Radar: mercado repercute Boletim Focus (Patricia Monteiro/Bloomberg)
Publicado em 6 de maio de 2024 às 10h25.
Última atualização em 6 de maio de 2024 às 18h07.
O Ibovespa, principal índice acionário do Brasil, fechou praticamente estável nesta segunda-feira, 6, com queda de 0,3%, a 128.466 pontos. O movimento descolou do tom positivo em Nova York, onde as bolsas fecharam em firme alta, com expectativas renovadas por queda de juros nos Estados Unidos. O maior otimismo ocorre após o Federal Reserve (Fed) sinalizar que não voltará a subir juros e dados piores do mercado de trabalho renovarem as apostas pelo início dos cortes.
Apesar dos sinais positivos no exterior, o mercado iniciou a semana em tom de cautela, à espera da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), prevista para esta quarta-feira, 8. O consenso é de que o Copom reduza o ritmo de corte de juros para 0,25 ponto percentual (p.p.). No último comunicado, o BC chegou a prever mais um corte de 0,5 p.p., mas novas sinalizações de diretores da autarquia levaram investidores a reajustarem as expectativas para esta decisão.
No radar dos investidores, ainda esteve a divulgação do Boletim Focus pelo Banco Central (BC). O destaque do Focus foi a elevação da projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2025 de 3,60% para 3,64%.
O IPCA é a principal referência para medir a inflação brasileira e a revisão para cima confirma a desancoragem de expectativas após mudança das metas fiscais, englobando um menor rigor com as contas públicas. Além da revisão de 2025, o IPCA de 2024 teve uma leve queda de 3,73% para 3,72%.
As projeções para a taxa básica de juros, a Selic, também foram revisadas. Para 2024, economistas, que antes projetavam 9,50%, revisaram para 9,63%. Já a taxa de 2025 passou de 9% para 9,50%, enquanto a de 2026 passou de 8,63% para 8,75%.
Os economistas do mercado financeiro mantiveram as expectativas para o dólar iguais aos do último boletim: R$ 5 (2024), R$ 5,05 (2025) e R$ 5,10 (2026). Já a mediana das projeções para o PIB deste ano foi elevada de 2,02% para 2,05%, enquanto a de 2025 e 2026 se mantiveram estáveis em 2%.
Ao longo do pregão, investidores também avaliaram os impactos das chuvas no Rio Grande do Sul, com diversas empresas informando a paralisação de atividades no estado. Os impactos ainda estão sendo mensurados. As preocupações são maiores sobre as empresas com maior exposição ao estado, como a Quero-Quero (LJQQ3), que tem mais da metade de suas lojas em cidades gaúchas. A ação da companhia terminaram o pregão em queda de 6,09%. A BRF, segundo analistas, também está entre as mais atingidas pelo desastre. A ação caiu 3,23%.
De olho na temporada de balanços, o mercado acompanha hoje a divulgação dos resultados do primeiro trimestre de 2024 do BB Seguridade (BBSE3), que saiu agora pela manhã. Itaú (ITUB4), Vivara (VIVA3), Grupo Vamos (VAMO3), Rede D’or (RDOR3), Enauta (ENAT3) e Tim (TIMS3), após o fechamento da sessão.
O BB Seguridade (BBSE3) reportou lucro líquido de R$ 2,023 bilhões no período, 10,4% maior do que o registrado em igual período do ano anterior. As receitas operacionais ficaram em R$ 2,016 bilhões, um aumento de 9,81% em comparação ao 1T23. O lucro por ação foi R$ 1,02 ante os R$ 0,92 do primeiro trimestre de 2023. A ação fechou em alta de 1,28%.