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Ibovespa ignora tensão diplomática e fecha em leve alta

O dólar fechou próximo à estabilidade, com ligeira queda de 0,01%, cotado a R$ 5,506

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 5 de agosto de 2025 às 16h30.

Última atualização em 5 de agosto de 2025 às 17h42.

O Ibovespa fecha nesta terça-feira, 5, com leve alta de 0,14%, aos 133.151 pontos às vésperas do início do tarifaço de Trump ao Brasil.

Na política, os mercados domésticos monitoram os desdobramentos da decisão que colocou o ex-presidente Jair Bolsonaro em prisão domiciliar. O temor de que a decisão possa azedar o ambiente de negociação entre Brasília e Washington em torno da tarifa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros elevou a cautela no pós-mercado.

Os principais índices dos Estados Unidos tiveram desempenho negativo. O Dow Jones caiu 0,14%, enquanto o Nasdaq 100 caiu 0,65% e o S&P 500 recuou 0,49%.

Ibovespa hoje

  • IBOV: +0,14%, aos 133.151 pontos
  • Dólar: -0,01, a R$ 5,506

Ata do Copom

Os diretores do Banco Central (BC) sinalizaram nesta terça-feira, 5, que os juros permanecerão inalterados em 15% ao ano até o início de 2026. Segundo os membros do Comitê de Política Monetária (Copom), apesar das surpresas baixistas da inflação no curto prazo, o cenário segue marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. As informações foram divulgadas na ata da última reunião do colegiado.

"O Comitê avalia que, após um ciclo rápido e firme de elevação de juros, antecipa-se, como estratégia de condução de política monetária, continuar a interrupção do ciclo de alta para observar os efeitos do ciclo empreendido. Ressaltou-se que, determinada a taxa apropriada de juros, ela deve permanecer em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado devido às expectativas desancoradas", informou o BC.

Balança comercial dos EUA

O déficit comercial dos Estados Unidos recuou para US$ 60,2 bilhões em junho, abaixo dos US$ 71,7 bilhões registrados em maio, graças a uma redução nas importações de bens de consumo e também nas exportações.

As importações caíram 3,7%, para US$ 337,5 bilhões, enquanto as exportações recuaram 0,5%, para US$ 277,3 bilhões. Essa melhora no saldo comercial contribuiu para a recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) americano no segundo trimestre, que cresceu a uma taxa anualizada de 3%, revertendo a queda de 0,5% registrada no primeiro trimestre.

O cenário comercial reflete o impacto das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump, que elevaram a média dos impostos sobre importações para 18,3%, o maior nível desde 1934.

Balanço da Embraer

A Embraer (EMBR3) reportou nesta terça-feira, 5, um prejuízo líquido ajustado de R$ 53,4 milhões no segundo trimestre de 2025, em contraste com o lucro de R$ 415,7 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. Apesar disso, a companhia destacou que os resultados não foram significativamente afetados pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos.

A receita líquida atingiu R$ 10,3 bilhões, um aumento de 31% ano a ano e um recorde para o trimestre, enquanto a margem Ebitda ajustada subiu para 13,5%. O Ebit ajustado avançou 49%, para R$ 1,08 bilhão, com margem de 10,6%. O fluxo de caixa livre ajustado, porém, ficou negativo em cerca de R$ 1 bilhão.

A fabricante também reiterou uma carteira recorde de pedidos no valor de US$ 29,7 bilhões, 40% maior que no segundo trimestre de 2024 e 13% acima do primeiro trimestre deste ano, superando as expectativas do mercado. Foram entregues 61 aeronaves entre abril e junho, mais que o dobro do trimestre anterior e 30% acima do mesmo período do ano passado.

No radar hoje

Esta terça-feira, 5, começou com foco em dados de atividade econômica dos Estados Unidos, enquanto no Brasil o destaque é a ata do Comitê de Política Monetária.

Nos Estados Unidos, saiu o PMI composto da S&P Global e o ISM Serviços. O PMI composto de julho subiu a 55,1, de 52,9 em junho, ante previsão de 54,6, enquanto o PMI Serviços de julho caiu a 50,1, de 50,8 em junho e frente ao consenso de 51,5.

Na agenda de balanços corporativos, após o fechamento do mercado, será a vez de nomes importantes como Itaú, Klabin, Prio, GPA, Iguatemi e RD Saúde. Lá fora, AMD e Super Micro Computer divulgam após o fim do pregão.

Mercados internacionais

Na Ásia, as bolsas fecharam em alta nesta terça-feira. O índice Kospi, da Coreia do Sul, liderou os ganhos e subiu 1,60%. O S&P/ASX 200, da Austrália, avançou 1,23%, enquanto o Shanghai Composite teve alta de 0,96%. Em Tóquio, o Nikkei 225 ganhou 0,64%. O destaque negativo foi o Nifty 50, da Índia, que recuou 0,30%.

Na Europa, os principais índices fecharam em alta. O DAX, da Alemanha, avançou 0,33%; o FTSE 100, do Reino Unido, subiu 0,10%; o índice europeu Stoxx 600 registrou alta de 0,13%. Na contramão, o CAC 40, da França, recuou 0,14%.

Os investidores digeriram dados que reforçam uma leve melhora na atividade econômica. O PMI composto final da zona do euro subiu para 50,9 em julho, o maior nível em quatro meses, sinalizando expansão moderada. O setor de serviços avançou para 51,0, com destaque positivo para Espanha e Itália, enquanto a França continuou em contração.

O PMI industrial também melhorou, passando de 49,5 para 49,8, no ritmo mais lento de queda em três anos. Já o PPI de junho subiu 0,9% na comparação mensal, indicando leve pressão nos preços ao produtor.

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