Painel de cotações da B3 (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)
Guilherme Guilherme
Publicado em 4 de agosto de 2022 às 10h37.
Última atualização em 4 de agosto de 2022 às 17h21.
O Ibovespa disparou nesta quinta-feira, 4, renovando a máxima desde o início de junho, com investidores repercutindo balanços do segundo trimestre e o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central divulgado na última noite.
Como esperado, o Copom subiu a taxa de juros Selic em 0,50 ponto percentual para 13,75% e deixou a porta aberta para um novo ajuste em setembro.
A próxima alta, se confirmada, deve ser em "menor magnitude", segundo o comunicado do Copom. Parte do mercado considerou a declaração como expansionista, por praticamente descartar uma nova elevação de 0,50 p.p., que levaria a Selic para 14,25%. A dúvida agora é se o ciclo de alta de juros irá encerrar em setembro, com mais uma alta de 0,25%, ou se estenderá por mais duas reuniões.
O tom "dovish" do comunicado tende a beneficiar a bolsa, especialmente ações de empresas com prazos de maturação mais longos, dada a menor taxa de desconto utilizada na avaliação dos papéis.
As fortes altas incluem, principalmente, ações de crescimento, como Méliuz (CASH3), seguida de varejistas, setor de construção e aéreas.
No caso das varejistas, as altas também respondem ao balanço do Mercado Livre, divulgado na última noite.
A varejista argentina registrou lucro líquido de US$ 123 milhões, 80% acima do segundo trimestre de 2021. Já a receita líquida saltou 52,5% para US$ 2,597 bilhões, a despeito da maior preocupação sobre desaceleração econômica. O crescimento da receita líquida da empresa no Brasil foi de 52,58%% em moeda local. As ações do Mercado Livre disparam mais de 15% na Nasdaq.
O balanço recebeu elogios do mercado. "No geral, os resultados foram muito fortes e esperamos que a empresa supere seus pares no espaço online brasileiro no segundo trimestre", afirmou o Itaú BBA em relatório.
Na ponta negativa do índice, apenas 13 das 91 ações encerraram o dia em queda. As exportadoras BRF (BRFS3), Prio (PRIO3) e Minerva (BEEF3) lideraram as perdas, acompanhando a queda do dólar, que recuou 1,1%, encerrando o dia negociado a R$ 5,22.
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