ibovespa: na quinta-feira, 21, o índice fechou em queda de 0,12%, aos 134.510 pontos (Germano Lüders/Exame)

Ibovespa: na quinta-feira, 21, o índice fechou em queda de 0,12%, aos 134.510 pontos (Germano Lüders/Exame)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 6 de agosto de 2025 às 13h05.

Última atualização em 6 de agosto de 2025 às 17h30.

O Ibovespa fechou em alta nesta quarta-feira, 6, e avançou 1,04%, aos 134.537 pontos, com os investidores acompanhando os desdobramentos da entrada em vigor do novo tarifaço dos Estados Unidos contra o Brasil. A medida, formalizada por ordem executiva do presidente Donald Trump, eleva em 50% as tarifas sobre 95 categorias de produtos brasileiros. Embora a lista inclua itens como carnes, calçados e celulose, cerca de 700 produtos foram isentos, entre eles suco de laranja, combustíveis, aeronaves e alguns metais.

O cenário externo pressionado se soma à instabilidade política doméstica, marcada por protestos da oposição no Congresso e pela prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. Entretanto, a bolsa brasileira parece que ignorou esses fatores.

Os principais índices de Wall Street fecharam no terreno positivo com as expectativas renovadas de uma reprecificação nos cortes de juros pelo Federal Reserve. O Dow Jones subiu 0,19%, o S&P 500 ganhou 0,73% e o Nasdaq 100 avançou de 1,21%.

Ibovespa hoje

  • IBOV: +1,04%, aos 134.537 pontos
  • Dólar: -0,78%, a R$ 5,432

No radar hoje

No Brasil, o Banco Central divulgou o fluxo cambial. Em julho, o fluxo total ficou negativo em US$ 301 milhões. Na semana passada (28/7 a 01/8) ficou positivo em US$ 2,01 bilhões.

No mesmo horário, também foi publicado o IC-Br, índice de preços ao produtor amplo do banco, que caiu 0,54% em julho, após recuo de 1,35% em junho. Em 12 meses, o índice acumula alta de 3,95%; em 2025, recua 9,76%.

Também saiu a balança comercial mensal, que é observada com atenção em meio aos impactos esperados do tarifaço. Ela registrou um superávit de US$ 7,075 bilhões em julho, resultado que superou a expectativa do mercado, de US$ 5,8 bilhões. No mês, as exportações somaram US$ 32,310 bilhões, enquanto as importações totalizaram US$ 25,236 bilhões.

Com o desempenho de julho, o superávit acumulado no ano chegou a US$ 36,982 bilhões. Apenas na quinta semana de julho, o saldo positivo foi de US$ 2,252 bilhões, reforçando a tendência de um resultado robusto para a balança comercial em 2025.

Nos Estados Unidos, o Departamento de Energia (DoE) publicou os dados semanais de estoques de petróleo bruto, que diminuíram em 3,03 milhões de barris na semana encerrada em 1º de agosto, ante o consenso de recuo de 1,1 milhão. Os estoques de gasolina caíram 1,323 milhão, frente o consenso de queda de 1 milhão.

Investidores também monitoraram declarações de dirigentes do Fed ao longo do dia: Susan Collins e Lisa Cook, que participaram de evento, e Mary Daly, presidente da distrital de São Francisco.

A temporada de balanços corporativos segue movimentada. Antes da abertura em Nova York, foram divulgados os resultados de Walt Disney e McDonald’s. Após o fechamento, reportam Airbnb, DoorDash, Lyft e American International Group.

No Brasil, o Itaú repercute pela manhã o lucro de R$ 11,5 bilhões no segundo trimestre.

Após o fechamento, saem os balanços de Suzano (SUZB3), Eletrobras (ELET3), Braskem (BRKM5), C&A (CEAB3), Cogna (COGN3), Espaçolaser (ESPA3), Copel (CPLE6), Brava Energia (BRAV3), Guararapes (GUAR3), Hypera (HYPE3), Minerva (BEEF3), Santos Brasil (STBP3) e Totvs (TOTS3).

Mercados internacionais

Os mercados globais operaram sem direção única nesta quarta-feira, 6, em meio à repercussão das novas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos e à divulgação de balanços corporativos. O presidente Trump afirmou que deve anunciar em breve medidas adicionais sobre chips e semicondutores, o que reacendeu temores de uma guerra comercial, especialmente com a China.

Na Ásia, os principais índices encerraram o pregão em alta, apesar do tombo de 50% no lucro operacional da montadora Honda no primeiro trimestre fiscal, pressionada pelas tarifas americanas sobre peças importadas. No Japão, o Nikkei 225 subiu 0,6%, o Topix avançou 1,02%. Na China, o Xangai Composto teve alta de 0,45%. Em Hong Kong, o Hang Seng ficou praticamente estável, com leve ganho de 0,03%.

Na Europa, os principais mercados fecharam em alta. O índice pan-europeu Stoxx 600, se destoou e caiu 0,09%, enquanto o DAX, de Frankfurt, subiu 0,26%, o CAC 40, de Paris, avançou 0,18%, e o FTSE 100, de Londres, ganhou 0,27%.

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